24.1.08
22.1.08
Joe Berardo, educando o povão
"As pessoas têm de ter calma, só se perde dinheiro na bolsa no momento em que se vende. Quem não tiver calma agora pode perder muito."
Fico reconfortada por saber que esse grande guru português da cultura e da economia apoia a minha estratégia brilhante de não tocar nas senhoras donas acções até sinal de melhores dias, o que poderá eventualmente ser daqui a três anos, mas não faz mal. Nas minhas BCPzinhas, BPIzinhas e Portucelzinhas ninguém lhes toca nos próximos tempos. Os mercados que caiam à vontade a ver se eu pego. Era só o que faltava, vender acções a preço de saldo. Nem morta.
Entretanto, será que é preciso ainda mais provas para acreditar que essa malta do finance e do investment banking são uns tontinhos de primeira, que fazem muito boa figura quando os mercados estão em alta e depois.... "ah e tal, isto é só uma crisezinha de Verão", "ah isto em 2008 vai ser bom na mesma...". Vai vai. Pois está-se mesmo a ver que vai. Desta nem a Hillary se escapa, que antes de meados de 2009 não há fartura para ninguém. Bolas, lá se foi a minha possibilidade de ficar rica a curto prazo.
21.1.08
Lisboa Avant-Garde
"Bargain-seeking tourists have long flocked to Lisbon, typically among the most affordable of European cities. But now the Portuguese capital is also emerging as a cultural force. The new Berardo Collection Museum, in the historic Belem district, boasts a major trove of modern and contemporary art. Designer hotels like Fontana Park and Jerónimos 8 are attracting style-savvy travelers. And the Design and Fashion Museum, scheduled to open in late 2008, will go a long way toward cementing the city's avant-garde status."
Confesso que quando vi esta notícia não sabia se ficar contente ou triste. Por um lado é bom andarmos nas bocas do mundo sem ser por causa da Maddie ou dos "potenciais" atentados terroristas. Por outro, estamos em segundo lugar num ranking que em primeiro lugar tem Laos (what the fuck...?) e em terceiro a Tunísia (...).
Enfim, cheguei à conclusão que não podemos ser demasiado exigentes, não se pode ter tudo da noite para o dia. Segundos do ranking não está malzito. Além disso a nível interno esta distinção tem um saborzinho especial. Aposto que os tripeiros estão a roer-se de inveja. É que nós em Lisboa respiramos cultura (Berardo), diversidade (afro lusitanos, brasileiros, chinocas, europa de leste e ainda freaks à fartazana) e como se não bastasse dizemos "bué". É assim, somos super avant-garde.
20.1.08
Home, Sweet Home
1998 foi um ano grande. Dez anos depois não restam quaisquer dúvidas disso mesmo.
Precisamente há dez anos mudámos para a nossa casa nova, onde continuam a viver os meus pais actualmente. Foi uma mudança espectacular, em todos os sentidos. Fomos viver para uma casa maior, eu voltei a ter um quarto só meu, a minha irmã teve pela primeira vez um quarto só dela, eu apropriei-me de uma casa de banho só para mim, passamos a ter uma sala digna do nome e ainda, coisa de gente fina, um escritório. Foi muito bom, principalmente depois dos anos de aproveitamento exaustivo de todo e qualquer cm2 de espaço que tivemos de fazer nos anos anteriores à mudança.
Melhor ainda foi ter cabo, foi a concretização de um sonho, acho que passei os primeiros três meses do ano entre o Fashion TV e a MTV, sem me cansar (chiça!). É por isso que me lembro tão bem de muitos dos videoclips mais famosos desse anos, como é o caso dos da Britney Spear, acabadinha de debutar, ou da Shania Twain em plena ascenção mundial.
A nossa casa nova não era nova, mas era como se fosse. As obras, a mudança, a adaptação, foi tudo uma azáfama tremenda e divertida. Dez anos depois, aquelas paredes são a nossa cara chapada, têm a nossa alma entranhada nos tijolos. Eu já lá não vivo a tempo inteiro desde 2004, mas como o meu quartinho está sempre à minha espera quando vou a Lisboa, continua a ser isso mesmo, “o meu quartinho”, onde eu me sinto sempre mais confortável, “quentinha e sequinha” *, que em qualquer outra das minhas casas desde então.
* “quentinho e sequinho”, é uma expressão recorrente da minha família, que pretende expressar conforto absoluto. Advém dum trauma comum, a guerra perdida contra o frio e a humidade que travámos durante anos a fio na nossa casa anterior, expoente máximo da grande bodega de construção que abunda por esse Portugal fora.
19.1.08
Só nos faltava mais esta...
"Serviços secretos espanhóis alertam Portugal para perigo de atentados terroristas"
Agora, além de sermos o irmão pobre da Europa, queixoso e pelintra, também já estamos na lista dos senhores terroristas. Não nos podiam ignorar, como faz o resto do mundo. Não podiam deixar-nos sossegadinhos na nossa amena calmaria à beira-mar, não... agora também já somos alvo de potenciais atentados. Que sorte. Realmente, só somos modernos naquilo que não interessa.
Os gatos da minha vida #4 - Chisca
A Chisca é gata internacional, espanhola e glamourosa, com dona de acolhimento temporário tuga (pois, eu), e com família de adopção à espera dela na Suiça. A Chisca é gata uma num milhão, porque, apesar de ter leucemia, tem uma família cinco estrelas à espera dela (e só dela) há mais de três meses, porque a pobrezinha só pode viajar quando estiver totalmente bem de saúde, o que, por sinal, estará para breve.
A Chisquinha veio viver comigo em Julho, e lá vou eu ficar outra vez de coração partido quando se for embora, emigrada para um país de gente civilizada que ama os animais. Mas não faz mal. Gata com um QE de meter inveja a muitos humanos, dá-se bem com quase toda a gente, e tenho a certeza que se adapta à sua nova vida em menos que nada.
A Chisca foi o primeiro gato fêmea que tive comigo, e quando chegou eu achava que gostava mais de gatos machos. Qual quê. Somos unha com carne. A melhor companheira de casa da mundo. A minha Chisca.
A Chisquinha veio viver comigo em Julho, e lá vou eu ficar outra vez de coração partido quando se for embora, emigrada para um país de gente civilizada que ama os animais. Mas não faz mal. Gata com um QE de meter inveja a muitos humanos, dá-se bem com quase toda a gente, e tenho a certeza que se adapta à sua nova vida em menos que nada.
A Chisca foi o primeiro gato fêmea que tive comigo, e quando chegou eu achava que gostava mais de gatos machos. Qual quê. Somos unha com carne. A melhor companheira de casa da mundo. A minha Chisca.
18.1.08
The L Word - Love and Lead
É um facto. Eu estou a devorar as quatro primeiras series do "The L World", e este mês começou a quinta! Eu sei que não é isento de interpretações paralelas assumir que se é fã de uma série de lésbicas, ou seja...não é como dizer "gosto muito do CSI". Mas posso declarar que: 1) não sou lésbica, mas 2) eu também não vivo no meio daquelas mulheres lindas, inteligentes e glamourosas. 3) As lésbicas que vejo na rua parecem todas homens feios. 4) Não sei se realmente existem mulheres assim em alguma parte do mundo, mas não há dúvida que é uma grande jogada do lobby homossexual. Posto isto, vou ver um (mais) um episódio!
14.1.08
An inconvenient truth
Ontem fiquei sem net e como não estava com muita vontade de ver o Cinderella Men dobrado em espanhol pus-me aqui a procurar na minha vasta colecção de filmes e dei por mim a rever o "An Inconvenient Truth". Já me esquecia quão bom é o documentário, quão bem desmascara o típico argumento dos "ciclos" de aquecimento global/eras glaciares, utililizado em geral pelas pessoas que eram demasiado burras para ir para ciências, que a matemática é uma complicação (para nosso azar muitas dessas pessoas trabalham na comunicação social, que se encarrega de escrever a verdade de acordo com as audiências, ou na política - votos...).
O Al Gore, depois de ter andado mais de metade da sua vida política a bater com a cabeça nas paredes do congresso dos Estados Unidos para que o ouvissem, percebeu que os políticos são ainda piores que os jornalistas e mudou de estratégia. Nada como ser um bom produto media. Ora hoje, muitas conferências, secas e inundações, tornados e tufões mais tarde, o aquecimento global já dá audiências. No EUA o must foi o Katrina, aqui como somos mais modestozinhos tivemos os campistas daquele amontoado de barracas está EM CIMA a chorar baba e renho na abertura do jornal da TVI. As coisas são sempre assim. É uma pescadinha de rabo na boca que teve um início que ninguém se lembra, mas um prémio Nobel vale o que vale e lá nisso não vou criticar a comunicação social, ela é realmente fundamental para quebrar barreiras e espalhar a palavra. Qualquer que ela seja.
O Al Gore é simplesmente genial, e se alguém me quiser oferecer alguma coisinha (ups, acho que esta conversa teria mais sentido há um mês atrás) pode conseguir-me uma entrada VIP para uma das suas conferências. Até lá, vejam e revejam o documentário. A sério, aqueles gráficos são todos verdadeiros, as conclusões são todas válidas e toda a gente na indústria do petróleo o sabe, há muitos anos. É por isso que trabalham todos que nem uns loucos a desenvolver tecnologias alternativas, pilhas de hidrogénio e o diabo a quatro. Claro que isso só estará no mercado quando der dinheiro. C'est la vie: uns querem votos e outros audiência mas - todos queremos dinheiro. Compreender, aceitar e saber jogar com este simples facto do nosso mundo, é tudo o que precisamos para o poder salvar. World, hold on!
O Al Gore, depois de ter andado mais de metade da sua vida política a bater com a cabeça nas paredes do congresso dos Estados Unidos para que o ouvissem, percebeu que os políticos são ainda piores que os jornalistas e mudou de estratégia. Nada como ser um bom produto media. Ora hoje, muitas conferências, secas e inundações, tornados e tufões mais tarde, o aquecimento global já dá audiências. No EUA o must foi o Katrina, aqui como somos mais modestozinhos tivemos os campistas daquele amontoado de barracas está EM CIMA a chorar baba e renho na abertura do jornal da TVI. As coisas são sempre assim. É uma pescadinha de rabo na boca que teve um início que ninguém se lembra, mas um prémio Nobel vale o que vale e lá nisso não vou criticar a comunicação social, ela é realmente fundamental para quebrar barreiras e espalhar a palavra. Qualquer que ela seja.
O Al Gore é simplesmente genial, e se alguém me quiser oferecer alguma coisinha (ups, acho que esta conversa teria mais sentido há um mês atrás) pode conseguir-me uma entrada VIP para uma das suas conferências. Até lá, vejam e revejam o documentário. A sério, aqueles gráficos são todos verdadeiros, as conclusões são todas válidas e toda a gente na indústria do petróleo o sabe, há muitos anos. É por isso que trabalham todos que nem uns loucos a desenvolver tecnologias alternativas, pilhas de hidrogénio e o diabo a quatro. Claro que isso só estará no mercado quando der dinheiro. C'est la vie: uns querem votos e outros audiência mas - todos queremos dinheiro. Compreender, aceitar e saber jogar com este simples facto do nosso mundo, é tudo o que precisamos para o poder salvar. World, hold on!
5.1.08
2008
E assim chegam rapidamente ao fim umas férias dignas de emigra, com muito cozido, muito bacalhau e muita TVI (não me lixem, a verdade é que Portugal de verdade quem o mostra é esta estação - para mal dos nossos pecados)... Amanhã de manhã, lá vou eu de volta à capital do império, a minha Madrid grande e fria e colorida.
Sinto aquela preguiça habitual que aparece sempre que passo mais de 4 dias seguidos a falar português, parece que a língua se me entorpece ligeiramente. Nada que não se resolva nos primeiros cinco minutos mas pronto, a preguiça está cá na mesma. Ainda não foi desta que vi a colecção Berardo, também não vi o Call Girl mas como já referi vi muita TVI, o que me confirmou que continua tudo mais ou menos na mesma, os políticos todos invejosos da boa estrela do Sócrates, o Sócrates nem aí, os preços sobem (muito) mais do que os salários e só somos modernos em cenas estúpidas como a ridiculamente restritiva lei do tabaco.
Ainda assim, todos em Portugal se queixam demasiado (ninguém o explica melhor que a Rita Barata Silvério) e dentro de mim , entre pena e saudade, sinto um reconforto crescente ao voltar para os nuestros hermanos, repletos de mau feitio mas também de uma alegria contagiante. Ah, e o petróleo chegou aos 100 dólares. E já estamos em 2008.
Sinto aquela preguiça habitual que aparece sempre que passo mais de 4 dias seguidos a falar português, parece que a língua se me entorpece ligeiramente. Nada que não se resolva nos primeiros cinco minutos mas pronto, a preguiça está cá na mesma. Ainda não foi desta que vi a colecção Berardo, também não vi o Call Girl mas como já referi vi muita TVI, o que me confirmou que continua tudo mais ou menos na mesma, os políticos todos invejosos da boa estrela do Sócrates, o Sócrates nem aí, os preços sobem (muito) mais do que os salários e só somos modernos em cenas estúpidas como a ridiculamente restritiva lei do tabaco.
Ainda assim, todos em Portugal se queixam demasiado (ninguém o explica melhor que a Rita Barata Silvério) e dentro de mim , entre pena e saudade, sinto um reconforto crescente ao voltar para os nuestros hermanos, repletos de mau feitio mas também de uma alegria contagiante. Ah, e o petróleo chegou aos 100 dólares. E já estamos em 2008.
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