7.4.10

Ser turista em casa

Isto de ir tantas vezes a Lisboa mas não viver em Lisboa é giro.  Quando era mais emigra e ia a Lisboa quando o rei fazia anos era sempre tudo uma lufa lufa de visitas familiares. Assim logo de chofre, tinham de ser pelo menos a família da mãe, a família do pai, a família da mãe dele e a família do pai dele (isto de ter pais separados é giro, a sério, não sei a quem lhe ocorreu alguma vez afirmar o contrário!). Depois avós e alguns amigos mas nunca dava para todos e nem tempo para comer um pastelinho de Belém (ok, seis) sobrava.

É uma vertente interessante esta nova, de quase turista habitual. Agora que vou a Lisboa tantas vezes, posso escalonar encontros com família e amigos e ainda tenho tempo para fazer aquelas coisas giras que os turistas fazem mas os alfacinhas residentes nem sempre, ou quase nunca, como ir para a Baixa sacar fotos ao relógio que não funciona, fazer visitas guiadas à Mouraria ou então outras coisas mais pindéricas, como visitar o Cristo Rei (há quantos anos não vão lá, heim?). Tudo isto nos intervalos de enfardanço bom e barato e digestões pesadas com o Tejo à vista, quem quando em Portugal, não esquecer, o importante é comer.

Quando trago o carro espanhol, ainda é mais divertido, porque vivo a experiência de eu saber que eles não sabem que eu sou tuga. E quando me ofendem e eu respondo, é ver a cara de assombro quando lêem os meus lábios. Sim, leêm-me os lábios, porque eu sou fina, mando-os para a c*****o, mas sem abrir a janela nem por a cabeça de fora. Enfim, detalhes distintivos de uma lady.

Nem o Cristo escapa!

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