15.2.08

Eleições no país da siesta

Como toda a gente está cansadinha de saber vai haver eleições em Espanha no dia 9 de Março. Digo "toda a gente" porque o Rajoy e o Zapatero encarregam-se que toda a mais pequena futilidade sobre a campanha, incluindo a negociação que como, quando e onde serão os debates eleitorais esteja constantemente a ser bombardeada nos meios de comunicação. Aposto que até Portugal, que adora publicidade dos hermanos anda mais excitado nestes dias de pré-campanha.

Eu não posso votar em Espanha, porque ainda não estou "empadronada" aqui há tempo suficiente para pedir a nacionalidade (se bem que isso de ser português e espanhol parece-me uma coisa um bocado anti-natura). Mas enfim, faço de conta que sim, que tenho alguma coisa a dizer, que a minha opinião também conta!!! Mas chego à conclusão que seria mesmo muito difícil escolher entre o PSOE e o PP. O PSOE anda um bocadinho no mundo da lua no que respeita a temas económicos sérios, mas o PP e o seu líder estão mesmo a abusar. O seu discurso tipo divide o mundo em homossexuais (bani-los a todos), os emigrantes (fechar-lhes a porta e deixá-los morrer afogados no Estreito) e finalmente, as Pessoas (heterossexuais nascidos em Espanha). Não há paciência para tanto provencialismo.

Para animar a malta indecisa existem milhares de mini-partidos. Alguns desses conseguiram saltar para as páginas dos jornais e são bem variados. Um deles é o Libertades Civiles (não sei mais o que podem querer, as leis de Espanha são quase as mais avançadas do mundo nesta área). Vejam a capa do Calendário 2008:

Outro é o Ciudadanos en Blanco, que pelos vistos se compromete a votar sempre tudo em branco (não percebi muito bem aquilo). É para os descontentes com a democracia, está claro. A mim, cheira-me os Gato Fedorento vão aproveitar a deixa.
Ainda há um outro bastante interessante, seguramente composto por espanhóis heterossexuais que não dão uma queca há mais de 5 anos (ou são virgens). Pessoas honradas, portanto. E com um péssimo sentido de estética (olhem o logo, por favor!).

Eu estou a pensar numa próxima oportunidade criar o Partido dos Felinos, que defenderia a recuperação das leis do antigo Egipto que protegiam e veneravam os gatos. Ainda era capaz de acrescentar umas penalizações originais, tipo considerar os alérgicos a gatos seres inferiores da sociedade, e mandar cortar o dedo grande da mão direita a todos os que alguma vez na sua vida tivessem sido ouvidos a dizer mal dos pobrezinhos. E como os cartazes iam ter gatinhos fofinhos e pequerruchos, o partido teria imensos apoiantes (principalmente se descerem a idade de voto).
Porque em política vale tudo. É preciso é ter muitas cruzinhas.

1 comentário:

Anónimo disse...

El político gallego, al término del segundo Debate, envió un saludo afectuoso a Portugal en entrevista de una periodista de la televisión lusa.