24.4.09

O resto dos outros (#3)

É preciso explicar que eu nem me importei de vir viver para fora de Portugal. Mas também, não é que tenha tido propriamente escolha, naquele Verão de 2005 em que estávamos todos de tanga (oiço dizer que continuamos). Bom, podia ter ficado mais uns tempos a parasitar em casa dos meus pais, mas quem me conhece sabe bem que para mim essa não era, realmente, uma opção. Acho que podia ter entrado naqueles estágios que o BPI dá aos alunos do IST. Mais uma vez, isto não era uma opção. Não que eu tenha alguma coisa contra o BPI, que não tenho, a minha mãe trabalha lá e é um emprego perfeitamente normal, mas para isso tinha tirado gestão em vez de andar seis anos e meio a queimar as pestanas (e não só) no técnico, sem férias de Verão nem coisa nenhuma. Podia ainda ter pedido ao meu pai para meter a cunha com o seu amigo chefão na Tabaqueira, mas... sim, isso não era uma opção. Era o meu primeiro emprego e ia-me dar cabo da auto-estima entrar com cunha. Além de que eu sou das mais acérrimas críticas das cunhas e seria muito hipócrita da minha parte, no fim de contas, usar uma. Portanto, pensando bem eu até tive alternativas (pelo menos em teoria) a sair de Portugal. Mas eram alternativas que não me satisfaziam e por isso decidi esticar as minhas fronteiras. Mas sim, tive alternativas. No entanto, há quem não as tenha. De todo.

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