25.6.08

Uma história simples de contar

"O João Maria é pintor. Um belíssimo pintor. Que até expõe e tudo. E nós sentimo-nos tão orgulhosas de ser amigas do João Maria. [Photo]O João tem que ser operado às cataratas. Podia acontecer a qualquer pessoa. E dava um jeitaço ao João que este problema nos olhos não o condicionasse a fazer o que mais gosta: pintar.Mas...O seguro de saúde do João, a Médis, diz que não cobre as despesas desta operação. E não quer saber que o João Maria seja um doce e um pintor nato. Recusam-no a fazer, apenas porque o João Maria tem Trissomia 21. Desafio:Todas as pessoas que têm seguro na Médis cancelarem o mesmo e alegarem como razão o caso do João Maria. Um jornalista quer denunciar este caso sem expõr o João Maria e sem apelar para a peninha de ninguém, reforçando apenas que os portugueses também se podem unir em torno de uma causa, mais importante que o futebol. Então, quem cancelar o mesmo pode, por favor, denunciar aqui no blog a sua intenção?Este é que é um verdadeiro desafio blogosférico. Passo a todos. " Post copiado do blog Próxima-Estação. Postem isto, mandem e-mails, mostrem que é possivel fazer a diferença. Se faz favor.

18.6.08

Uma pessoa está sempre a aprender

Xarope, em espanhol, é jarabe. PS -Que bodega de palavra. Xarope para a tosse, que tou que não posso. E como é que se explicam estas cenas numa farmácia? Jarabe?? Jarabe?? Bolas!!!

17.6.08

Racionamento sim, mas...

Ora vejamos: na semana passada, quando me dirigi calmamente ao supermercado depois do trabalho - naquela de aproveitar as compras como momento zen do dia - deparei-me com uma situação que teve tanto de cómico como de assustador. A espanholada estava toda louca a encher carrinhos de compras, como se não houvesse amanhã. Ele eram velhos, novos e gays, tudo quase à estalada e com os nervos à flôr da pele. Sinceramente, não imaginei que esta história da greve dos transportadores causasse tanta celeuma, mas aparentemente sim, parecia que todos se estavam a preparar para uma guerra civil. Todos menos eu, que tinha o frigorifico tão vazio que fazia vácuo. Lamentavelmente não pude comprar metade dos itens da minha modesta listinha. A escassez era geral, mas havia umas coisinhas que, pura e simplesmente, já não estavam lá. Nada. Nem uma embalagem ranhosa e amassada para amostra. Não havia: - leite magro - maçãs - saladas - carne branca - "mini-breaks" - papel higiénico Conclusão: racionamento sim, mas nada de brincadeiras, que a operação bikini tem prioridade!!! O que é que interessa que não haja comida? Ou se come saladinha com bifinho de peru grelhado ou então o melhor é passar fome. Eu aproveitei a desculpa e trouxe uns filipinos. :) Quanto ao papel higiénico, está provado que é um bom negócio. Ninguém quer limpar o rabo com guardanapos. Nem mesmo eu, que no dia seguinte lá me vi forçada a roubar um rolo no meu trabalho. E pronto, assim se vive em Madrid, com o rabinho bem limpinho e suave e sem nunca descuidar a dieta! Olé!

15.6.08

Será que é desta?

Faz sol em Madrid. Não está calor, mas está quentinho. Três dias seguidos de bom tempo. Inacreditável. Se continuar assim talvez me passe a neura. Quando guardar definitivamente a roupa de Inverno, acho que me volta a inspiração e volto a tentar escrever alguma coisa de jeito.

9.6.08

É a puta da loucura!

No domingo estive rodeada de portugueses como nunca antes nas minhas estâncias no estrangeiro. Éramos talvez duzentos na discoteca do Moma, todos a apoiar Portugal. Malta a cantar o hino muito bem, malta a fingir que cantava o hino, malta no bar a pedir cerrveja porque não sabia a letra do hino. Malta de Lisboa, do Porto, do Norte e do Sul e das Ilhas. Um monte de sotaques todos misturados, fruto das diferentes cidades onde cada pessoa já tinha passado alguns anos da sua vida. Todos a gritarem "Goooolo!" de cada vez que a bola passava a 3 metros da baliza! No fim, todos a rirem com a vitória, com o gostinho do 2-0 do último minuto, com a promessa de um título que possivelmente não vamos ganhar... mas que se foda, futebol é isto mesmo, se não der para sonhar um bocadinho serve para quê? Amanhã é o 10 de Junho, é Inverno em Madrid e vou comer uma feijoada com cem pessoas que não conheço. Porque isto é ser emigrante, pode ser pindérico mas é precioso e eu já sentia falta deste patriotismo das pequenas coisas. Se calhar, o patriotismo está mesmo nas pequenas coisas. Estamos todos fora e muitos de nós desiludidos com as oportunidades que não tivemos em casa. Mas nestas alturas não há cá falar mal de Portugal. Nestas alturas grita-se "POR-TU-GAL! POR-TU-GAL!". Somos uma nação. E é tão bom.

5.6.08

Para a Liliana

“… E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre.”
Miguel Sousa Tavares no funeral da mãe, Sophia de Mello Breyner Andresen

Liliana
: não te sei consolar. Mas gostava de chorar contigo, se me deixares. Beijo.

3.6.08

Este blog fez um ano...

... a 5 de Maio. Fiz o blog uma semana depois de ter aceite uma proposta para vir para Madrid. Ia sair de Sines. Ia fazer o que queria. Ia sentir-me, outra vez, feliz. Há mais mundos, e eu ia deixar aquele mundo ao qual apenas me prendiam o mar, os gatos e os meus vizinhos velhotes e fofinhos, o Alberto e a Teresa. Trouxe a Primavera pq não podia deixar aquela gata cega à sua sorte. Vou a Sines de propósito ver o Alberto e a Teresa. Telefono-lhes, levo-lhes garrafas de vinho tinto bom e embalagens de camarão de Moçambique e comida para os gatos da rua, que os míseros 200 euros de pensão que cada um deles recebe mal chegam para os medicamentos que têm de comprar. A Primavera sobreviveu apesar da leucemia e está demasiado gorda, porque é cega e portanto pouco ágil. Mas está bem e feliz. O mar está longe e custa-me viver sem mar. Mudei de mundo há um ano, voltei a Madrid a 4 de Junho de 2007.