30.4.09

Ai, ai...

Eu tenho muita sorte. Hoje, que tinha reservado voo à hora de almoço, que ia chegar cedinho a Madrid, que à hora de almoço os voos têm muito menos atrasos que à noite. Eu merecia, a sério que merecia, depois destas semanas, depois do projecto feito, depois da mega apresentação/reunião bem sucedida de ontem, depois de ainda ter ido de manhã dar graxa aos clientes (devia era ter ficado a dormir no hotel). Mas não. Por motivos metereológicos, o voo anterior foi desviado para o aeroporto de Santiago. Portanto, lá vou eu passear de autocarro, que para A Coruña o avião já não vem. E depois a ver a que horas saímos. E se não há mais problemas atmosféricos. E se a mala não se perde. E já agora, se o avião não cai. Lá para as 9 estou em casa. Boa.

28.4.09

Just being Bruni

Os hermanos estão que nem loucos. Os programas cor-de-rosa exaltam de alegria. Os programas "sérios" também. A Carla Bruni veio a Espanha (e parece que trouxe o marido).
Bruni, a rainha e a princesa. (El Mundo)

Miminhos para passageiros frequentes

Aproveitando mais uma seca de uma espera em Barajas, resolvi comprar uma espectacular máscara de olhos (já experimentei) para aqueles voos às 7 da manhã que vão com as luzes todas acesas. Ou, simplesmente, para fingir que é de noite a qualquer hora do dia.
(Nota: e não, não tenho gripe. Os voos do México não desembarcam no terminal 4.)

25.4.09

O resto dos outros (#4)

O ponto que queria marcar com a perguntinha nada inocente do primeiro desta série de posts, que, recordo, se pode traduzir como "onde é que está a informação quando nós precisamos dela?"***é: não seria melhor haver uma estrutura decente qualquer que ajudasse, de forma eficiente, um jovem a escolher a sua profissão? Aqueles psicotécnicos manhosos que nos fazem na escola, não servem para nada, o que prova que dificilmente o grátis é bom: na minha turma a 80% deu-nos que podíamos escolher "tudo". Ora obrigadinha, sim, e emprego, onde é que ele está? Eu até acho que o mercado de trabalho de qualquer europeu é, no mínimo, a Europa. Mas há quem pense de forma diferente. Há quem não sinta essa luta interna entre as saudades de casa e o gostar de conhecer outras paragens. E esses, como ficam quando descobrem que o curso que escolheram "não há" no mercado de trabalho? Digo eu, muito contentes não podem ficar. (***Nota: se algum freakalhoide responde "Google", relembro que em 1997 não existiam motores de busca dignos desse nome.)

24.4.09

O resto dos outros (#3)

É preciso explicar que eu nem me importei de vir viver para fora de Portugal. Mas também, não é que tenha tido propriamente escolha, naquele Verão de 2005 em que estávamos todos de tanga (oiço dizer que continuamos). Bom, podia ter ficado mais uns tempos a parasitar em casa dos meus pais, mas quem me conhece sabe bem que para mim essa não era, realmente, uma opção. Acho que podia ter entrado naqueles estágios que o BPI dá aos alunos do IST. Mais uma vez, isto não era uma opção. Não que eu tenha alguma coisa contra o BPI, que não tenho, a minha mãe trabalha lá e é um emprego perfeitamente normal, mas para isso tinha tirado gestão em vez de andar seis anos e meio a queimar as pestanas (e não só) no técnico, sem férias de Verão nem coisa nenhuma. Podia ainda ter pedido ao meu pai para meter a cunha com o seu amigo chefão na Tabaqueira, mas... sim, isso não era uma opção. Era o meu primeiro emprego e ia-me dar cabo da auto-estima entrar com cunha. Além de que eu sou das mais acérrimas críticas das cunhas e seria muito hipócrita da minha parte, no fim de contas, usar uma. Portanto, pensando bem eu até tive alternativas (pelo menos em teoria) a sair de Portugal. Mas eram alternativas que não me satisfaziam e por isso decidi esticar as minhas fronteiras. Mas sim, tive alternativas. No entanto, há quem não as tenha. De todo.

23.4.09

O resto dos outros (#2)

No caso do meu curso (engenharia química) nem é assim tão dramático que não haja indústria em Portugal. A formação é sólida e de banda larga, e a maioria da malta é capaz e dispersa-se por outras áreas: banca, consultoras, economia, política, educação, de tudo um pouco. Mas isto é um exemplo. Já noutros casos a história muda de figura. Um jornalista, por exemplo, se não for jornalista, dificilmente vai dar em economista. Até pode querer (que em geral não querem), mas o resultado tem uma grande probabilidade de ser desastroso.

22.4.09

O resto dos outros

Faz agora três anos, que, já andando a laurear a pevide por terras de nuestros hermanos, comecei a trabalhar num memorável projecto de incineração dedicada de resíduos industriais perigosos (isto merece um comentário noutro post). Adiante. A páginas tantas, descobri este gráfico.
Fonte: Feique
Ora, lá porque vivo em Espanha não significa que renegue o meu país querido do qual digo tanto mal, mas do qual gosto tanto (especialmente quando estou fora). Por isso, uma minha reacção semi-pavloviana levou-me a procurar, com ânsia, por Portugal.

Então, foi assim (vou tentar descrever os meus pensamentos aquando da observação do dito gráfico): Escrutínio rápido do gráfico - ok, os grandes, Alemanha, França, etc., talvez aqui nos mais pequenos, Irlanda, Bélgica, humm, não. Ok, estamos no "Resto", faz sentido, somos um país pequeno afinal... bom, a Bélgica também, mas pronto, eu vivi lá, as pessoas são diferentes lá, compreendem que a riqueza económica não cai do céu, é uma questão de mentalidade, que até temos boas condições para pôr mais indústria. Olha Sines, e aquele espectacular porto. Enfim. Ok, portanto, "Resto". Escrutínio rápido, início da lista, Suécia, Polónia, humm, meio da lista, Áustria... merda, queres ver que estamos no fim da lista? É sempre a mesma coisa, pá! Bom, vamos lá ver, fim da lista... Hungria. Hungria? Não há mais? Devo ter visto mal... deixa lá ver outra vez. Suécia, Polónia,..., Hungria. Pois. Não estamos. Ah, mas depois de Hungria vem "Outros". Ok. Estamos nos "Outros".

Escusado será dizer que não há gráficos com os "Outros". Os "Outros" não interessam. Porque ou és mais importante, e saltas à vista, ou não és tão importante, e estás no "Resto". Agora, se estás nos "Outros" do "Resto", vaitafoder, porque aqui não pintas nada! Porque és, nem mais, o resto dos outros. E esta é também, assim em linhas gerais, mais ou menos, a mesma razão porque nunca aparecemos nas tabelas da última página do Economist, mesmo que lá apareçam todo o tipo de inusitados países. Agora, perguntinha: quando eu tinha 16 anos e estava a decidir a que engenharias me ia candidatar, onde é que andavam estes gráficos?

21.4.09

Dona fora...

dias santos no sofa! Suances - "Que bom é este sofá preto! Fico meio camuflado... e os meus pelos brancos fazem um contraste muito fashion!"
Quico - "Olha, o Suances no sofá! Também quero!!!! Será que a dona não está a ver?"
Suances e Quico (em coro, bastante panascas) - "Ai ai, este sofá é mesmo confortável... e o dono é mesmo porreiro, pá!"
(Nota: A espectacular qualidade fotográfica do iphone do "dono" está claramente demonstrada nas obras acima apresentadas).

19.4.09

De cerca, nadie es normal

La acción transcurre en una familia, en apariencia “normal”, una hija “normal”, unos problemas “normales”, un amigo “normal” y un novio con problemas de reinserción… esta mezcla explosiva provoca una serie de planteamientos acerca de la educación que los padres, en la actualidad, imparten a los hijos. Es lícito responsabilizar a los padres de todas las acciones de los hijos? Son los hijos los grandes perjudicados del último cambio generacional? Sea como sea, esta comedia muestra un reflejo de las familias actuales en apariencia “Normales”.

Fartei-me de rir. E deixou-me a pensar. Entradas no atrapalo.com. Últimos dias!

16.4.09

Poesia Matemática

Às folhas tantas Do livro matemático Um Quociente apaixonou-se Um dia Doidamente Por uma Incógnita. Olhou-a com seu olhar inumerável E viu-a, do Ápice à Base, Uma Figura Ímpar; Olhos rombóides, boca trapezóide, Corpo otogonal, seios esferóides. Fez da sua Uma vida Paralela a dela Até que se encontraram No Infinito. "Quem és tu?"indagou ele Com ânsia radical. "Sou a soma dos quadrados dos catetos. Mas pode me chamar de Hipotenusa." E de falarem descobriram que eram O que, em aritmética, corresponde A almas irmãs Primos-entre-si. E assim se amaram Ao quadrado da velocidade da luz Numa sexta potenciação Traçando Ao sabor do momento E da paixão Retas, curvas, círculos e linhas sinoidais. Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclideanas E os exegetas do Universo Finito. Romperam convenções newtonianas e pitagóricas. E, enfim, resolveram se casar Constituir um lar. Mais que um lar, Uma perpendicular. Convidaram para padrinhos O Poliedro e a Bissetriz. E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro Sonhando com uma felicidade Integral E diferencial. E se casaram e tiveram uma secante e três cones Muito engraçadinhos E foram felizes Até aquele dia Em que tudo, afinal, Vira monotonia. Foi então que surgiu O Máximo Divisor Comum Freqüentador de Círculos Concêntricos. Viciosos. Ofereceu-lhe, a ela, Uma Grandeza Absoluta, E reduziu-a a um Denominador Comum. Ele, Quociente, percebeu Que com ela não formava mais Um Todo, Uma Unidade. Era o Triângulo, Tanto chamado amoroso. Desse problema ela era a fração Mais ordinária. Mas foi então que o Einstein descobriu a Relatividade E tudo que era expúrio passou a ser Moralidade Como, aliás, em qualquer Sociedade.
De Millôr Fernandes, Brasil, 1923 -

14.4.09

Top 3 Madeira

Mas também houve outras coisas muitos giras. Flores, tunéis, bananeiras, Coral, paisagem bonitas, curvas e contracurvas, calhaus em vez de areia, pão do caco, maracujás, calçada portuguesa arranjada de maneira decente (ie, com cimento), pessoas amáveis, vaquinhas fofinhas, e até um casamento algo, hum, enfim, sui generis. Para mais tarde recordar.

13.4.09

A dura realidade é...

... o fim das férias. Estive na Madeira, estive em Lisboa, foi tudo muito giro, ponchas na Madeira, almoços de família em Lisboa, uns kilinhos a mais para estimular a dieta, etc, etc. E agora Madrid outra vez - e eu gosto muito de Madrid, mas acho que gosto mais das férias. :)