27.11.09

Mais uma viagem...

... mais um passeio pela T4. Gosto mesmo da T4 de Madrid. Devia dizer "o" T4, não é? Em português é "o" terminal? Ai ai, já nem sei falar. Mas pronto, gosto mesmo "da" T4. Tanta convivência tinha que dar nisto. Na sua curta vida, a T4 já sofreu um atentado (precisamente no estacionamento onde eu costumo ficar), e depois o acidente da Spanair, e eu estive lá poucos dias antes ou depois desses fatídicos eventos. Já sei que Espanha é o único país da Europa com terrorismo activo, e que Madrid é sempre o alvo preferencial, e que um aeroporto é um aeroporto... mas não, não tenho medo! Eu vi a T4 nascer! A primeira vez que lá entrei foi no seu segundo dia de funcionamento, e deu logo para andar no mini-metro, correr para a porta alterada e passar o controlo de bagagem 2 vezes! Eu até estive na T4 no dia do nevão em Madrid (isto é tema para outro post, mas por estas bandas falar no dia do nevão de Janeiro é tipo a cena do "onde é que você estava no 25 de Abril?"). Enfim, a T4 é um bocadinho minha. Às vezes viajo em business (com as rugas, vem o estatuto, deus me livre de mais) e nem meto os pés no Vip Loung, cheio de homens cinzentos que olham para mim de soslaio, porque eu NUNCA viajo de fato e eles ficam confundidos, não bate certo que eu seja uma executiva. Mas eles sabem que eu o sou porque todos os demais sinais estão lá: portátil, blackberry, mala Samsonite e todos os demais gadgets frequent flyer. Isto para dizer que eu gosto é de andar por lá, e ver os estudantes e o resto da malta que viaja low cost, todos super animados e super turistas. Gosto de ver pessoas com os cãezitos pequenitos pela trela, gosto de ver velhotes desubicados e super prafrentex, que a vida é para viver e o mundo é para conhecer. E já me habituei a comprar praticamente todos os meus productos de beleza, e roupa na MNG e na Zara y até o rum castanho (bacardi sucks) nas lojas do aeroporto, que são mais baratas e normalmente menos abarrotadas que cá fora no "mundo real". Eu acho que já nem sei como viver sem a T4. (Bonito, estou apaixonada por um aeroporto...)
Foto por : Paulo César

26.11.09

E não é que já passou uma semana e eu nem dei por isso?

20.11.09

E não é que este fds estou em Madrid?

Com toda a movida viajante dos últimos tempos, sabe mesmo bem. :)

Sim! Sim! Sim!

Nem aguento em mim de contente! Finalmente faz-se justiça. Tantas horas de abandono pelos aeroportos desse mundo cruel (ler com ar dramático e mão na testa, por favor) vão finalmente ser recompensadas! :) A notícia no 20minutos.es: El Tribunal de Justicia de la Unión Europea (UE) concluyó este jueves que los pasajeros de los vuelos que hayan sufrido un retraso superior a tres horas tienen derecho a reclamar una indemnización equivalente a la prevista para casos de cancelación. El Tribunal entiende que el perjuicio que sufren los usuarios cuando su vuelo se retrasa más de tres horas es "análogo" y les sitúa en una "situación comparable" a la de los viajeros que afrontan una cancelación, ya que ambos pierden su tiempo. Por esta razón, "no estaría justificado que se tratara a los pasajeros de los vuelos retrasados de modo distinto". La legislación comunitaria prevé que los pasajeros de vuelos cancelados puedan reclamar una compensación a tanto alzado de entre 250 y 600 euros, pero no menciona explícitamente que los pasajeros de los vuelos retrasados disfruten también de este mismo derecho. Sin embargo, el Tribunal de Luxemburgo considera que si los pasajeros de vuelos cancelados con poca antelación tienen derecho a ser indemnizados siempre que aterricen tres horas más tarde de lo previsto aún cuando la compañía aérea les ofrezca un vuelo alternativo, lo mismo debe ocurrir con los que sufren grandes retrasos. Las aerolíneas quedarán exentas de la obligación de indemnización siempre que puedan probar que el retraso se debe a circunstancias extraordinarias que escapan al control efectivo de la compañía y que no podrían haberse evitado. En este sentido, el Tribunal recuerda que no podrán considerarse "circunstancias extraordinarias" los problemas técnicos surgidos en el avión a menos que se deriven de acontecimientos que no sean inherentes al ejercicio normal de la actividad de la compañía. En paralelo, los magistrados aclararon que a pesar de que los pasajeros tengan derecho a una compensación por retraso de más de tres horas equivalente a la de una cancelación, "la duración del retraso no basta para que el vuelo pueda considerarse cancelado". El vuelo sólo se considerará cancelado si con posterioridad a la hora de salida prevista la aerolínea traslada a los pasajeros a otro vuelo distinto al de su reserva. La sentencia de este jueves del Tribunal de la UE responde a las dudas que plantearon las autoridades judiciales alemanas y austríacas, que a su vez deben decidir sobre los recursos presentados por pasajeros de las compañías Condor y Air France en los que reclaman una indemnización equivalente a la prevista en caso de cancelación porque sus vuelos llegaron a su destino con 25 y 22 horas de retraso. E agora vou ali refazer umas reclamações que tinham ido para a gaveta porque as companhias chamavam "atrasos" o que realmente foram "cancelamentos". Agora vão ver como os vou esmifrar a todos até ao tutano. Sim. Vou mesmo. E vai ser tão bom.

19.11.09

Até fiquei indisposta

Recebi um convite para o lançamento do livro ""Diez años de jurisprudencia de la Audiencia Nacional en materia de Derecho de la Competencia". Vão lá estar montes de senhores importantes, sérios e chatos. Deus me livre.

Roubalheira

Recentemente, mais dois exemplos. - Licença internacional de condução: Espanha - 9€ Portugal - 45€ (E o senhor do ACP ainda tem o descaramento de me dizer que se me fizer sócia tenho um desconto de três euros...) - Saquinhos transparentes do aeroporto, aqueles onde temos de pôr os líquidos e cremes, aqueles que têm de ser mesmo aqueles, e não outros quaisquer, ainda que de dimensões e transparência similar... Madrid, Paris, Detroit, Houston, La Coruña (últimos aeroportos por onde passei) - grátis Lisboa - 1€ cada dois saquinhos, desde a semana passada. Podem ser detalhes, é verdade que não matam, mas moiem... nestes momentos passa-me logo a vontade de voltar a Portugal...

16.11.09

Eu já

Eu já... me esqueci de um portátil na casa de banho de um aeroporto (mas recuperei-o!). Eu nunca... mais voltei a ver o meu primeiro amor (felizmente, que deve estar gordo e feio...). Eu sei... que nunca me vou sentir absolutamente realizada (ah, eternamente insatisfeita). Eu quero... muito (e sempre mais). Eu sonho... demasiado (e demasiadamente real). Directamente do Quadripolaridades, para quem lhe apetecer...

13.11.09

És oficialmente um frequent flyer

... quando fazes o check in online de um voo de 60 euros e a companhia oferece-te passar a business, porque "és um passageiro importante". Adoro estas estratégias de marketing! Venham mais!

You're all alone

T4 de Barajas by Ângela Silva
Ou os meus já muitos pequenos-almoços apressados com esta paisagem de fundo. Um aeroporto é o sítio onde melhor se respira a solidão. Quanto mais cheio está, mais sozinhos estamos.

10.11.09

Home sweet home

Reparei agora que no post de ontem disse simplesmente "casa". Não especifiquei, como de costume, "casa de Madrid". Estou um bocado cansada de especificar. Casa de Madrid, casa de Lisboa, até o hotel Hesperia La Coruña já tem honras de (terceira) casa. Os montes de viagens entre as casas. As casas sempre incompletas, que nenhuma tem tudo o que preciso. O mais importante está em Lisboa. No entanto e apesar disso, chamei simplesmente casa à minha casa de Madrid. Acho que sim, a minha casa é AQUI. Não ALI, não ACOLÁ. AQUÍ. Mas preciso, quero-os AQUI rápido, a Ele e aos meus quatro gatarrões melosos e mariconços. AQUI, todos. Estou cansada de tanta viagem. Estou cansada de ter sempre saudades.

9.11.09

Um muro em dominó

Foto@EPA/RAINER JENSEN
Há 20 anos caiu, pedra a pedra, o Muro de Berlim, classificado como «da vergonha» pelo Ocidente e como «muralha de protecção contra o antifascismo» pelo leste. Hoje recorda-se esse dia com o derrubar de peças de dominó, que simbolizam o muro que começou a ser construído no dia 13 de Agosto de 1961 e caiu a 9 de Novembro de 1989. (Recebido por e-mail)

1989

1989 foi um dos melhores anos da minha vida. 1989 foi o ano em que nasceu a minha irmã e eu me converti na "irmã mais velha", algo que me encheu de orgulho e responsabilidade. Quando a vi pela primeira vez, através do vidro, achei-a um bocado vermelha e enrugada. Mas depressa se converteu num bebé bonito, depois numa criança bonita, depois numa jovem bonita, e, agora, aos 20 anos, é uma jovem mulher bonita, bonita, bonita, desejada e disputada, e ainda assim humilde, simpática, generosa. A minha mana. Lembro-me perfeitamente do Natal de 1989, porque me lembro dela, pequenina e deslumbrada com as luzes da árvore de Natal. Tenho esta imagem muito clara, e outra também: na televisão dava um resumo dos acontecimentos principais desse ano. Havia pessoas a partirem um muro, e a minha mãe explicou-me que por causa daquele muro muitas famílias tinham vivido separadas muito tempo. Imaginei a minha irmã do outro lado do muro e deu-me um aperto no estômago. Fui abrir prendas (nesse ano também descobri que não havia Pai Natal) para esquecer aquele pensamento tão incómodo. Hoje, 20 anos depois da queda do muro, lembrei-me de tudo isto. Li no El País um artigo de justificava porquê 1989 foi o ano de ouro da história da Europa, e que nenhum outro ano desde 1945 foi tão importante como 1989. Que foi um ano de crescimento, de mudanças de paradigma, de novos projectos, de projectos ambiciosos e originais, desprendidos de nacionalismos mesquinhos. Também para mim 1989 foi um ano cheio de boas mudanças. Hoje celebro a queda desse muro que felizmente nunca vivi, mas que tão intimamente marcou esses dias da minha vida.

Back

Cheguei a casa e liguei a televisão. Juro que esbugalhei os olhos e fiquei uns segundos a tentar perceber se estava a delirar (algum efeito colateral do jet lag, sei lá). A televisão estava a falar em inglês. E estava mesmo. Na minha ausência, a televisão começou a emitar em versão original. Não pude deixar de sorrir com a ironia da coisa, mas torci o nariz. Espanha é menos Espanha sem as dobragens, sem aquelas vozes tão características e tantas vezes repetidas nos filmes manhosos de domingo à tarde. Processo de "hermanización" total? As neurónias não deram para muito mais. Dormi. Despertei sozinha às 2 da tarde. Faz sentido. São as 7 em Houston. Isto vai ser uma semana gira.