Quando uma tempestade termina, o que se sentimos é felicidade, ou será afinal apenas alívio?
(Interrogação prontamente captada do mais recente episódio do The Good Wife)
30.3.11
29.3.11
Purga
Mandei fora a minha bata de laboratório antiga, cheia de manchas de petróleo. Tenho para mim que nunca mais vou precisar dela. A ver.
Dabaus
Estando a dez centímetros de distância, a minha irmã atira uma coisa (qq coisa) e vai parar a três metros. Na praia gostamos de jogar ao atira-a-alga porque ela falha sempre (mas nós não, muah ah ah).
Ensinamentos de mãe
Quanto mais te baixares, mais se te verá o cu.
(Sempre precedido de "ai, eu não gosto nada desta palavra, mas...")
(Sempre precedido de "ai, eu não gosto nada desta palavra, mas...")
24.3.11
Boquinha d'Ouro
Falo mal. Com três anos dizia bicileca, porta-gamagens e trangiripada. Na actualidade, continuo a trocar muitas palavras, e em cima disso ainda falo uma espécie de portuñol que parece espanhol mal traduzido para português. Digo hola quando chego a um sítio, em vez de boa tarde. Peço perdona se dou um encontrão a alguém, blasfemo coño y no te jode y manda cojones y por aí fora. E permanentemente escrevo y em vez de e. Isto, é o menos mau. O resto não conto.
(Escrevi este post a contar coisas más de mim só porque não queria que ficasse a Jeninha a aparecer em primeiro lugar. Isso é que não.)
(Escrevi este post a contar coisas más de mim só porque não queria que ficasse a Jeninha a aparecer em primeiro lugar. Isso é que não.)
Mudança drástica de assunto
Então a parvalhona da Jeninha Lopes tem uma música com a batida da lambada? Da "nossa" lambada? Estou indignada. Indignada me hayo.
Partir
No Verão de 1998 passei oito semanas seguidas em Porto Covo. Fiquei amiga da juventude local, e vivi desde o ponto de vista dos locais o fluxo migratório dos veraneantes. Foram quatro os grupos diferentes a que pertenci, um por cada quinzena que passava. Era fazer amigos e ficar, ver os companheiros de praia e noitadas fazer as malas, para logo chegarem outros, novas amizades, e sempre a praia e as noitadas. Quando regressei no fim de Agosto estava esgotada de despedidas.
Quase sempre na minha vida quem partiu fui eu. Parti de Lisboa, parti de Gent, parti de Madrid, parti de Sines. A solidão da novidade nunca me fez mossa. Chegar a um sítio novo completamente sozinha é duro, foi duro, mas a expectativa das novas amizades, da nova vida, de tudo o que se vai ganhar e aprender no novo mundo compensa.
Mas a última vez que parti foi de Sines, quando fiz este blog, e contra todas as expectativas, regressei a Madrid e por cá continuo. Fui gostando, fui ficando, fui gostando mais. Demasiado tempo no mesmo sítio vicia, quanto mais meses passam mais difícil é partir. Porque quando se parte também se perde, e se deixar Lisboa não me custou, que a Lisboa regressarei sempre (ou isso gosto de pensar), o mesmo não se pode dizer de Gent, ou de Madrid, ou de qualquer terra que não a minha.
Ficar significa ver partir. Já levo uns anos disto, começa-me a pesar. Faço as contas e dos meus vinte amigos do primeiro ano restam dois em Madrid. Dos muitos outros que conheci entretanto, poucos são os que vejo numa base regular, ditada por afinidade, claro, mas também por localização, que esta metrópole gigante com o seu ritmo voraz dificulta as amizades que tenham pelo meio mais de três estações de metro.
E com cadência incerta mas segura, sempre as partidas. O Luís está na Arábia Saudita, a Paula na Escócia, o Daniel na Suiça. A Sílvia em Tarragona, o Javier em Sevilha, a Lucía em Bilbao. A Maria tem quase bilhete de regresso a Portugal, a Romina tem a Bolívia no horizonte, a Ana talvez siga para a Holanda mais cedo que tarde. São já muitos os que vi partir, mais ainda os que se seguirão. Em duas semanas vou conhecer um magote de gente que inevitavelmente se separará em Maio de 2012, no fim do MBA.
Ver partir e ficar é complicado. É penoso fazer amizades com o pressuposto de que essa pessoa eventualmente nos vai deixar, e que a nossa relação se tornará com a passagem dos anos pouco mais que uns quantos likes no Facebook. Não há like que substitua um sorriso de carne e osso.
O Verão de 1998 foi o mais bem vivido da minha vida, mas foi também o mais agridoce. Na última semana quem desejava partir era eu, que quando partimos temos mais em que pensar que o que deixámos para trás. Aguardo com tranquilidade mas com alguma tristeza o dia em que a movida de Madrid já não colmate a ausência das partidas e a solidão dos adeus. Quando esse dia chegar, partirei outra vez.
Quase sempre na minha vida quem partiu fui eu. Parti de Lisboa, parti de Gent, parti de Madrid, parti de Sines. A solidão da novidade nunca me fez mossa. Chegar a um sítio novo completamente sozinha é duro, foi duro, mas a expectativa das novas amizades, da nova vida, de tudo o que se vai ganhar e aprender no novo mundo compensa.
Mas a última vez que parti foi de Sines, quando fiz este blog, e contra todas as expectativas, regressei a Madrid e por cá continuo. Fui gostando, fui ficando, fui gostando mais. Demasiado tempo no mesmo sítio vicia, quanto mais meses passam mais difícil é partir. Porque quando se parte também se perde, e se deixar Lisboa não me custou, que a Lisboa regressarei sempre (ou isso gosto de pensar), o mesmo não se pode dizer de Gent, ou de Madrid, ou de qualquer terra que não a minha.
Ficar significa ver partir. Já levo uns anos disto, começa-me a pesar. Faço as contas e dos meus vinte amigos do primeiro ano restam dois em Madrid. Dos muitos outros que conheci entretanto, poucos são os que vejo numa base regular, ditada por afinidade, claro, mas também por localização, que esta metrópole gigante com o seu ritmo voraz dificulta as amizades que tenham pelo meio mais de três estações de metro.
E com cadência incerta mas segura, sempre as partidas. O Luís está na Arábia Saudita, a Paula na Escócia, o Daniel na Suiça. A Sílvia em Tarragona, o Javier em Sevilha, a Lucía em Bilbao. A Maria tem quase bilhete de regresso a Portugal, a Romina tem a Bolívia no horizonte, a Ana talvez siga para a Holanda mais cedo que tarde. São já muitos os que vi partir, mais ainda os que se seguirão. Em duas semanas vou conhecer um magote de gente que inevitavelmente se separará em Maio de 2012, no fim do MBA.
Ver partir e ficar é complicado. É penoso fazer amizades com o pressuposto de que essa pessoa eventualmente nos vai deixar, e que a nossa relação se tornará com a passagem dos anos pouco mais que uns quantos likes no Facebook. Não há like que substitua um sorriso de carne e osso.
O Verão de 1998 foi o mais bem vivido da minha vida, mas foi também o mais agridoce. Na última semana quem desejava partir era eu, que quando partimos temos mais em que pensar que o que deixámos para trás. Aguardo com tranquilidade mas com alguma tristeza o dia em que a movida de Madrid já não colmate a ausência das partidas e a solidão dos adeus. Quando esse dia chegar, partirei outra vez.
23.3.11
O despertar
Gosto mesmo da expressão The Arab Awakening, por estes dias repetida à exaustão. Por um lado lembra-me o distante 10º ano e a primeira aula de filosofia com a Alegoria da Caverna. Sim, é uma visão muito romântica da coisa, o povo árabe a libertar-se da sua condição de escuridão e da opressão em que vive aprisionado. Infelizmente a luz da verdade é sangrenta e cruel. Tenho esperança que as democracias ocidentais cumpram com o seu dever, que não é outro senão o de actuar para impedir, ou ao menos minimizar, a chacina pandémica a que estamos a assistir. Estou expectante quanto a um final feliz. Utopia? A ver vamos.
O mundo está a mudar as we speak.
O mundo está a mudar as we speak.
22.3.11
Eternal Sunshine of the Spoteless Mind
Não tem nada a ver, mas a expressão the arab awakening recorda-me um dos meus filmes favoritos de sempre, com o melhor título da história do cinema, Eternal Sunshine of the Spoteless Mind. Associações de ideias, há quem as explique, eu limito-me a experimentá-las.
Al Jazeera
Farta da CNN (eles já foram melhores, não já?) ontem dei por mim a ver o canal de notícias Al Jazeera e a mandar a baixo pelos menos umas 5 mol de preconceitos. Em meia-hora não se avalia um canal, mas gostei do que vi, correspondentes árabes e europeus, diplomatas americanos, vários pontos de vista, enfim, muito menos tendencioso do que imaginava que fosse.
20.3.11
Me gusta
"As meninas" vs os nossos maravilhosos azulejos (foi preciso deixar Portugal para me apaixonar por eles) em versão Corte Inglês. Gosto, gosto, gosto...
12.3.11
Estudante
Entretanto, vou ser estudante outra vez. Porque eu acredito e defendo que sim, estudar é bom, é importante e aumenta as nossas oportunidades, estudar melhora-nos e torna-nos mais humildes, à medida que percebemos que sempre haverá mais para saber. Aprender deve ser algo que fazemos ao longo da vida, se queremos ser bons e bem produzir . Obviamente, ninguém disse que somente estudar serviria de alguma coisa. O que se estuda também importa, e onde queremos viver, e quanto queremos ganhar, e quantos sacrifícios pessoais estamos dispostos a fazer pela carreira - ou não. A partir de 4 de Abril os meus neurónios voltam ao treino diário intensivo.
À rasca
Bom, bom, era que a manifestação servisse para mudar a postura da grande maioria dos portugueses perante o trabalho. Que de repente a produtividade disparasse e tudo o que é empresa se fosse instalar em Portugal, que com tão boa comida e clima de certeza não lhes custaria muito. Que se criassem empregos bons e fartos para todos os que estão em PT, e para os outros que estamos no estrangeiro podermos ao menos termos a oportunidade de pensar em regressar.
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