Este, não vou perder por nada.
30.9.07
29.9.07
Os gatos da minha vida #2 - Tomix
Não há amor como o primeiro, dizem. Um dos gatos mais importantes da minha vida, foi, por isso, o primeiro gato que conheci. As minhas lembranças dele resumem-se a esta foto e às palavras da minha mãe.
O Tómix foi levado a minha casa por uns miúdos lá da rua onde vivíamos nessa altura. Tinham-no encontrado à beira da estrada e foram bater à minha porta com ele em braços, remeloso e cheio de pulgas. Eram tantas que boiavam na água quando a minha mãe o lavou. O Tómix era amarelo, lindo e carinhoso, eu tinha dois anos e massacrava-o, o fofinho nem um arranhão me deixou.
O Tómix esteve pouco mais de um ano connosco. Não me lembro dele, mas tenho saudades ainda assim.
27.9.07
Há 10 anos...
Para comemorar o facto de já ser velha o suficiente para me lembrar (muito) bem das coisas que vivi vai para lá de uma eternidade, inauguro esta nova rubrica à qual decidi chamar, pomposamente, "Há dez anos..." (original, portanto).
Vou começar...
Há 10 anos...
... ia ao Rookie às sextas à noite, e bebia, entre outras coisas, shots de Golden Strike.
Hum, pensando bem, não sei se me quero recordar deste tipo de coisas. Talvez seja melhor tentar com imagens (e se forem de gajas boas e bonitas entro para o top dos blogs num instantinho).
Abortice máxima
Merda! Escrevi um post lindo, maravilhoso, daqueles que me fazem sentir mesmo realizada, foi óptimo, as palavras fluiam, tudo saía bem à primeira. Apaguei-o não sei como. Agora não me apetece escrever tudo outra vez. Que irritação. COMO É QUE ESTAS COISAS AINDA ME ACONTECEM AO FIM DE TANTOS ANOS DE COMPUTADOR?
25.9.07
T-A-P: Take Another Plain
Eu andava a encher, a encher, a encher... e pronto, desta é de vez! Essa maravilhosa companhia portuguesa de seu nome TAP, que desde o fim das colónias portuguesas não tem servido senão para enterrar dinheiro do estado (ou seja, dinheiro de todos nós), acabou de perder (mais) um passageiro frequente.
De tão ridículo até parece de propósito, mas de facto, não apenas as iniciais mas também todo o comportamento da companhia convida qualquer pessoa que não se considere estúpida de todo, a voar noutra companhia. Porque, sinceramente, mau serviço não falta por aí, mas pelo menos sai mais barato. Agora, não estou para andar a alimentar gulosos. Toda a vida a minha família fez muitos sacrificios para que eu pudesse estudar e eu tento retribuir, tanto que devo pertencer ao grupo dos 0,0001% dos portugueses que não está onde está devido a cunha. E disso muito me orgulho, portanto, se é para ser generosa prefiro dar o dinheiro à União Zoolófila. I'm done with "vou gastar mais mas estou a ajudar uma companhia portuguesa". Que se lixem. Não merecem. Raramente tratam o seu ganha pão com respeito.
Eu tentei. Mesmo. Mas estou farta. Já me estava a habituar à inevitabilidade física dos voos da TAP sairem sempre com pelo menos uma hora e meia de atraso, mas desta vez passaram das marcas. No domingo o voo não estava atrasado, mas claro, qual lei da física newtoniana, o que sobe também desce e lá se foi a minha alegria por terra num instantinho. Depois de nos terem metido todos num autocarro nojento sem ar condicionado e nos terem deixado lá a destilar um quarto de hora, quais judeus a caminho dos campos, toca a sair tudo outra vez para a porta de embarque, que afinal havia um "problema". Claro está que explicações, tá quieto. Não havia. Podiam ser muitas coisas, e nem sequer podiam dar uma estimativa de quanto tempo ia durar o "problema", ou seja, nem sequer podia dar uma volta ou comer qualquer coisa no aeroporto descansadamente.
O regresso ao autocarro foi tão caótico que dois estrangeiros comentavam ao meu lado que "era porque se fazia tudo à mão, ainda não havia computadores", o que me obrigou a intervir e explicar-lhes o que se passava . Não admito que todos os portugueses sejam tomados por atrasados mentais graças à incompetência dessa-companhia-que-só-de-pensar-o-nome-me-dá-azia.
Também fiquei a saber que os voos que realizo com frequência agora são realizados nos aviões minorcas da Portugália, o que significa que nunca mais me livro da porcaria do autocarro estilo World War II, já que as avionetes utilizadas são pequenas de mais para as mangas dos aeroportos.
À entrada do avião estavam a pedir o cartão de embarque à entrada, o que aumentou ainda mais a espera. Mas 0 melhor de tudo foi, depois de uma parvalhona de uma hospedeira (assim designada para acentuar o glamour de servir cafés a 10 mil pés) me ter dito que sim, que o voo incluia refeição, me ter sido um minúsculo gelado (a "refeição").
O comandante estava ao nível e pediu desculpas pelo atraso devido a "motivos operacionais", o que me deixou com uma vontade enorme de o esbofetear e explicar-lhe que isso não é justificação que se apresente, ou ele pensa que está a falar com ignorantes? Motivos operacionais podem ser qualquer coisa, incluindo o "estive a levar no cu do meu co-piloto". Eu tenho direito a uma E-X-P-L-I-C-A-Ç-Ã-O. Em inglês ainda foi melhor, limitou-se a um "sorry for the late". Muito bom. Depois disso já só desejava aterrar viva...
Ah, milagrosamente, não me perderam as malas. Mas não se livram da reclamação, para eles e para a DECO. E pronto, assim se perdem clientes.
19.9.07
Will you join us?
É simplesmente a melhor iniciativa "energy related" de sempre. Nada como experimentar para perceber os enormes desafios que nos aguardam ao longo das próximas décadas. E dá direito a um "regalito" muito simpático. Em http://www.willyoujoinus.com/, está claro.
16.9.07
13.9.07
No seguimento do post anterior...
prometo não voltar a falar de idas a Fátima em vão. E abstenho-me de comentar o desfecho do jogo de ontem. Tenho dito.
12.9.07
Eu juro...
... que se hoje ganharmos, eu vou mesmo, mas mesmo mesmo mesmo a Fátima, e até pago as minhas promessas todas em atraso com velinhas a dobrar. Estou a stressar, isto de acompanhar o jogo pela net não tem piadinha nenhuma, e, ainda por cima, não sei de nenhum café de tugas em Madrid onde possa ver o jogo num ambiente lusitano. Emigras deste mundo, ajudem-me!
11.9.07
Onde é que você estava no 11 de Setembro?
Eu era suposta passar a tarde a estudar para esse belíssimo exame de época especial de Materiais e Corrosão, no qual tive 11: 9 na parte de Materiais (a melhor nota) e 2 na parte de Corrosão (a melhor nota foi um 4).
Lembro-me que eram quase duas da tarde, estava a levantar a mesa do almoço, tinha a TV na SIC e nem sequer ia terminar de ver o Jornal da Tarde, que a 11 de Setembro ainda restam muitos vestígios da silly season e já não há paciência para ela. Quando ia da sala para a cozinha com a toalha de mesa e dois copos na mão, vejo pelo canto do olho um arranha-céus em chamas. Pouso as coisas, levanto o som, chamo a minha irmã para ver, que me ignora, claro, que o messenger é muito mais fixe.
“Que incêndio tão grande!”, foi o meu primeiro pensamento, e logo começam os jornalistas a dizer que um avião da polícia (!) tinha chocado “acidentalmente” contra uma das torres do World Trade Center. Nisto, vê-se outro avião a aparecer na imagem e depois a colisão, repetida à exaustão.
Aquele dia foi surrealista. O nosso grupo dos quatro fantásticos juntou-se como previsto, mas não foi para estudar, está claro. Em menos de nada, já se falava em Al-Qaeda e Bin Laden, dois nomes que até então me eram totalmente desconhecidos. Eu nem podia acreditar no que estava a ver, e mais, que de facto o estava a ver, em directo. E vi tudo. A colisão, o fogo, o fumo, as pessoas à janela, as pessoas a caírem, as pessoas a chorarem na rua, a primeira torre a cair, a segunda torre a cair, o pó do impacto, os destroços. Tudo, em directo. No fim, éramos unânimes: ali começava a terceira guerra mundial. A economia ia estalar. A bolsa ia crashar. O mundo como o conhecíamos ia terminar. Agora pode parecer exagerado, mas naquele dia, em que se falava em vinte mil mortos, em que vimos todo aquele horror, não nos passou pela cabeça que tamanha afronta aos EUA ficasse por menos.
Felizmente não foi o fim do mundo, mas alguma coisa muito profunda abalou a nossa tão orgulhosa e dominante sociedade ocidental. Passámos a saber, conscientemente, que não estamos seguros. Fizeram questão de nos lembrar disso, outra vez, em Madrid, e depois em Londres, e agora tornou-se “normal” que volta e meia Heathrow cancele cinquenta mil voos por suspeitas de possíveis atentados. A mim, pelo menos, esta sensação de não estar segura dá cabo de mim. Mas sou das que defendo exacerbadamente que, as nossas vidas, temos de as viver como se nada fosse. E desejar nunca ter de presenciar nada parecido ao que se aconteceu naquele dia em NY.
O mundo mudou muito e as nossas vidas também. A vida separou os quatro magníficos. O Manel trabalha na Africa do Sul, eu em Madrid, o Victor termina o seu doutoramento em Lyon e o Rodrigo creio que faz investigação no IST e teve um pequerrucho com uma polaca. Mas naquela tarde, vivemos juntos um acontecimento histórico e tivemos plena consciência disso. Tenho a certeza que o Manuel, o Victor e o Rodrigo, quando virem as notícias hoje, se lembrarão dessa tarde tão bem como eu, de como partilhamos o nosso espanto, os nossos medos e as nossas conjecturas. E quando nos perguntarem, aos quatro, onde estávamos no 11 de Setembro de 2001, a resposta será só uma.
“Eu estava em Lisboa, nos Olivais Sul, a “estudar” Materiais e Corrosão.”
Lembro-me que eram quase duas da tarde, estava a levantar a mesa do almoço, tinha a TV na SIC e nem sequer ia terminar de ver o Jornal da Tarde, que a 11 de Setembro ainda restam muitos vestígios da silly season e já não há paciência para ela. Quando ia da sala para a cozinha com a toalha de mesa e dois copos na mão, vejo pelo canto do olho um arranha-céus em chamas. Pouso as coisas, levanto o som, chamo a minha irmã para ver, que me ignora, claro, que o messenger é muito mais fixe.
“Que incêndio tão grande!”, foi o meu primeiro pensamento, e logo começam os jornalistas a dizer que um avião da polícia (!) tinha chocado “acidentalmente” contra uma das torres do World Trade Center. Nisto, vê-se outro avião a aparecer na imagem e depois a colisão, repetida à exaustão.
Aquele dia foi surrealista. O nosso grupo dos quatro fantásticos juntou-se como previsto, mas não foi para estudar, está claro. Em menos de nada, já se falava em Al-Qaeda e Bin Laden, dois nomes que até então me eram totalmente desconhecidos. Eu nem podia acreditar no que estava a ver, e mais, que de facto o estava a ver, em directo. E vi tudo. A colisão, o fogo, o fumo, as pessoas à janela, as pessoas a caírem, as pessoas a chorarem na rua, a primeira torre a cair, a segunda torre a cair, o pó do impacto, os destroços. Tudo, em directo. No fim, éramos unânimes: ali começava a terceira guerra mundial. A economia ia estalar. A bolsa ia crashar. O mundo como o conhecíamos ia terminar. Agora pode parecer exagerado, mas naquele dia, em que se falava em vinte mil mortos, em que vimos todo aquele horror, não nos passou pela cabeça que tamanha afronta aos EUA ficasse por menos.
Felizmente não foi o fim do mundo, mas alguma coisa muito profunda abalou a nossa tão orgulhosa e dominante sociedade ocidental. Passámos a saber, conscientemente, que não estamos seguros. Fizeram questão de nos lembrar disso, outra vez, em Madrid, e depois em Londres, e agora tornou-se “normal” que volta e meia Heathrow cancele cinquenta mil voos por suspeitas de possíveis atentados. A mim, pelo menos, esta sensação de não estar segura dá cabo de mim. Mas sou das que defendo exacerbadamente que, as nossas vidas, temos de as viver como se nada fosse. E desejar nunca ter de presenciar nada parecido ao que se aconteceu naquele dia em NY.
O mundo mudou muito e as nossas vidas também. A vida separou os quatro magníficos. O Manel trabalha na Africa do Sul, eu em Madrid, o Victor termina o seu doutoramento em Lyon e o Rodrigo creio que faz investigação no IST e teve um pequerrucho com uma polaca. Mas naquela tarde, vivemos juntos um acontecimento histórico e tivemos plena consciência disso. Tenho a certeza que o Manuel, o Victor e o Rodrigo, quando virem as notícias hoje, se lembrarão dessa tarde tão bem como eu, de como partilhamos o nosso espanto, os nossos medos e as nossas conjecturas. E quando nos perguntarem, aos quatro, onde estávamos no 11 de Setembro de 2001, a resposta será só uma.
“Eu estava em Lisboa, nos Olivais Sul, a “estudar” Materiais e Corrosão.”
9.9.07
Don't feel guilty...
...if you don't know what you want to do with your life. The most interesting people I know didn't know at 22 what they wanted to do with their lives, some of the most interesting 40 year olds I know still don't.
(Às vezes sinto-me velha. Queria ter 17. Aos 17 pensava que ia ter tempo para fazer tudo o que quero fazer. 10 anos depois, começo a duvidar que tal seja possível...)
8.9.07
Os gatos da minha vida #1 - Charlie
Definitely, I’m a felis silvestris catus person. Quanto mais os conheço mais os amo, mais os aceito na sua sensível e inteligente existência, mais os admiro e, em conclusão, mais dependo deles. Cada gato que conheço ensina-me algo. Todos têm os seus traços comuns, e, no entanto, em cada um há uma individualidade suprema, uma personalidade única e um sem fim de características que os tornam isso mesmo, grandes e ricos e belos seres, felinos que aceitaram viver mais perto de nós, domesticando-nos um bocadinho todos os dias.
O gato da minha vida sobre o qual escrevo hoje só podia ser o Charlie. Não que eu o ame mais que a outros (bom, talvez um bocadinho de nada mais), mas foi o primeiro gato (e até hoje o único) que é mesmo meu. MEU. E eu dele. “Gato e dona, gato e dona!”, costumava cantarolar com ele ao colo, nas nossas solitárias noites em Sines. Posso dizer que o salvei de uma vida pindérica e provavelmente curta, mas quem salvou a vida a quem? Quem me recebia com miaus e turrinhas e rom rons poderosos quando me sentia miserável em Sines, achando que ia apodrecer ali no fim do mundo, sem nunca mais voltar a pôr os pés numa cidade grande? Era ele, o meu Charlizão, o meu Charlizito do meu coração.
O Charlie foi recolhido da rua com cinco meses, e já era um grandalhão. Agora está enorme e continua mansarrão e malandro. Não emigrou comigo para Madrid, ficou “temporariamente” em Lisboa com os meus pais... claro que se apaixonaram por ele, como não?, ele é um sol de ternura. A minha mãe lá se desculpa com comentários do estilo “como é que fazes quando vieres cá de fim-de-semana” ou “coitado do gato, anda sempre para trás e para a frente”, mas eu sei que na verdade e ainda que não mo diga é porque lhe ia partir o coração ficar sem ele, agora que já são todos uma família feliz. E pronto, partiu-se-me o coração a mim não o trazer, mas decidi-o e não me arrependo. O Charlie agora já não é meu, é nosso, “é de todos”, como diz a minha irmã, mas a verdade é que nós é que somos todos dele.
O gato da minha vida sobre o qual escrevo hoje só podia ser o Charlie. Não que eu o ame mais que a outros (bom, talvez um bocadinho de nada mais), mas foi o primeiro gato (e até hoje o único) que é mesmo meu. MEU. E eu dele. “Gato e dona, gato e dona!”, costumava cantarolar com ele ao colo, nas nossas solitárias noites em Sines. Posso dizer que o salvei de uma vida pindérica e provavelmente curta, mas quem salvou a vida a quem? Quem me recebia com miaus e turrinhas e rom rons poderosos quando me sentia miserável em Sines, achando que ia apodrecer ali no fim do mundo, sem nunca mais voltar a pôr os pés numa cidade grande? Era ele, o meu Charlizão, o meu Charlizito do meu coração.
O Charlie foi recolhido da rua com cinco meses, e já era um grandalhão. Agora está enorme e continua mansarrão e malandro. Não emigrou comigo para Madrid, ficou “temporariamente” em Lisboa com os meus pais... claro que se apaixonaram por ele, como não?, ele é um sol de ternura. A minha mãe lá se desculpa com comentários do estilo “como é que fazes quando vieres cá de fim-de-semana” ou “coitado do gato, anda sempre para trás e para a frente”, mas eu sei que na verdade e ainda que não mo diga é porque lhe ia partir o coração ficar sem ele, agora que já são todos uma família feliz. E pronto, partiu-se-me o coração a mim não o trazer, mas decidi-o e não me arrependo. O Charlie agora já não é meu, é nosso, “é de todos”, como diz a minha irmã, mas a verdade é que nós é que somos todos dele.
(Foto de Novembro de 2006, quando nos tornámos Gato e Dona!)
7.9.07
5.9.07
Sónia, a mais guapa!
Emigrante tuga que se preze não perdeu, no sábado passado, o festival eurovisão da dança. Eu, claro, votei furiosamente, gritei e vibrei com as pontuações, à medida que o programa avançava e quase todos os países davam pontinhos a Portugal. O momento da noite aconteceu com os 12 pontos vindos da Suiça, garantido por todos os emigras tugas desse país antipático. E se a França, a Bélgica e o Luxemburgo tivessem participado era vitória garantida! Mas atenção, ali havia talento, todos os países o reconheceram. E verdade seja dita, a sensualidade e o palminho de cara da Sónia Araujo ajudaram com certeza, mas sim, dançaram muito bem e as coreogafias eram espectaculares.
Mas o mais divertido eram mesmo os comentários de inveja mal dissimulada das comentadoras espanholas, perante tamanho estilo e beleza provenientes directamente de Portugal. A espanhola de serviço era uma matrafona sem jeito nenhum. Ai ai, que bem que sabe ser portuguesa nestes momentos...
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