25.9.07

T-A-P: Take Another Plain

Eu andava a encher, a encher, a encher... e pronto, desta é de vez! Essa maravilhosa companhia portuguesa de seu nome TAP, que desde o fim das colónias portuguesas não tem servido senão para enterrar dinheiro do estado (ou seja, dinheiro de todos nós), acabou de perder (mais) um passageiro frequente. De tão ridículo até parece de propósito, mas de facto, não apenas as iniciais mas também todo o comportamento da companhia convida qualquer pessoa que não se considere estúpida de todo, a voar noutra companhia. Porque, sinceramente, mau serviço não falta por aí, mas pelo menos sai mais barato. Agora, não estou para andar a alimentar gulosos. Toda a vida a minha família fez muitos sacrificios para que eu pudesse estudar e eu tento retribuir, tanto que devo pertencer ao grupo dos 0,0001% dos portugueses que não está onde está devido a cunha. E disso muito me orgulho, portanto, se é para ser generosa prefiro dar o dinheiro à União Zoolófila. I'm done with "vou gastar mais mas estou a ajudar uma companhia portuguesa". Que se lixem. Não merecem. Raramente tratam o seu ganha pão com respeito. Eu tentei. Mesmo. Mas estou farta. Já me estava a habituar à inevitabilidade física dos voos da TAP sairem sempre com pelo menos uma hora e meia de atraso, mas desta vez passaram das marcas. No domingo o voo não estava atrasado, mas claro, qual lei da física newtoniana, o que sobe também desce e lá se foi a minha alegria por terra num instantinho. Depois de nos terem metido todos num autocarro nojento sem ar condicionado e nos terem deixado lá a destilar um quarto de hora, quais judeus a caminho dos campos, toca a sair tudo outra vez para a porta de embarque, que afinal havia um "problema". Claro está que explicações, tá quieto. Não havia. Podiam ser muitas coisas, e nem sequer podiam dar uma estimativa de quanto tempo ia durar o "problema", ou seja, nem sequer podia dar uma volta ou comer qualquer coisa no aeroporto descansadamente. O regresso ao autocarro foi tão caótico que dois estrangeiros comentavam ao meu lado que "era porque se fazia tudo à mão, ainda não havia computadores", o que me obrigou a intervir e explicar-lhes o que se passava . Não admito que todos os portugueses sejam tomados por atrasados mentais graças à incompetência dessa-companhia-que-só-de-pensar-o-nome-me-dá-azia. Também fiquei a saber que os voos que realizo com frequência agora são realizados nos aviões minorcas da Portugália, o que significa que nunca mais me livro da porcaria do autocarro estilo World War II, já que as avionetes utilizadas são pequenas de mais para as mangas dos aeroportos. À entrada do avião estavam a pedir o cartão de embarque à entrada, o que aumentou ainda mais a espera. Mas 0 melhor de tudo foi, depois de uma parvalhona de uma hospedeira (assim designada para acentuar o glamour de servir cafés a 10 mil pés) me ter dito que sim, que o voo incluia refeição, me ter sido um minúsculo gelado (a "refeição"). O comandante estava ao nível e pediu desculpas pelo atraso devido a "motivos operacionais", o que me deixou com uma vontade enorme de o esbofetear e explicar-lhe que isso não é justificação que se apresente, ou ele pensa que está a falar com ignorantes? Motivos operacionais podem ser qualquer coisa, incluindo o "estive a levar no cu do meu co-piloto". Eu tenho direito a uma E-X-P-L-I-C-A-Ç-Ã-O. Em inglês ainda foi melhor, limitou-se a um "sorry for the late". Muito bom. Depois disso já só desejava aterrar viva... Ah, milagrosamente, não me perderam as malas. Mas não se livram da reclamação, para eles e para a DECO. E pronto, assim se perdem clientes.

4 comentários:

Anónimo disse...

Olá Margarida.

Não podia ter mais simpatia pelo que sentes. Mas não cometas o erro de assumir que a TAP, só por ser Portuguesa, é a pior, e, mais, que só nas nossas companhias (empresas, serviços, função pública, riscar o que não interessa) é que este tipo de coisas acontece. Certamente acontecerão em todas as companhias aéreas do Mundo, umas mais, outras menos. O meu irmão teve há coisa de duas semanas uma experiência semelhante com um voo da AirFrance, e a AirFrance é só uma das mais conhecidas companhias aéreas do Mundo...

Sobre isto tenho ainda mais qualquer coisa a acrescentar. Não foi o Oscar Wilde que afirmou que "achar que só o que é feito lá fora é que é bom é o maior sinal de provincianismo"?

PS: Mas indigna-te! Que nunca ninguém te roube o direito à indignação. Reclamar é meio caminho andado.

vicks disse...

Não concordo nada com o comentário do groingsid. Vais-me desculpar Olive, mas estás a precisar de sair do cubículo. Não digo fazer turismo mas sim VIVER uns meses noutro pais. Neste post estou 100% de acordo com a Maggie. TAP nunca! e olha que o meu irmão trabalha para eles! Nos países avançados da Europa davam-te ao menos uma explicação. Problemas acontecem em todo o lado, é verdade, mas a maneira como lidam com os clientes não tem nada a ver. Duas palavras: Cultura cívica! E isso não chegou ainda ao pais de Camões.

Fizeste muito bem em reclamar formalmente! Oxalá houvesse mais pessoas a faze-lo. Fiz isso da única vez que voei com eles (malas para Londres, eu para Lisboa) e recebi uma simpática chamada do provedor para ouvir o meu lado da historia. Gostei. Senti-me um bom cidadão.

.vitor

Unknown disse...

João,
acredita que não caio no erro de achar que "só por ser portuguesa" uma companhia é má. Pelo contrário, tenho o hábito de fazer discrimação positiva às companhias portuguesas, mas a verdade é que não me tem compensado. E nesta questão, não espero ser mais bem tratada na Iberia, na Vueling ou na Easy Jet, mas pelo menos tenho o consolo de ter pouco pela viagem, em comparação com a TAP. Beijinhos! :)

Victor,
tu também estás a precisar de sair de cubículo "Lyon"!!! :p E isso para quando? Esse doutoramento, sai ou não sai?
Em relação à reclamação, foi de raiva, não de civismo! Beijinhos! :)

vicks disse...

Igual a ti própria! :)

C ya in Madrid!

.vitor