31.1.10

Lida da casa

Nada como pegar fogo à casa para potenciar "aquelas" arrumações pendentes deste a vitória dos aliados. Na sexta-feira, enquanto eu voava tranquilamente para Lisboa, mal podia imaginar que ia ficando sem namorado, sem gatos e sem casa.

Um "pequeno acidente", como ele lhe chamou, mas mais uns minutos e ardia tudo. Eu que tenho que gramar com formações de segurança a torto e a direito sei como é: bastam 12 minutos para uma divisão de 15 m2 arder completamente. Ora esse é precisamente o tamanho do escritório e não fossem os gatos terem dado o alerta correndo histericamente pela casa e o meu amor bem teria continuado a dormitar no sofá, e nem gosto de imaginar o resto.

O bom de tudo isto é que, apesar de só ter ardido um livro, o escritório ficou todo chamuscado e mal cheiroso, pelo que teve mesmo de levar uma limpeza a fundo, com consequente eliminação de montes de tralha, papelada e afins. É para verem como o meu querido namorado é exímio a protelar tarefas desagradáveis. Foi preciso que a casa viesse (quase) abaixo!

19 dias e 500 noites

Acho extraordinária esta letra e música de Sabina. Mesmo! Ora prestem atenção...


Lo nuestro duró
lo que duran dos peces de hielo
en un güisqui on the rocks,
en vez de fingir,
o, estrellarme una copa de celos,
le dio por reír.

De pronto me vi,
como un perro de nadie,
ladrando, a las puertas del cielo.

Me dejó un neceser con agravios,
la miel en los labios
y escarcha en el pelo.

Tenían razón
mis amantes
en eso de que, antes,
el malo era yo,
con una excepción:
esta vez,
yo quería quererla querer
y ella no.

Así que se fue,
me dejó el corazón
en los huesos
y yo de rodillas.

Desde el taxi,
y, haciendo un exceso,
me tiró dos besos…
uno por mejilla.

Y regresé
a la maldición
del cajón sin su ropa,
a la perdición
de los bares de copas,
a las cenicientas
de saldo y esquina,
y, por esas ventas
del fino Laina,
pagando las cuentas
de gente sin alma
que pierde la calma
con la cocaína,
volviéndome loco,
derrochando
la bolsa y la vida
la fuí, poco a poco,
dando por perdida.

Y eso que yo,
paro no agobiar con
flores a María,
para no asediarla
con mi antología
de sábanas frías
y alcobas vacías,
para no comprarla
con bisutería,
ni ser el fantoche
que va, en romería,
con la cofradía
del Santo Reproche,
tanto la quería,
que, tardé, en aprender
a olvidarla, diecinueve días
y quinientas noches.

Dijo hola y adiós,
y, el portazo, sonó
como un signo de interrogación,
sospecho que, así,
se vengaba, a través del olvido,
Cupido de mi.

No pido perdón,
¿para qué? si me va a perdonar
porque ya no le importa…
siempre tuvo la frente muy alta,
la lengua muy larga
y la falda muy corta.

Me abandonó,
como se abandonan
los zapatos viejos,
destrozó el cristal
de mis gafas de lejos,
sacó del espejo
su vivo retrato,
y, fui, tan torero,
por los callejones
del juego y el vino,
que, ayer, el portero,
me echó del casino
de Torrelodones.

Qué pena tan grande,
negaría el Santo Sacramento,
en el mismo momento
que ella me lo mande.

29.1.10

Sou do tempo do Nabunda

(... pronto e também do Sr. Carvalhosa!)

É o melhor grupo do mundo no Facebook! Vamos lá, ISTianos velhotes, toca a juntar-se ao maralhal!

Nabunda, who else?

Feliz

Está uma sexta-feira solarenga e lindíssima em Madrid (espero que em Lisboa também). A minha mana faz 21 aninhos, vou passar o fds a Lisboa e vou estar dois dias inteirinhos com os meus 5 gatarrões (incluo obviamente o gato-dono na listagem). Resumindo, estou feliz.

28.1.10

Pensamentos de um gato amarelo



"Ó dono, bem podias montar aquela prateleira giríssima que a dona comprou no Ikea... Assim eu podia estar à janela a bisbilhotar a rua, a apanhar solinho e a cobiçar as pombinhas que passam..."

27.1.10

Anti-stress

As empresas costumam oferecer aos empregados aquelas esponjinhas anti-stress esféricas, a imitar o planeta Terra. Ao invés, a minha empresa oferece-nos esponjas anti-stress cilíndricas, negras, a imitar um barril de petróleo. Pode parece que estou no lado mau da força, mas não. Eu estou é no lado pragmático da força.
Oil Refinery by Edbob

26.1.10

Muita coisa ao mesmo tempo (MCAMT)

A prova da riqueza do Facebook fica em parte demonstrada pela dificuldade em explicar a um leigo em que consiste, bem como as diferentes percepções que cada pessoa pode ter do mesmo (por exemplo, o Farmville é um FB sine qua non para muita gente, no entanto para mim é tão somente uma palavra desinteressante que já tive de ler demasiadas vezes). Mas mais ainda, uma mesma pessoa pode ter variadas percepções do FB em diferentes momentos da sua vida. Vejamos um exemplo próximo a mim. Quando convidei pela primeira vez a minha irmã para o Facebook (lá para o início de 2008), ela olhou para mim com ar meio asqueado "isso é para velhos, eu não gosto disso". Claro, o Hi5 é que era a bomba. Agora que tem os pais no Facebook, a mesma menina indigna-se, tendo olhado para a minha mãe com similar ar de desdém, mas desta feita para contrapôr: "mas isso é para engates, vê lá tu e o pai não se zanguem". Portanto, em dois anos, a percepção do Facebook, para a minha irmã, mudou de coisa secante de velhos para potencial destruidor de casamentos. Em dois anos pergunto-lhe otra vez, e aposto que a minha teoria do MCAMT se consolidará.
E agora para a minha querida Pólo Norte: ao contrário do que supões, os dias de ouro da jeitosa da minha irmã no Facebook não vão terminar. Ela avisou os pais para não ousarem convidá-la, que lhes espetava logo com um ignore. Uma moça frontal e sem papas na língua. É bom saber que aprendeu umas coisas com a mana mais velha.

And yet it does rise

Esta noite nevou outra vez em Madrid. Até me custa a crer que se prevê que 2010 seja o mais quente da década (daquela década que AINDA NÃO acabou, ok?, a que vai de 2001 a 2010). "The betting is that 2010 will be the hottest year on record. But understanding how the planet’s temperature changes is still a challenge to science." A excelência, as usual, pela mão do Economist, para ler aqui. Bom dia!

25.1.10

Um bocadinho mais de ilusão?

Comenta a Rita a propósito das notícias recentes de tráfico de crianças no Haiti que coisas como essa a fazem questionar a sua percepção da vida, e passo a citar: "Toda a minha concepção de vida assenta no princípio de que a natureza do ser humano é intrinsecamente boa, que não há pessoas genuinamente más: apenas pessoas infelizes que por não conhecerem outra realidade, não sabem, porventura, fazer feliz o seu semelhante." E nisso somos intrinsecamente diferentes: eu tenho a certeza que a natureza humana é genuinamente maldosa, e que o contrário é que é a excepção. Eu acho que os traumas, o meio em que vivemos, etc, não justificam tudo, nem muito, aliás, às vezes sinto-me radical e acho mesmo que não justificam nada de nada. Then, again, a coisa andará algures lá no meio. Há pessoas que são muito boas tendo tido vidas que para muitos justificariam todo o contrário, e vice-versa também (acho que é o mais comum, gente má como as cobras que não se percebe what the fuck lhes poderia ter acontecido que resultasse em tanta malvadez.) Eu nestes temas sou muito pouco empirista: penso que a genética (ie, a ciência) tem muito ue nos ensinar sobre a tão sobre valorizada natureza humana. Mas às vezes gostava de ser um pouco como a Rita: é verdade que ao esperar sempre o melhor ela também se desilude muito, mas eu vivo em permanente desilusão, bolas, e cansa.

24.1.10

It's the end of the world as we know it

O Oscar, meu padrasto, já está no Facebook - Feisbuk, em espanhol - e mais: ao fim de cinco minutos já tinha sete amigos e já comentava fotos. O Oscar, o mesmo que odiava computadores e que sempre dizia já não ter idade para estas coisas. Mas lá está ele, a encontrar os velhos amigos da África do Sul que não vê há décadas e os amigos das almoçaradas em Lisboa, como se fosse exactamente a mesma coisa. Mas é que agora é exactamente a mesma coisa, e o Facebook não só permite isto, também o torna tão mais fácil, agradável e menos constragedor do que qualquer outro meio de comunicação. Não é fácil abordar uma pessoa que não se vê há anos, mesmo por e-mail ou MSN, e isto no caso de se ter conseguido descobrir a pessoa em questão... e no Facebook é tão fácil. O Facebook é poderoso. Parece-me uma daquelas invenções que no início são fixes, depois são reconhecidas como boas e só mais tarde são vistas como o que realmente são - absolutamente geniais.

... and I feel fine!

E para quem ficou a cantarolar o refrão da musiquinha dos R.E.M., aqui está o link:

23.1.10

Capa de Calendário

Uma das fotos da Mégui saiu na capa e ainda foi mês de um calendário de animais. Até chorei quando vi. Dos muitos animais abandonados, maltratados, orfãos, subnutritos e piolhosos que me têm passado pelas mãos, a Mégui foi a única a quem tive de dar biberão durante umas semanas, não sabendo se ia ou não sobreviver, sempre no fio da navalha. Depois dessa primeira etapa tão bem sucedida, veio o pior: a Mégui tinha leucemia felina, e não houve tratamento ou tratamentos aumentadores de imunidade que lhe valesse. Só viveu 6 meses. No entanto, não morreu na beira de um passeio com poucos dias de vida, mas sim em sua casa, quentinha, ao colo do dono.
Clicar na foto para aumentar e ver a Mégui :)

22.1.10

Há Mais Mundos

Tive o meu primeiro computador quando fiz 15 anos. No 9º ano ainda dactilografei vários trabalhos da escola na velha máquina de escrever da minha mãe, porque não gostava dos trabalhos escritos à mão. Perfeccionista como sempre fui, cada folha tinha de ficar absolutamente perfeita, o que me fazia repetir algumas páginas 3 e 4 vezes. Acho que este factor levou a minha família a antecipar o grande esforço financeiro que para nós representou comprar um computador, uns 500 contos, mais a impressora, uns 150 contos, valores que comparativamente aos padrões de vida de hoje, com actualizações do valor do dinheiro e essas técnicas todas, representam bem mais que 2500€ e 750€. A chegada do computador é algo que me lembro com contornos muito nítidos, até porque também adquirimos um modem e um serviço de internet que se pagava por horas. Ainda tenho um livrinho que explica o que é a World Wide Web e o Netscape(!). Pensar que isto foi em 1995! Dos anos 90 tenho a lembrança de uma década absolutamente moderna, mas em relação a estes temas estávamos ainda no princípio dos tempos. Bom, chegado o computador havia que pô-lo a render. E foi Português a disciplina que me deu a oportunidade ansiada. Um trabalho sobre um livro a escolher de uma lista. Posso dizer que foi uma tarefa árdua, uma batalha virtualmente sangrenta com o Word, e só não virei à pancada ao PC porque tinha sido TÃO caro que doia. O culminar da aventura deu-se quando apaguei o trabalho 90% feito, por ter seleccionado tudo e carregado enter, e depois ter fechado o ficheiro (guardando as alterações) e só bastante mais tarde me ter lembrado daquela teclazinha, o undo. Too late. Tive que fazer tudo outra vez, porque obviamente também não tinha nenhum backup do documento. Este evento caótico de acções parece hoje ridículo, mas nesse tempo em que tudo era tão novo, foram erros possíveis e até mesmo aceitáveis - embora pagos com muitas horas de sono. Assim perdi a virgindade com o mundo das novas tecnologias, mundo esse que depressa se converteu em, simplesmente, aquele em que vivemos. E como dizem, boa ou má ou péssima, a primeira vez nunca se esquece. Posso afirmar que nunca mais analisei um livro tão a fundo (nem mesmo os Lusíadas) e bem guardadinho o tenho, cheio de apontamentos e muito amarrotado. Esse livro é o "Há Mais Mundos" do José Régio. Não sei explicar porquê, mas gostei do nome.

20.1.10

Santo Print Screen

Ou, como se diz em espanhol, imprimir pantalla, é uma teclazinha que já existia nos computadores pré-históricos dos Flinstones. Até os meus gatos conhecem e utilizam o print screen (depois de o arrancarem do teclado gostam de persegui-lo casa fora). Por isso, irrita-me até à ponta da minha já inexistente franja (cresceu, snif snif), andar a ver lojas online, querer guardar registo de um artigo que gostei, ir à imagem, botão direito, e mais uma vez, nada de "save as", ou, pior ainda, uma mensagenzinha moralista "esta imagem é propriedade de bla bla bla, e és uma menina muito feia que devias levar muitos tataus, menina feia, ta-tau". E enquanto, roxa de raiva, me entretenho a fazer crops ao bendito do printscreen (como se não tivesse mais nada que fazer, não é?), tenho como banda sonora mental a linda música daquele brilhante anúncio dos cinemas, o "Você nunca roubaria... tchan tchan, tchan tchan". Ah pois não. Então não. Esqueçam!!! É a rede. Ouviram? "A" rede. "Isso-da-net", como diz a minha avó. Não vale a pena. Parvos.

19.1.10

Cidades 2009

As cidades que eu visitei pela primeira vez em 2009, por ordem cronológica. La Coruña: fui lá parar por trabalho mas revelou-se uma agradável descoberta, e excepto pelo clima (chuva chuva chuva) é uma cidadezinha bastante agradável. (Na foto o único sábado de Julho de 2009 em que fazia um sol escandaloso, segundo o guia turístico.) Munique: não que tenha grandes intenções de mover-me para aquela zona, mas se o destino assim o quiser, parece-me uma cidade muito fixe para se viver. Salzburg: Check! (And that's about it...) Funchal: passeios de calçada portuguesa onde se pode andar de saltos altos, ruas limpas e jardins arranjados? Madeira is not Portugal! Assim à laia de "catalonia is not spain". Lá que é, é. Mas não parece! Granada: MARAVILHOSA! Merece reportagem fotográfica mais detalhada... Houston: Compras, compras, compras, compras, compras, compras, compras, compras, compras, compras, compras, compras, compras, compras, compras, compras, compras, compras, compras, compras, compras, compras, compras, compras, compras, compras, compras! Ah, e petróleo! :D Liverpool: como mencionado aqui, mas nem fotos tirei... é que excepto o museu dos Beatles (lá dentro não chovia!) é mediocrezinha. Cada vez gosto menos do UK.

18.1.10

Desdentada e tontinha de todo

Talvez não tenha sido grande ideia a de ir arrancar os dois sizos que ainda por cá andavam (lá se vai o resto do meu juízo à vida) umas horas depois de ter realizado os exames médicos anuais.
Desde então, a minha frágil tensão 9-6 (nos dias bons) anda a fazer exercícios de queda livre quando bem lhe apetece: acreditem, não é mesmo nada fácil fazer uma vida normal sabendo que a qualquer momento vou ficar tonta tonta tonta e enjoada e enjoada e enjoada. E se vou a cruzar a rua e me atropelam? E se vou a conduzir e atropelo alguém?
E o sono? Tenho tanto, mas tanto sono que nem sei. Malditos sizos, bolas. Demoraram 10 segundos a arrancar, e eu tão contente, mas os sacanas são vingativos, ai é, arrancaste-nos, agora aguenta-te. É que isto já dura há quase uma semana...

14.1.10

Monumento do ano 2009

Tantas foram as viagens em 2009, mas não tenho dúvidas: a Alhambra de Granada, saída do meu imaginário directamente para a vida real.

13.1.10

Já Janeiro vai a meio

Quando descubro que ganhei a lotaria de Natal!!!!!!!!! Ganhei 100 euros, mas fiquei tão contente de que finalmente tenha saído algo que até parece que foi mais dinheiro. É que aqui em Espanha, jogar na loteria de Natal tem mesmo de ser senão é bem capaz de cair o Carmo e a Trindade! Agora sim sinto que 2010 começou. Feliz ano!