30.4.10

Sou do Atlético desde pequenina

Esta foi uma noite complicada, lá isso foi. Mas se há coisa que eu recuso é ter atitudes de velho e pôr-me a telefonar para a bófia a fazer queixa dos estudantes que passaram a noite a cantar hinos ao Atlético aqui na rua (é o que dá viver no bairro da Cidade Universitária - em Madrid, entenda-se).

Os meus amigos benficas trouxeram à baila uma teoria confusa de como tinha que ganhar o Liverpool. Ah, já sei, afinal é simples: Atlético (10º classificado da liga espanhola) ganha ao Liverpool (6º? classificado da Liga Inglesa) que ganha ao Benfica (1º classificado da liga portuguesa). Sim, a nossa liga é para meninos, so what's new?

Eu mantenho o meu ressaibiamento pouco lógico de desejar sempre que os ingleses levem na pá. Mas lá que foi bonito foi. Um golinho no minuto 102 que os deixou todos caladinhos e choramingões. Estava eu na espectacular esplanada debaixo de minha casa e parecia quando Espanha ganhou o Euro. Eram gritos e buzinas e cânticos e até festejos na Cibeles. Com madrilistas à mistura e tudo. Noite fora. Nem quero pensar no que acontece se o Atlético ganha a final.

Dois apontamentos gajísticos: o Simão (Simau em espanhol) fala  muito muito bem castelhano, e quase sem sotaque. O Quique continua magro e cheio de estilo, e eu continuo a perguntar-me porquê, com tanta gaja boa que há na península, ele está com aquele esparguete inchado da Orsi.

28.4.10

Lápis


Tenho uma lapiseira toda croma e toda executiva, mas o que eu gosto mesmo é de escrever com lápis. Acho que vou comprar um quando sair daqui.

(E isso que sou uma ladra voraz de lápis do Ikea...)

The importance of not being Greece

In short, Portugal is indeed different from Greece. But if the markets decided to put this to the test, chronic low growth, a drastic loss of competitiveness and high public and private indebtedness are all weaknesses which could swiftly undermine the protection that being different is meant to bring.

Adivinham? Do Economist, claro. A diferença é que não é todos os dias que Portugal tem dirreito a um artigo de verdade (normalmente é mais no meio de rankings maus que costumamos aparecer). E não sendo pelos melhores motivos, também nem tudo o que se diz é mau, e se o Economist o diz, tem o seu valor. Leitura obrigatória.

27.4.10

Hyun-Jung Lim



Na continuação do post anterior: vi esta menina este fim-de-semana e amei! Só lhe fiquei com um bocadinho de pó porque tinha um cabelo absolutamente maravilhoso e brilhante como eu só tinha visto nos anúncios da Pantene (e era feliz, pensando que aquilo era publicidade enganosa e que ninguém real tinha o cabelo assim). A inveja é uma coisa muito feia, eu sei. Já me passou, eu gostei mesmo desta Hyun-Jung Lim, a tipa é extraordinária (ou então é do meu nível de exigência). Seja como for, onde é que eu alguma vez me imaginaria a procurar isto no You Tube?

Um bocadinho de música clássica por dia, nem sabe o bem que lhe fazia!

É, agora sou uma pessoa muito mais à frente e todos os meses vou ver um espectáculo de "algo" clássico. Começou no mês passado (eu queria falar nisso de forma séria mas já não me lembro o que fui ver), e este mês foi a vez dos Dias da Música no CCB.

Não, não me estou a armar em pedante, isto é mais um dos projectos do meu multifacetado namorado tentando que me torne numa pessoa melhor. Ainda lhe custa acreditar que eu sou uma nulidade musical a todos os níveis (e que mesmo assim ele está comigo). Eu bem lhe tento explicar que não podemos ser todos perfeitos, ora, ele é do Benfica, eu não acerto uma nota musical (nem ouvida nem cantada).

Mas adiante, como tenho um ouvido mesmo muito limitado não sei apreciar as maravilhas da música clássica e até recentemente só recorria a ela em casos extremos. Como por exemplo em Janeiro, que me vi presa dentro do carro, com um ataque de ansiedade, no meio do nevão da década, sem correntes e com camiões acidentados por todo o lado (a viagem Lisboa - Madrid demorou umas módicas 11 horas a ser feita, e eu sozinha da Silva). Aí, a música clássica salvou-me a vida, obrigada, obrigada, que eu com os nervos que levava nem fumei para poder ter sempre as duas mãos no volante.

Agora, num dia normal, ouvir música clássica... huuum, pois, enfim, sou do povo, que fazer? Em compensação, estou a descobrir que é muito mais divertido ver tocar música clássica. Primeiro, porque se pode saber exactamente do onde é que estão a vir os sons. Depois, e é mesmo isto que eu gosto, posso ver as pessoas que tocam a alucinar com o que estão a fazer, é fixe. Até me começo a embalar ao som da música, mas já percebi que isso é coisa que ninguém faz, não percebo porquê, não sentirão a música? Devo ser mesmo muito pindérica.

Em breve vai ser ver-me a tratar o Chopin e o Rachmaninov por tu. Estou a gozaaaaar, eu sei que eles já bateram a bota (isso até eu sei). Mas vocês perceberam.

26.4.10

Ai, esteve tanto calor hoje

Era só para informar que sou uma pessoa muito mais feliz agora. Boa noite.

25.4.10

Constatações singulares

O gato Eddie relincha enquanto dorme. Nem imagino o que para ali vai naqueles sonhos...

24.4.10

Dia com colesterol

Para celebrar a minha recente vida regrada, com poucas viagens, alimentação saudável e spinning duas vezes por semana, com consequente redução de 3 cm na anca e 4,5 cm na cintura (olé).

Ele é guisado, ele é vinhaça da boa, ele é azeitoninha e queijinho de cabra e ainda pãozinho para molhar. Mnham mnham.

Porque eu mereço!

22.4.10

Apenas mais uma foto parva

Pois é, assim não vale, a postar fotos recebidas por e-mail, fraquinho fraquinho.

Acabou de momento o pesadelo das linhas aéreas. A vida volta à normalidade do ar e já não dá para fazer entrevistas idiotas a exilados aéreos com peúgas mal cheirosas em aeroportos sobrelotados, pelo que os apresentadores das notícias passam o tempo a gozar uns com os outros "vá, agora diz tu o nome do vulcão!", "vá, agora eu a ver se consigo!" e depois todos ah ah ah ah ou melhor je je je je que é como uma pessoa se ri em espanhol. Ai, os encantos de Espanha.

E no entanto, eles voam...

21.4.10

O lado bom da crise

Não me guio pelas ISO da qualidade

Há pouco tempo mais ou menos por acaso vi um filme adapatado do romance do Somerset Maugham "O véu pintado". Naquelas breves linhas que se se viam claramente puxadas do texto original, (tem de estar brilhante, a ver se me lembro de comprar), a dada altura os protaganistas alinham uma daquelas conversas redentoras que explica tudo o que ficou para trás e define tudo o que está para a frente. Ele diz-lhe algo do estilo "tens razão, não deviamos ter procurado um no outro qualidades que nunca tivemos".

Por muito tempo procurei nos outros qualidades de insatisfação constante, necessidade de melhoria contínua, frontalidade e sinceridade. Desisti, finalmente. Essas são qualidades minhas.

Ao contrário, os outros procuram geralmente em mim uma simplicidade que não tenho, avaliam-me como sendo demasiado exigente e ao mesmo tempo criticam-me a facilidade para perdoar - os outros - que toda a gente gosta de fazer merda da grossa e ser perdoado, mas toda a gente acha que os outros não são assim tão merecedores. É que na realidade, não é uma questão de se merecer ou não. É só uma questão de não procurar nos outros qualidades a que nunca aspiraram.

Por isso mantenho algumas relações incompreendidas por terceiros também eles muitas vezes incompreendidos, ou porque a pessoa é uma invejosa, ou porque é mentirosa, ou porque é simplesmente tóxica, cheia daquele veneno à laia de uma no cravo e outra na ferradura (confesso que este género me dá especial gozo, principalmente porque gostam de se passar por inocentes, e a malta compra) .

O que eu não tenho de certeza é relações com pessoas desinteressantes. Essas aborrecem-me e irritam-me, é detesto apatia. As outras, cheias de defeitos, normalmente têm qualidades extraordinárias também - que eu aproveito, como não, que toda a amizade é egoísta.

Eu sou daquele tipo que julga, mas que continua a relacionar-se com o criminoso. O melhor de tudo é que nem por um único minuto deixei de dizer a todos eles aquilo que pensava do que foram, do que são e do que poderiam ser. Porque insatisfação constante, necessidade de melhoria contínua, frontalidade e sinceridade são qualidades minhas. Se aceitarem isso, são bem-vindos.

20.4.10

Carimbo da semana


Vitalidade passa a ser o meu segundo nome. Não sei se foi por ter descoberto as maravilhas do leite sem lactose ou se é simplesmente coincidência, mas sinto-me bem, como diria um certo hermano* "es que estoy de puta madre, soy un hombre feliz, ahora se por donde quiero ir".
 
* Hombres G (na verdade não é um, são três ou quatro)

19.4.10

Estou chocada

Têm estado a passar intermináveis vezes na televisão o Figo a dizer, sorridente, que ver o Messi jogar é um prazer tão grande que é como ter um orgasmo. Isto dito em espanhol, claro. Deixa cá ver se vai continuar assim tão bem disposto e metafórico depois do Messi lhes enfiar três secos ou coisa parecida (ao Inter). Podia ter dito simplesmente que ver o Messi jogar é una pasada, pronto, mas agora, orgasmos? Faz-me lembrar aquelas pessoas que dizem que o prazer de fazer chichi (ie alívio) é que é, cinco estrelas e por aí fora, agora orgasmos, enfim, coisinha trivial, que isto o que está a dar é ver o Messi jogar. Ou fazer chichi quando se está mesmo apertadinho. Detesto que se confundam conceitos básicos de sobrevivência.

17.4.10

Com o meu iPad também vai ser assim

Isso quando o conseguir encomendar, que ia em late April e agora já vai em late May.

World is a beta site

Nos filmes apocalípicos são sempre coisas realmente importantes que fazem colapsar o mundo, tipo meteoritos gigantes ou o núcleo da terra derreter. Na verdade é tudo muito mais simples: um vulcão na Islândia colapsa a Europa. Está bem, é um senhor vulcão, e que as cinzas derretem no motor dos aviões e kaput mas ainda assim, é um vulcão, não são aliens assassinos nem o dia do juízo final (motivos considerados razoáveis para justificar a paralização do espaço áereo europeu).

E agora lá vem tudo a correr para sul, ui, como está Barajas, e nem quero imaginar El Prat e a Portela. Venham,venham que estamos em crise e vem mesmo a calhar encher os nossos hotéis de executivos desesperados. E aprendam a não estar sempre a desdenhar dos povos mediterrânicos que nunca se sabe quando precisamos uns dos outros.

É como dizia no Linux no outro dia, World is a beta site. Ou assim de forma mais comezinha, como diz a minha avó, uma pessoa nunca sabe o dia de amanhã.

15.4.10

Everybody loves Hugo*



E eu não sou excepção.

E depois ele diz coisas adoráveis como esta:

"You and me, trekking through the jungle, on our way to do something we don't quite understand. Good times."

Que é mais ou menos como eu geralmente me sinto perante a vida.

Vou ter saudades do Hugo.






* só para viciados em Lost

(Re)acção?

Who cares anyway?

O importante é que o primeiro trimestre está a acabar-se e recuperação económica nem vê-la. Vá, não me estou a queixar, nós já sabíamos que antes do Verão nem valia a pena alimentar esperanças. Resumindo, muito trabalhinho. Para já, menos mal que milagrosamente tivemos bónus! Parece que cumprimos os objectivos de 2009 mesmo mesmo assim como quem diz resvés Campo de Ourique. Cheira-me a manipulação de cotações do dólar e coisas desse estilo. Again, who cares? Nós aqui não andamos a chular o estado em ajudas. Mas o carcamel extra que entrou na conta, ainda que pindérico em comparação com o habitual, é uma perolazinha em ano de vacas magras. E olé.

14.4.10

O melhor de Telephone

Nem sequer é a Pussy Wagon. É mesmo esta frase:

"Trust is like a mirror, you can fix it if it's broken, but you can still see the crack in that mother fuckers reflection."

Great Gaga, poderosa, se continuas assim, a Madonna que se ponha a pau.

13.4.10

Grande notícia para o colectivo ISTense

Alameda is back!

Para todos aqueles que, como eu, viram a Alameda ser feita em fanicos pelos estaleiros das eternas obras do metro, aqui está a boa nova. A Alameda as it once was está quase, quase de volta. Com relva novinha e fresquinha incluída.

A propósito do GP do Qatar

Não há gajos tão mal amanhados que estes das motos. São todos tão enfezadinhos que metem dó.

Dona Emília mestre almofadeira

Lembram-se disto? Pois é só para informar que temos novo arranjo almofadal. Qualquer dia ainda faço um daqueles concurso a la Mini-Saia para escolher o "melhor" visual. Ai, e pensar que ainda sobram tantas combinações possíveis... medo!!!!











 D. Emília ataca outra vez!

12.4.10

Resolução

Dada a minha desconfiança (pré-)histórica e um tanto pacóvia por essas coisas dos computadores, decidi comprar um segundo disco rígido portátil, para poder fazer backups dos backups.

Domingo é um dia santo

Elegi oficialmente domingo como o dia do descanso na dieta do colesterol e dos triglicéridos. Bolas, eu mereço, já não basta passar a semana a comer vegetais deslavados com água mineral. Ontem foi a inauguração, à grande. Ele foi paella de marisco gigante, ele foi Havannetes de sobremesa, ele até foi uma vinhaça cinco estrelas de 95. Um domingo bem passado, já imaginam.


Era grande mas durou pouco...

11.4.10

Quando o telefone toca e é a minha avó

A conversa - leia-se monólogo - é a seguinte.

Avó - "Então???" (Tom reprovador porque já tentou ligar 17 vezes e só agora, que tarde, às dez da noite, é que eu estou em casa.)
Avó - Vê lá se trancas bem as portas que isso há muito gatuno aí em Madrid!
Avó - Já comeste a sopinha que a avó te mandou? E as almôndegas? E o peru? (Ela desforra-se quando eu vou de carro para Lisboa)
Avó - Olha que isso está muito mau aí em Madrid, diz no Correio da Manhã, muito desemprego.
Avó - E tranca as portas do carro, olha os gatunos.
Avó - Então vá, adeus, e tranca a porta não te esqueças.

(...)

O problema não é deles, é meu

Começo a achar isso mesmo. O meu Sporting é o que se vê.


Quando resolvo apoiar o Benfica na UEFA, leva na pá dos bifes.

Agora que estou pelo Real, arriscando toda a minha carreira profissional - o meu chefe é catalão e barcelonista ferrenho - toma lá dois sequinhos e vai buscar.

Acho que vou começar a fazer psicologia inversa. Deuses e forças do destino, eu NÃO apoio a selecção de Portugal, ok? É que não mesmo, bah, que horror nem pensar. Eu apoio muito, huuuuum, ah, a Alemanha, e também a Itália, e já agora a Argentina. E o Messi. Eu super apoio o Messi. A sério que sim.

(Agora mezinhas e bruxedo para ajudar.)

10.4.10

E o que é que eu estou a fazer?

Provavelmente, o mesmo que uma boa parte do mundo: a ver o jogo do ano, Real Madrid - Barcelona, sendo que vão para mais de 40 anos que estes dois não estavam tão empatados (em quase tudo) a esta altura do campeonato.

Que ganhe o melhor Real! :)

9.4.10

Seja feita a sua vontade

Avó - Ó Iana, a avó vai-te fazer comidinha para levares para Madrid.
Eu - Obrigada avó, mas não precisas de ter trabalho com isso, a sério.
Avó - Mas a avó vai. [ter trabalho com isso]
Eu - Está bem a avó, obrigada.
Avó - Diz lá o que é que gostavas de levar que a avó faz o que tu quiseres.
Eu - Ah, olha avó, podiam ser umas almôndegas.
Avó - Hum... almôndegas não me está a apetecer fazer, a avó comprou um peruzinho, está bem?
Eu - Sim, avó.
(...)

Se não for em papel, não é a mesma coisa

Finalmente comecei o colossal projecto de fazer um arquivo digital de toda a tralha que tenho em dossies referentes aos tempos do técnico.

Já digitalizei uma cadeira, Análise Química. 50 megas de PDFs todos muito organizadinhos, entre aulas teóricas, exames, sebentas e exercícios resolvidos. Informação que já mais poderia destruir, que muitos foram os fins-de-semana gastos a fazer relatórios em vez de fazer aquilo que os alunos de uma qualquer universidade normal fazem num qualquer fim-de-semana, ou seja, nada.

A partir de agora, num cantinho especial do meu mega disco externo vou poder encontrar tudo sempre que quiser (sem ter que ir revirar as estantes todas a casa da minha mãe). Estou salva, se algum dia voltar a fazer algo parecido com "Doseamento de Ferro num Cereal por Espectroscopia de Absorção Atómica" (naaah) ou se tiver dúvidas sobre o tratamento de erros (mais provável).

No entanto, chegado o momento de pôr as coisas na reciclagem, está assim como que a crescer-me um nó na garganta. O estômago está meio revolto. Acho até que alguma pinguinha de suor teima em nascer-me na frente. Vai mesmo custar-me horrores.


Aulas teóricas patrocinadas pelas canetas Uniball de cores fofinhas.

8.4.10

Pets


Ora havia de ser bonito se de cada vez que sai um papel de parede que eu goste lá fosse eu mudar a casa toda. Dá muito trabalho, é uma pena, mas não dá para acompanhar o ritmo. Pelo menos as viciadas em sapatos só têm de os comprar e já está, agora papéis de parede, muita fruta. Agora, dos 324 que já vi nas revistas deco espanholas deste mês, este é mesmo fantástico, e só para perceberem, está assim ao nível de um Manolo não-sei-das-quantas dos papéis de parede. Muito à frente.




Papel Pets e o resto da maravilhosa colecção em VitalDesigners.Com

(Eu na verdade também sou viciada em sapatos, mas como agora toda a gente é - mesmo os camafeus sem estilo nenhum só para armarem ao pingarelho- eu para me fazer de exquisita finjo que não.)

AVISO JÁ QUE EM SEGUIDA PODE SER QUE HAJA SPOILERS DO LOST

Bom, se está a ler isto e se é daqueles que anda à espera do fim da série para ver tudo seguido em DVD - by the way, boa ideia - considere-se avisado.

O meu iluminado namorado anda há seis seasons a dizer a toda a gente que no final do Lost "morrem todos menos o Hurley e o Saywer, que no entanto fica sem um olho". Perante a cor amirtilada e pasmos pulmunares das pessoas que, ao imaginarem este macabro cenário, ficam à beira de esticar o pernil com a emoção, eu sempre me apresso a pôr água na fervura de modo fofinho dizendo suavemente "ah, ele está a brincar" (ainda alguém acredita que eu consigo dizer o que quer que seja sendo suave e fofinha?). Bom, para ser mais fiel à realidade, na verdade o que acontece é que fulmino-o com o olhar, chamo-lhe todos os nomes de parvo para baixo e ele rebola a rir qual hiena histérica e presunçosa.

Ora, posto isto e a sete episódios do fim, a evidência da ciência obriga-me a sair do período de negação no qual acampei alegremente nos últimos cinco anos. Isto tem cada vez mais pinta de massacre. Eles vão mesmo morrer todos. Ou quase.


Agora imaginem-no sem um olho.

7.4.10

Dietazinha oralilas

Os médicos espanhóis são uns histéricos, é o que é. Devem ter sido ordens da casa real, a Letizia a coordenar uma mega operação bikini a nivel ibérico. Hoje com a desculpa ranhosa de uns valorzitos de colesterol e triglicéridos assim um bocadinho desviantes (para a minha idade, diz a doutora) fizeram-me sentir para lá de obesa mórbida, quase que fiquei com medo que me abandonassem na rua como fizeram ao puto chinês de dez anos.

(Agora a sério, desconto de tempo: isto do puto é verdade, já não bastava matarem recém nascidas e comerem cão e gato, agora abandonam os filhos porque são gordos. Ai estes chineses andam mesmo bem aqui na minha pontuação - eventualmente hipócrita, mas ainda assim minha - moral.)

Não adiantou explicar que tenho o peso ideal, IMC 22, um miminho. Não adiantou explicar que isto são tudo tendências genéticas e não há nada que possa fazer. Estou a dieta controlada e com exames marcados para 16 de Junho.

E como se não fosse suficiente ter percebido que a única coisa boa que se pode comer numa dieta de colesterol e triglicéridos é mostarda (M-O-S-T-A-R-D-A), alguém que eu conheço muito bem tem como passatempo sádico preferido enviar-me fotos dos seus suculentos almoços em tascas de Lisboa.

Hoje, mesmo a calhar, Carne de Porco à Alentejana, que eu adoro-amo-venero (é a razão pela qual ainda não me fiz vegetariana). E o que é que eu posso comer de tudo isto, o quê, o quê?
- O limão.  Bhlac.
- O verde (salsa?). Blhac.
- Uma azeitona (não blhac mas umazinha?)
- A cenoura em pickle (...).

Batatinha frita que é boa, amarelinha e gostosinha, nem cheirá-la. Porco. Idem. Molho oleoso bom para molhar a carcaça, nicles. Nem o bivalve se livra visto que está todo gorduroso.


É caso para dizer (cantar - berrar). Aiiiiiiiiiiiiii, a minha vida!

Ser turista em casa

Isto de ir tantas vezes a Lisboa mas não viver em Lisboa é giro.  Quando era mais emigra e ia a Lisboa quando o rei fazia anos era sempre tudo uma lufa lufa de visitas familiares. Assim logo de chofre, tinham de ser pelo menos a família da mãe, a família do pai, a família da mãe dele e a família do pai dele (isto de ter pais separados é giro, a sério, não sei a quem lhe ocorreu alguma vez afirmar o contrário!). Depois avós e alguns amigos mas nunca dava para todos e nem tempo para comer um pastelinho de Belém (ok, seis) sobrava.

É uma vertente interessante esta nova, de quase turista habitual. Agora que vou a Lisboa tantas vezes, posso escalonar encontros com família e amigos e ainda tenho tempo para fazer aquelas coisas giras que os turistas fazem mas os alfacinhas residentes nem sempre, ou quase nunca, como ir para a Baixa sacar fotos ao relógio que não funciona, fazer visitas guiadas à Mouraria ou então outras coisas mais pindéricas, como visitar o Cristo Rei (há quantos anos não vão lá, heim?). Tudo isto nos intervalos de enfardanço bom e barato e digestões pesadas com o Tejo à vista, quem quando em Portugal, não esquecer, o importante é comer.

Quando trago o carro espanhol, ainda é mais divertido, porque vivo a experiência de eu saber que eles não sabem que eu sou tuga. E quando me ofendem e eu respondo, é ver a cara de assombro quando lêem os meus lábios. Sim, leêm-me os lábios, porque eu sou fina, mando-os para a c*****o, mas sem abrir a janela nem por a cabeça de fora. Enfim, detalhes distintivos de uma lady.

Nem o Cristo escapa!

6.4.10

Ai que bom que era não ter nada para fazer

Já estou a ver que esta semana vai tardar em chegar ao fim...

5.4.10

Acabaram-se-me as mini vacaciones

De volta ao trabalho e extremamente entediada estou.