10.11.09

Home sweet home

Reparei agora que no post de ontem disse simplesmente "casa". Não especifiquei, como de costume, "casa de Madrid". Estou um bocado cansada de especificar. Casa de Madrid, casa de Lisboa, até o hotel Hesperia La Coruña já tem honras de (terceira) casa. Os montes de viagens entre as casas. As casas sempre incompletas, que nenhuma tem tudo o que preciso. O mais importante está em Lisboa. No entanto e apesar disso, chamei simplesmente casa à minha casa de Madrid. Acho que sim, a minha casa é AQUI. Não ALI, não ACOLÁ. AQUÍ. Mas preciso, quero-os AQUI rápido, a Ele e aos meus quatro gatarrões melosos e mariconços. AQUI, todos. Estou cansada de tanta viagem. Estou cansada de ter sempre saudades.

9.11.09

Um muro em dominó

Foto@EPA/RAINER JENSEN
Há 20 anos caiu, pedra a pedra, o Muro de Berlim, classificado como «da vergonha» pelo Ocidente e como «muralha de protecção contra o antifascismo» pelo leste. Hoje recorda-se esse dia com o derrubar de peças de dominó, que simbolizam o muro que começou a ser construído no dia 13 de Agosto de 1961 e caiu a 9 de Novembro de 1989. (Recebido por e-mail)

1989

1989 foi um dos melhores anos da minha vida. 1989 foi o ano em que nasceu a minha irmã e eu me converti na "irmã mais velha", algo que me encheu de orgulho e responsabilidade. Quando a vi pela primeira vez, através do vidro, achei-a um bocado vermelha e enrugada. Mas depressa se converteu num bebé bonito, depois numa criança bonita, depois numa jovem bonita, e, agora, aos 20 anos, é uma jovem mulher bonita, bonita, bonita, desejada e disputada, e ainda assim humilde, simpática, generosa. A minha mana. Lembro-me perfeitamente do Natal de 1989, porque me lembro dela, pequenina e deslumbrada com as luzes da árvore de Natal. Tenho esta imagem muito clara, e outra também: na televisão dava um resumo dos acontecimentos principais desse ano. Havia pessoas a partirem um muro, e a minha mãe explicou-me que por causa daquele muro muitas famílias tinham vivido separadas muito tempo. Imaginei a minha irmã do outro lado do muro e deu-me um aperto no estômago. Fui abrir prendas (nesse ano também descobri que não havia Pai Natal) para esquecer aquele pensamento tão incómodo. Hoje, 20 anos depois da queda do muro, lembrei-me de tudo isto. Li no El País um artigo de justificava porquê 1989 foi o ano de ouro da história da Europa, e que nenhum outro ano desde 1945 foi tão importante como 1989. Que foi um ano de crescimento, de mudanças de paradigma, de novos projectos, de projectos ambiciosos e originais, desprendidos de nacionalismos mesquinhos. Também para mim 1989 foi um ano cheio de boas mudanças. Hoje celebro a queda desse muro que felizmente nunca vivi, mas que tão intimamente marcou esses dias da minha vida.

Back

Cheguei a casa e liguei a televisão. Juro que esbugalhei os olhos e fiquei uns segundos a tentar perceber se estava a delirar (algum efeito colateral do jet lag, sei lá). A televisão estava a falar em inglês. E estava mesmo. Na minha ausência, a televisão começou a emitar em versão original. Não pude deixar de sorrir com a ironia da coisa, mas torci o nariz. Espanha é menos Espanha sem as dobragens, sem aquelas vozes tão características e tantas vezes repetidas nos filmes manhosos de domingo à tarde. Processo de "hermanización" total? As neurónias não deram para muito mais. Dormi. Despertei sozinha às 2 da tarde. Faz sentido. São as 7 em Houston. Isto vai ser uma semana gira.

31.10.09

Let's go to the mall

Madrid - Paris - Detroit - Houston

Finalmente estou em Houston. Ontem, ou há bocado (não sei bem), fiz a directa perfeita. Acordei às 5h30 hora de Espanha. Estava a lavar os dentes para me deitar, às 11h30 de Houston, quando toca o despertador outra vez: 5h30, hora de Espanha. Não era coisa para tanto, mas enfim. Começou bem a viagem, com o avião a sair atrasado de Madrid. Em Paris foi o caos e a desordem, nota mental para evitar próximas escalas em Paris, e já agora evitar também a Air France, os tipos são uns perfeitos inúteis - é o que dá tanta protecção laboral. Perdi a ligação a Houston por dez minutos. Depois foram filas e filas e horas e horas de voo. Primeiro para Detroit, depois para Houston. Obviamente, a mala em Paris ficou. Entretanto, por estas e por outras, a minha antipatia em relação aos franceses não faz mais que aumentar. A maioria são uns (e umas) idiotas, e essa sua altivez apenas me força mais a arrogância. Num aeroporto, por muito que eles se esqueçam, o cliente sou eu. Em Detroit, surpreendentemente, tudo correu muito bem. Andei depressa, que a escala era só de 45 minutos, mas com toda a parafernália da imigração e das mudanças de terminal, cheguei à porta de embarque com uma pontualidade britânica. Além do mais, os senhores da Northwest foram uns fofinhos e meteram-me em business. Posto isto, EUA 1 - França 0. Agora, vou para o mall. Tenho a carteira cheia de dólares e estão-me a pesar... buahahahahah! :D

24.10.09

Sem maquilhagem, sem fotoshop

Paz Vega
Sara Carbonero
Patricia Conde
Elsa Pataki
Hermanas giraças e boas comó milho au naturel. Gosto do conceito.

23.10.09

Uma vez também me aconteceu ao contrário. Um brasileiro pediu-me que falássemos em espanhol porque não percebia o meu português (oi?). Na boa. Assim como assim, ele até falava melhor espanhol que português.
Eu acho fofinho quando os galegos vêm falar comigo em galego, mas é que alguns têm um sotaque tão esquisito que não dá. E metem algumas palavras raras lá para o meio, que não são nem portuguesas nem castelhanas. Não dá. Não gosto da língua. É uma barbárie, é como agarrar no português, abrir-lhe as vocais todas para parecer espanhol, meter-lhe muito espanhol lá para o meio para parecer ainda mais espanhol, e depois muitos -inhos no fim da palavras. Hoje até me disseram "gracinhas" (gracias+obrigadinha"). Insuportável.

16.10.09

O método

já andava para ver isto há séculos ee finalmente foi hoje. Só posso dizer que adorei, adorei, adorei. Que intenso. Que cruel. E provavelmente (gostaria de acreditar que não, mas...) que representativo. 5 estrelas.

7.10.09

Nota-se que estou cheia de trabalho?

Demorei 19 dias a responder a comentários no Facebook.

2.10.09

Corazonada

Madrid tem uma corazonada, mas quer-me cá parecer que vai virar coração partido lá mais para o fim da tarde. É a candidatura com maior apoio popular, mas isso não chega, e com Londres 2012 e umas quantas cidades europeias que já pensam em 2020, vai ser quase impossível. Sendo assim espero que ganhe o Rio de Janeiro. Com a Petrobras a bombar desta maneira, pode ser que ande por lá nessa altura. You never know.

1.10.09

Cork Power

Vá, toca tudo a votar na casinha de cortiça super fofinha do David Mares! Além de promovermos um produto espectacular cujas potencialidades têm sido constantemente desaproveitadas, ainda ajudamos um tuga a ganhar um prémio de reconhecido valor.

29.9.09

Potencial de negócio

Ninguém quer abrir uma "Merendeira" em Madrid? Teria êxito garantido...

24.9.09

Serão pitas?

A capacidade do blogosferio feminino em alardar o que duas ou três (vulgo líderes) opinam é, há que admitir, impressionante. Também é algo perigosa, mas enfim, vou abster-me de análises complicadas e deixar isto light. De momento anda tudo ai que horror, ai que coisa fútil, ai que crime hediondo: a Soraia Chaves vai ler bocados daquele livro (ai ai, também ele um horror e ainda por cima tem festa, que horror!). E a Soraia Chaves? Boa nas horas, horror supremo. Ora, uma importante percentagem desta gente andava, ainda há poucas semanas, a postar e a linkar e a adicionar desenfreadamente o Alfaiate Lisboeta, e aí a conversa era: ai que blog tão fixe, ai que fofinho, ai e é bem verdade que agora que ele publicou uma foto no blog é que estou toda maluca, mas é coincidência, eu até já gostava do blog antes (e "yada yada", que há que seguir as modas da blogo). Mas o que seria que aconteceria se, em vez da Soraia, fosse o supracitado costureiro a ir recitar o 2666? Será que havia tanta indignação e mal dizer? Obviamente que não. Estas meninas são em geral umas invejosas que não podem sentir o cheiro de gaja boa nem virtualmente falando. Em geral, são também solteiras à procura do príncipe. E o Alfaiate é um grosso. No caso dele, isso não é um horror.

Aquela diferença

Nestas semanas de regresso ao quotidiano, tenho recebido muitos mails de festas na capital espanhola e na capital portuguesa. Em Lisboa, a grande maioria são festas de despedida do Verão. Em Madrid, ao invés, a maioria são festas a comemorar o Outono. Apenas diferenças semânticas? Espelho de culturas? Somos nós e a nossa nostalgia da saudade (até em festa!) e eles, com o seu síndroma da festa permanente, seja pelo que for, onde for, faça sol ou faça chuva? Bom, pelo menos festas, não faltam.

22.9.09

Outono

E lá se vai o calor, e também os refrescantes duches de água fria. Ai.

15.9.09

Mesmo fixe

É, Setembro é fixe. Além do Grey's, vem o Fringe, o House, e muitos outros season premieres que agora não me estou a lembrar. E o melhor, mas mesmo o melhor, é o regresso do Barney. How I Met your Mother, pois claro. Love it!

14.9.09

Tenho todas as razões do mundo

Para ser vegetariana. Só falta sê-lo.

Um dia vou ser vegetariana.

(Mas) hoje (não) é o dia.
(Ainda) sou uma fraca.

13.9.09

Top Model Update

No outro dia cairam uns chuviscos. O gato top model ficou maluco com as gotitas do lado de fora da janela, tentando-lhes tocar, em vão (o gajo gosta de água). Mas ainda não há dono para ele: uma amiga queria-o, mas o namorado não. Um outro amigo queria-o, mas a namorada não. Felizmente, o meu amor adora gatos e eu sei que sou uma mulher de sorte. Mas como é possível não gostar de gatos? Quem não gosta de gatos ou é porque não os conhece (e lá está, sendo assim, tem de experimentar para poder opinar) ou então é burro. Só um burro* se desgosta de um inteligente. * Nota: nada tenho em contra do animal burro, ele próprio muito inteligente e obviamente incompreendido pelos seres que atribuiram a depreciativa conotação ao seu nome.

Tal e qual

12.9.09

O espaço em branco onde eu me posiciono...

... é para onde o PS vai sair disparado (pronto, não disparado, mas assim em modo jogging) depois de ganhar as eleições. Ver na bússula eleitoral.

10.9.09

On the way

Chandelier Linea Chrome Leitmotiv

8.9.09

Sou feliz

As cidades mais felizes segunda a Forbes: 1. Rio de Janeiro 2. Sidney 3. Barcelona 4. Amsterdam 5. Melbourne 6. Madrid 7. San Francisco 8. Roma 9. Paris 10. Buenos Aires Ou seja, em teoria, teria de me mudar para uma das Top5 para ser ainda mais feliz. No entanto, há um catch: nenhuma das outras cidades tem Lisboa tão ali à mão de semear como Madrid.

5.9.09

Setembro é fixe!

Voltam as séries da nossa vida, a prometer muita baba e ranhoca, como se quer.

4.9.09

Windsurf

Este fim-de-semana vou andar por aqui.
Amanhecer na barragem de Valmayor, por Sergio Cerrutti Palacios

3.9.09

48

Número de vezes que já voei este ano. Número de dias que passaram desde o último voo. Acho que ando um bocado stressada com tanta abstinência aérea. Tenho saudades da T4. Tenho saudades das lojas do aeroporto. Tenho saudades de rir e pensar contente, 30 segundos depois de aterrar: "mais uma". Acho que até tenho saudades de me irritar com os seguranças que me fazem tirar sapatos que não apitam, só porque são de salto alto. Tá bonito, tá.

2.9.09

The plot thickens

Uma das mulheres que eu mais amo neste mundo aterra em Madrid dentro em breve. Não é a primeira vez que o faz. Há no entanto uma diferença importante. Desta feita, não vem passar o fim-de-semana. Melhor dito, não vem só passar o fim da semana. Sou consciente que esta mudança a assusta um bocadinho. Talvez porque foi inesperado, talvez porque ainda não fala perfeitamente espanhol, talvez porque sabe que um grande desafio profissional a aguarda deste lado da fronteira. Quanto a mim, estou eufórica. Revivo o que senti, quando, há pouco mais de dois anos, vim viver para Madrid pela segunda vez. Sei que as situações não são comparáveis, mas também sei que esta é uma cidade que a poucos desagrada, e normalmente mesmo os mais cépticos acabam enamorados desta vida em constante movimento. Também me sinto orgulhosa. Fui eu que mais a tentei influenciar para concorrer à empresa onde ela trabalha e que agora a chama a Madrid. Acompanhei todo o processo desde o inicio, desde as primeiras entrevistas, depois a mudança, a adaptação, as expectativas, as dificuldades, as histórias divertidas, o crescer de confiança, tudo. Assisti também ao nascer da parte pior, aquela de que a crise veio e ceifou muitos postos de trabalho. Para ela, felizmente e com mérito próprio, a história foi outra. Como me disse aqui há tempos um amigo meu, actualmente perdido por terras do down under, onde há crise há oportunidades, e mai nada! Neste caso, estou plenamente convencida que a crise lhe trouxe, assim ao estilo do há males que vêm por bem, uma mudança para melhor, a todos os níveis. Claro que os desafios do novo posto, da nova cidade, do novo país, terá que os enfrentar ela. Para mim é fácil falar, pois é. Mas acredito nela. Acho que às vezes, mais até do que ela própria. Por isso dentro de mim só há espaço para a alegria e uma estúpida excitação, parecida com aquele bicho carpinteiro que me faz andar sempre a mudar determinadas coisas, às vezes de país, às vezes de emprego, às vezes de cidade, às vezes até de casa dentro da mesma cidade (e se não tenho nada disso para mudar, mudo a disposição dos móveis para alimentar o bichinho). Desta vez quem muda é ela, embora, de certa forma, mude eu também. Porque tenho com ela uma relação (como aliás tenho com a maioria dos meus amigos), muito pobre presencialmente. Há muito mail, muito telefone e muito amor, mas pouco contacto. E agora isso vai mudar. Pela primeira vez , uma grande amizade das nascidas quando eu ainda estava em Portugal, vem viver comigo, na mesma cidade que eu! Esta proximidade quase siamésica vai ser um teste para nós, como o é a distância para os que estão juntos e logo se separam. Mas sobreviveremos, de certeza, que pior já vivemos e ainda para aqui andamos a rir e a dizer parvoíces.