31.8.10

Como tudo começou

Outro aniversário a assinalar: há 5 anos eu começava as aulas da post-graduação que me trouxe a Madrid, supostamente apenas por 11 meses.

29.8.10

Lista de prendas

Ou, como se diz em português, wishlist, não é coisa que vá muito com a minha maneira de ser. Já de pequena a coisa resumia-se a Barbies, Legos e marcadores Molin. Quantos mais, melhor, e assim era feliz.

O passar dos anos tornou a coisa mais complicada ainda. Detesto que me perguntem "o que queres para os anos?". De mim não levam nada, por dois motivos. Primeiro, acho detestável impingir aos outros (mesmo quando os outros são a nossa família) coisas que queremos de antemão. Isso é forçar um orçamento e sempre achei que as prendas devem ter detalhe, mais que cifrões. Segundo, é uma seca. Onde fica a emoção de abrir a prenda e ser surpreendida? Se quero uma coisa, junto dinheiro e compro. Uma prenda deve ter magia, tem de haver perlimpimpim enquanto se retiram, um por um, os bocadinhos de fita-cola.

Eu gosto de ser surpreendida. Eu raramente faço conversa de ai gosto tanto disto e daquilo, portanto, se me oferecem algo que gosto, é porque, no mínimo, estiveram atentos ao essencial. Isso é bom.

Entretanto

Já lá vão duas semanas desde que fiz trin.... vinte cinco, fiz vinte e cinco aninhos, um quarto de século, marco muito importante, pois, e tal. Ai, nem parece que já passaram trê... duas décadas e meia desde esse glorioso 14 de Agosto - em que chovia copiosamente, por sinal.

(Nada feito, não tenho jeito para mentir sobre a idade...)

28.8.10

Desde que seja Zero

A 111 Navy Chair contém 60% PET reciclado (proveniente de 111 garrafas de Coca-Cola).

26.8.10

10 anos

Fui renovar a minha autorização de residência no Reino de Espanha. Tem uma validez de 10 anos.

Há 5 anos, quando tive a primeira, tinha a certeza que não ia cá estar agora, afinal vinha para fazer uma pós-graduação de 11 meses.

Agora já não me atrevo a ter certezas, só a elaborar.

Estarei cá, daqui a 10 anos? Terei regressado a PT? Estarei na Nabímia a cuidar leõezinhos orfãos? Terei ido e voltado? Terei tido filhos? Terei ainda os mesmos gatos?

Serei feliz? Espero ser feliz. Espero sobretudo andar por cá, seja para ir renovar o papelinho ou simplesmente para olhar para ele em jeito de etapa fechada, para logo o retornar ao sítio onde guardo as recordações, em qualquer outra parte do mundo.

25.8.10

Ser totó

Acreditar em tudo o que se lê/vê é ser tóto, sim. O que digo da empresa em questão, relativamente a ter pouca consideração por questões básicas de segurança é resultado de muitos anos de leituras em revistas da especialidade, mas também de experiência pessoal. E mais não digo porque eles tb são meus clientes. Em relação às outras empresas, sejam do petróleo ou não, existem para fazer dinheiro. Mas há vida para além de ter MBAs com background de gestão a fazer cortes cegos, nomeadamente em manutenção, como já referi antes do acidente no Golfo do México ter acontecido.

Posto isto, uma coisa não invalida a outra, e o artigo referido pelo Tito prova isso mesmo. Embora (gostos pessoais) prefira o estilo de escrita do Economist, o artigo recomenda-se.

Isto vem tarde, eu sei

Pessoas várias que me têm escrito e abordado para que explique bem a história toda da BP e do derrame no Golfo do México, já que sou engenheira química e trabalho no petróleo (e devia escrever qualquer coisa de útil, para variar):

- Têm razão: eu devia escrever coisas úteis, obviamente um blog chamado hamaismundos não foi feito para ser tão levezinho, mas c'est la vie, ao contrário da maioria das pessoas, eu na vida real sou muito mais interessante do que no blog (cof cof).
- Nas férias em PT aproveitei para ler montes de jornais e constatei tristemente que até no Diário Económico os cronistas que abordaram este tema, fizeram-no de forma bastante simplista e até por vezes, mediocre. Recomendem-me, que seguramente sou mais barata e sei explicar cenas da energia muito melhor.
- Aqui no blog não me pagam e teria que gastar umas boas horas a escrever decentemente sobre esse assunto, e apesar de estar fechada na masmorra com o pé à tiracolo, apetece-me mais outras coisas, portanto vou optar por eliminar explicações e fazer apenas uns breves comentários práticos.

1º Não, a BP não vai falir por causa disto, nem anda lá perto.
2º Já são vários os acidentes graves nos últimos anos que provam o desprezo desta empresa pelos mais elementares principios da segurança industrial. Eles merecem perder clientes.
3º O petróleo não é mau. O petróleo é do mais espectacular que existe. O petróleo serve para muito mais que fazer andar popós. As renovavéis e combustíveis alternativos devem ser desenvolvidos, sim, mas não porque o petróleo seja mau ou porque agora está na moda ser verde sem sequer saber o que isso quer dizer.
4º Não digam mal do petróleo (ou de outra coisa qq) sem se informarem. Nunca nada é como é apresentado às massas. Acreditar em tudo é ser totó. E contribuir para a desinformação.

Eu sou uma luzinha ali no meio

Madrid vista desde a Estação Espacial Internacional. Mais fotos aqui. Publicado originalmenre no TugasMadrid.

23.8.10

Estou aborrecida

Madrid diz-me, lá de fora, que não é para ser vivida pela janela.

Nada feito. Até quarta-feira estou confinada à masmorra (antes palacete) de Almansa.

20.8.10

Momentos únicos

Descobrir, aos 30, que a palavra é pentelhos, não pintelhos.

Obrigada, Andorinha.

18.8.10

Era uma vez um curso de pádel

O plano era simples. Em vez de definhar de aborrecimento e passar o tempo a queixar-me de quão secante é Agosto em Madrid, 'bora lá mas é responder a essa grande dúvida existencial: "o que é que fazem as pessoas que não têm praia, no Verão?" eliminando, obviamente, a solução piscina, blhac, blhac, já disse que não gosto de piscina?

Ora, pollyanando um pouco, afinal Agosto em Madrid pode ser espectacular! Vejamos: não há filas em lado nenhum, não se paga parquímetro a partir das 15h, não há ninguém no escritório (número de pessoas ontem, a contar comigo: 2), não se podem tomar decisões importantes nem muito menos marcar reuniões chatas.

É a altura ideal para fazer aquelas coisas que vamos adiando ao longo do ano inteiro. No meu caso, e isto já vem de 2007, era ter aulas de pádel à séria. Ora, mas o que é o pádel? Vejam aqui ou logo explico melhor, mas resumindo, há raquetes e bola como no ténis e eu, zás, no segundo dia de um curso intensivo de 10, a fazer um magnificente volei cruzado indefensável, piso uma bola perdida no campo, o meu rico pé fez qq coisa parecida com o pino e ainda me raspei toda nos cotovelos ao cair. Doeu-me tanto, raios, doeu-me mesmo muitíssimo, fartei-me de rebolar no chão (nunca mais chamo fiteiros ao jogadores da bola) e como se não bastasse, claro, a tminha querida tensão arterial foi-se abaixo e não havia quem me conseguisse pôr de pé.

Enfim, foram umas figuras de estilo engraçadas. Agora, nada de desporto durante três semanas. Só me ocorre um pensamento: pobrezinha de mim.

Sem rodas, por favor

Ontem espetaram-me numa cadeira de rodas e detestei. Deixaram-me à espera do médico (detesto que me digam que é só um bocadinho e depois me deixem a secar) e quando resolvi ir refilar foi uma aventura, descobrir como fazer a manobra num espaço pequeno, como dar a volta, como abrir a porta e passar ao mesmo tempo. Desisti e fiquei à espera.

Cadeiras sim, mas sem rodas, por favor. Nada como experimentar para admirar ainda mais as pessoas que fazem a sua vida com uma cadeira como alma gémea, no nosso mundo cheio de obstáculos, e ainda assim têm força, e mais força, e bom humor, e sorrisos para dar.

He's just like a pill

Foi logo a correr comprar viagem para vir ter comigo e fazer coisas tão fantásticas como ir às compras, fazer comida, lavar a loiça, ajuda-me a tomar banho, e aturar o meu mau feitio porque eu tenho a desculpa do pé estragado.

Tenho tanta sorte. E mais que nunca, a check list do "ele é mesmo o homem da minha vida" vai-se enchendo e florescendo.

O meu pé esquerdo

Se isto fosse uma série de TV, agora passavam umas imagens muito rápidas que permitiriam ao espectador perceber mais ou menos o que aconteceu nos últimos dias. Digo mais ou menos porque, de facto, ficariam pontos de interrogação, e depois a imagem deter-se-ia no agora. E o que é o agora? Sou eu, sentada no sofá, com o pé esquerdo em cima do banco/puff que restaurei recentemente. Faço notar que o pé está ligado e tem gelo em cima. Estou oficialmente incapacitada. E é Agosto. Em Madrid.

11.8.10

Breve nota de meio da semana

Já temia chegar a domingo a dizer "livros que li estas férias: ZERO", mas comecei o 2666 ontem e portanto, vou poder dizer que li pelo menos dois ou três, visto que a obra tem 1050 páginas cinco . Estou a gostar, lê-se muito bem, a elite blogueira nacional é tão pedante que dei por mim a interrogar-me se teria capacidade para passar da página 30, se o 2666 não estaria vetado às pessoas superiores que sabem tudo de todos os autores chatos que existem e nada de ciência e tecnologia mas acham que têm muita cultura e que os outros são todos mentecaptos apenas capazes de ler as legendas dos filmes (e e). Na verdade, tirando o facto do volume da obra não permitir que seja lida de barriga para cima (uma chatice, vou ficar com o bronze heterogéneo), é bastante acessível e agradam-me aquelas movimentações geográficas todas. Também acho o Espinoza muito fofinho, e olhem que é madrileno e fala alemão, isso é um pouco inverosímil, mas está bem.

4.8.10

Liguei a televisão mas durou pouco

Se eu passasse a tarde na televisão, com os meus colegas do técnico, a relembrar, sei lá,  o professor Romão Dias (é só um exemplo), e as suas aulas, e a sua joie de vivre etc. etc., não seria uma seca para as outras pessoas, de outras áreas, que não fazem puto ideia quem foi o senhor e o que fez de importante e os motivos que nos levaram os seus ex-alunos a sentir tanto a sua morte?

Eu acho que sim.

Pois para mim também é uma seca ter que levar com debates exaustivos sobre a morte de jornalistas e actores. Só porque têm uma profissão com projecção mediática, não me parece assim tão boa ideia a dos seus companheiros de profissão decidirem que isso faz dessas pessoas figuras extremamente importantes ou até mesmo incontornavéis da história de Portugal.

Mas pronto, é Agosto. Se calhar não há incêndios.

Porque como toda a gente sabe, eu sou uma gata

(embora talvez seja mais ao contrário, se não gostas de gatos eu não gosto de ti, ou pelo menos, torço o nariz e gosto menos do que poderia)

Presentinho da Pólo Norte, outra cat person (disfarçada, mas com aquela personalidade toda, não engana...)

Boicote

O IKEA acabou com a secção de animais de estimação. Só porque não dá lucro? E a imagem? E os cãezinhos e gatinhos que espetam nos catálogos e anúncios, para o consumidor final pensar que são fofinhos? Bandidos. Não há direito.

Será dos (quase) 30?

Cada vez me apetece menos escrever ou elaborar sobre temas interessantes e fundamentais. Eu continuo a ter pensamentos existencialistas, mas depois quando abro a boca só saem palavras simples como piscina, mar, praia, fim-de-semana, saldos, calor, clara con limón, regabofe, bailar.

A idade está a tornar-me fútil.

3.8.10

Prazeres de Verão

1ª ida ao Marquês

2ª ida ao Marquês
Cafezinho decente, queijada de requeijão, taça Veleiro, água com gás: assim se é feliz. Simples, verdade?

2.8.10

Relax

Já a 100 metros do mar

Já no céu (leia-se fériaaaaaaaaaaaaaaaaaaas - ou mesmo até - feeeeeeeeeeeeeeeeesta) e com tanta coisa por contar da última semana.

Foi o regresso a Cartagena e a Portman e ao sushi dos Belones e muito mais doses de surrealismo, foram saldos imensos e poderosos, depilações e pedicures de última da hora, e o mais maravilhoso, um salvamento in-extremis de mãe gata esquelética e seis (mas agora já só cinco) mini-gatos de olhitos ainda por abrir. Umas criaturas fragéis e maravilhosas e agora com possibilidades de futuro. Uma linda ninhada, duas tricolores preciosas, um amarelo e dois tigres. Lá para o fim de Setembro estão prontos para adoptar as suas novas famílias, quem quiser é melhor candidatar-se já, desde que, claro, cumpra os requisitos 5 estrelas para adoptar gatos que me passam pelas mãos.

Dia 14 é o meu aniversário, portanto é favor aparecer em Porto Covo para me pagarem uma taça Ilha. Ou uma queijada de requeijão. Ou até mesmo um jantar no Marquês.

Até já!