Quando nos conhecemos, perguntei-lhe se estávamos as duas a concorrer para a mesma vaga. Mais tarde ela disse-me que tinha achado aquilo excessivamente competitivo, e acabámos as duas a rir porque na verdade eu tinha-me sentido desconfortável com a possibilidade de ter de sacar as garras. Não me apetecia competir com ela. Se eram realmente duas as vagas nunca teremos a certeza, mas a verdade é que eles ficaram com as duas. Depois disso fomos viver juntas, mais por imperativos financeiros que por qualquer outro motivo, e a coisa correu notavelmente bem, porque ficámos (e continuamos) amigalhaças do coração.
Um dia descobrimos que tinhamos os mesmos planos de carreira: estar uns anos numa área técnica, transitar para a gestão, talvez através do markting, talvez através das vendas, a dada altura fazer um MBA para adquirir conhecimentos e competências em áreas nas quais tivemos pouca formação universitária. Depois, enfim, depois logo se via, entre conquistar o mundo em geral, sermos felizes e lutarmos por ser profissionais reconhecidas numa área que continua a ser muito machista, o resto viria por acréscimo. A verdade é que respondemos de forma igual à pergunta "onde é que você se vê daqui a dez anos?". Os tipos tinham bem definido o perfil que procuravam, concluímos. Aparentemente, era mesmo o nosso.
Depois, tudo foi diferente. Somos tão parecidas numas coisas como absolutamente opostas noutras, e sendo assim, o mais natural era que os nossos caminhos divergissem nalgum ponto. Eu mudei de área técnica e de empresa, depois mudei outra vez de empresa e dessa vez para vendas e marketing. Ela não mudou de empresa, nem mudou de área técnica, e agora, não tendo mudado (novamente) de empresa, subiu para marketing e vendas. Neste momento temos funções, salários e regalias muito parecidas. Desafios também, sobretudo muitos, sobretudo difícéis. Mas aí está a graça.
Como eu costumo dizer, onde há crise há oportunidades, e mesmo que possa parecer que não, houve coisas que só foram como foram porque esta crise aconteceu. Mesmo as aparentemente más. Mas também a bem da verdade se diga, há coisas que são o que são porque foram enfrentadas sem medo, mesmo que às vezes com lágrimas, e tendo-os*** sempre bem colocados, para o que desse e viesse.
Minha querida, YOU ROCK. Bem-hajas e até já (we'll meet again on the way)!
(***cojones, por supuesto!)
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11.5.10
12.3.10
Não apenas uma questão de estilo
Mas também.
Muitos dos senhores deste meu mundo do óleo de pedra têm um incontrolável instinto de nos verem como filhas ou pior, como secretárias, ou pior, tendem a confundir-nos com a "menina-do-café" ou com a senhora que vai fazer limpeza ao fim da tarde (todas coisas muito respeitáveis mas que não é o que eu sou). Esperam que não tenhamos ambições iguais às suas, ou acham que termos ambições iguais às suas não são assim tão legitimas porque afinal, depois, eventualmente, todas vamos ter filhos (crime hediondo).
O estilo "não-admito-um-não-como-resposta" é ainda, infelizmente, muito mais efectivo que a demonstração continuada de um trabalho de qualidade, consistente e bem desempenhado. Assim, este estilo que não deixa lugar a dúvidas, que lhes mostra que podemos nós ser tão cabras como eles cabrões, ainda é imprescindível em muitas ocasiões. Por mais que se fale de aceitar que as mulheres têm um estilo de liderança diferente e como isso é bom e bla bla bla, para homens que só trabalharam com homens a vida toda, ultra-conservadores e todos com esposas em casa a parir ninhadas de seis, ainda tem de ser assim.
É mais ou menos aquela cena do não basta ser, também parecer. Não parecer um homem, mas ainda assim aparentar que os temos no sítio, bem colocados e prontos para responder a qualquer desafio. Mesmo que, em boa verdade, detestemos esses idiotas confrontos de testosterona. Assim é (e creio não falar apenas por mim).
Muitos dos senhores deste meu mundo do óleo de pedra têm um incontrolável instinto de nos verem como filhas ou pior, como secretárias, ou pior, tendem a confundir-nos com a "menina-do-café" ou com a senhora que vai fazer limpeza ao fim da tarde (todas coisas muito respeitáveis mas que não é o que eu sou). Esperam que não tenhamos ambições iguais às suas, ou acham que termos ambições iguais às suas não são assim tão legitimas porque afinal, depois, eventualmente, todas vamos ter filhos (crime hediondo).
O estilo "não-admito-um-não-como-resposta" é ainda, infelizmente, muito mais efectivo que a demonstração continuada de um trabalho de qualidade, consistente e bem desempenhado. Assim, este estilo que não deixa lugar a dúvidas, que lhes mostra que podemos nós ser tão cabras como eles cabrões, ainda é imprescindível em muitas ocasiões. Por mais que se fale de aceitar que as mulheres têm um estilo de liderança diferente e como isso é bom e bla bla bla, para homens que só trabalharam com homens a vida toda, ultra-conservadores e todos com esposas em casa a parir ninhadas de seis, ainda tem de ser assim.
É mais ou menos aquela cena do não basta ser, também parecer. Não parecer um homem, mas ainda assim aparentar que os temos no sítio, bem colocados e prontos para responder a qualquer desafio. Mesmo que, em boa verdade, detestemos esses idiotas confrontos de testosterona. Assim é (e creio não falar apenas por mim).
11.3.10
Uma questão de estilo
Não, não são sapatos. Mas são uns óculos Guess fabulosos que me dão um ar daqueles estilo não-admite-um-não-como-resposta, que isto de se ser mulher no mundo do petróleo têm que se lhe diga e se há sector onde nos contratam com ânsias de bonitas estatísticas de igualdade e pouco mais, é este. Mas, como em tudo o resto, até o petróleo já vai tendo uns reflexos cor-de-rosa. E ficam-lhe a matar.
8.3.10
E por falar no dia da mulher
Tenho sentimentos contraditórios em relação a este dia. A sua existência tem implícita uma desigualdade que lamento ainda existir. Por outro lado, as muitas mulheres que antes de nós lutaram para fazer possíveis coisas que hoje nem reparamos, merecem ser celebradas e no mínimo, recordadas.
Como por exemplo (e isto é um exemplo tão pequenino, mas representativo) a liberdade de usar calças. A notícia é de 1969. Foi antes de ontem, mas não assim há tanto tempo.
Como por exemplo (e isto é um exemplo tão pequenino, mas representativo) a liberdade de usar calças. A notícia é de 1969. Foi antes de ontem, mas não assim há tanto tempo.
(via Eu escrevo assim)
A mulher da noite

(Ah, e gosto do vestido.)
28.2.10
A eterna questão do tamanho
Elas defendem que existe uma relação de proporcionalidade entre o tamanho da sala e o tamanho da televisão.
Eles gritam horrorrizados que isso é uma blasfémia, que não tem nada a ver, que a única verdade sobre o tamanho das televisões é quanto maior, melhor. E que não dá para jogar PS decentemente em menos de 42".
Eles chamam-nos nomes e espumam de raiva, mas fiz uma sondagem e quase todos temos salas que rondam os 25 m2 e televisões de 32".
Resultado: mulheres felizes. Consequência directa: homens tentam "envenenar" a pobre da televisão (com a desculpa do Inverno muito húmido) e tentam inserir em casa um bajolo de 42" mínimo.
Isto é um plano concertado da hermandade masculina. Vamos ter de tomar medidas drásticas, minhas senhoras. Huuuuuuum.
Eles gritam horrorrizados que isso é uma blasfémia, que não tem nada a ver, que a única verdade sobre o tamanho das televisões é quanto maior, melhor. E que não dá para jogar PS decentemente em menos de 42".
Eles chamam-nos nomes e espumam de raiva, mas fiz uma sondagem e quase todos temos salas que rondam os 25 m2 e televisões de 32".
Resultado: mulheres felizes. Consequência directa: homens tentam "envenenar" a pobre da televisão (com a desculpa do Inverno muito húmido) e tentam inserir em casa um bajolo de 42" mínimo.
Isto é um plano concertado da hermandade masculina. Vamos ter de tomar medidas drásticas, minhas senhoras. Huuuuuuum.
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