11.2.08

Atonement

Ontem fui ver este filme, finalmente. Já sabia pela crítica que era bom, e que tinha uma surpresa no final. Estava ansiosa porque a maioria dos filmes que vejo têm finais pobres ou desfechos previsiveis. Gostei do "Atonement" e recomendo. Para amantes do cinema clássico. Porque a vida não é feita de finais felizes.

Mais um...


... eu já alguma vez tinha contado que me assombra uma maldição? Não? Pois é, é verdade. É uma maldição bastante aborrecida: eu não posso ter telemóveis bons. Qualquer telemóvel decente dura nas minhas mãos uma média de três meses. É impossível ultrapassar essa barreira. Todos os telemóveis fixes que tive até hoje foram roubados em menos de nada, e todos os podres ranhosos continuam vivos na gaveta do hall. É que não vale a pena. Eu já tinha aprendido a lição, mas em Outubro não resisti a uma espectacular promoção e comprei um N70. Qual quê! Já foi! É que nem deu para descobrir metade do que fazia. Só eu, mesmo.

9.2.08

Em breve...


... já sei que não vou resistir a comprar uma coisinha...

7.2.08

É oficial

Chisca, a super-gata, está com o cio. Coitadinha, tenho tanta pena dela. Longe vão as tardes pachorrentas passadas à janela, a Chisca agora anda absolutamente desesperada.
A Chisca fez-se adulta e quer homem (leia-se gato), mas aqui em casa somos só nós as duas, o que não lhe serve de muito. Ainda assim, está tão chatinha tão chatinha que até tenho mais vontade de ir ao ginásio para não a ter de aturar. Ai, sou um monstro. A minha Chisca prestes a ir para a Suiça para sempre e eu a queixar-me...

5.2.08

Desabafo

A perspectiva de mudar de vida assusta sempre. Numa relação, entre os bons e os maus momentos, há sempre uma infinidade de coisas associadas que baralham as contas ao melhor matemático, fazendo com que nunca seja apenas uma questão de sim ou não, de demasiado amor ou falta dele. O problema é que o amor nunca é puro. Existem pequenas coisas (às vezes não tão pequenas assim) que simplesmente não se podem ignorar. Essas coisas vão andando pelo meio das relações, de mansinho, como uma gripe que não mata, mas mói. No final, das duas uma, ou as aceitamos, ou prescindimos delas. Se as aceitamos, temos realmente que seguir em frente, é um ponto final e não pode servir mais tarde de desculpa para, numa discussão encalorada, atirar tudo à cara da outra pessoa. Se não as aceitamos, prescindimos delas e portanto do seu "portador" - e a relação acaba. Devia ser só isto, mas - e tem de haver sempre um mas que retira exactidão à equação - quando o "das duas uma" se transforma numa terceira via que tenta misturar o melhor dos dois mundos, está o caldo entornado. Ou seja, como não se quere prescindir do "portador", tenta-se aceitar algo que não se quer aceitar, mas tenta-se. E tenta-se, e tenta-se. E tenta-se mais um bocadinho. E quanto mais se tenta, mais cresce aquilo que dentro de nós nos diz que aceitar isso é prescindir da pessoa que somos. Mas se a soma de tudo ainda assim for positiva... foge-se para a frente? Tenta-se não pensar no assunto? Eu já vivi uma relação que chegou a um ponto que se podia descrever genericamente como o que acabo de escrever. E da minha experiência, a conclusão que tirei é esta: eu demoro a encher, mas um dia, a casa vem abaixo. Foi uma merda do caraças, posso garantir, mas ainda deu para aprender outra coisa: não há nada que o tempo não cure. Demora - e dói, muito - mas um dia, voa com o vento.

Today is the Day


4.2.08

Coisas que não há em Espanha (#2)

Carnaval há. O que não há é FERIADO no dia de Carnaval. Por isso, xixi-cama que amanhã a menina levanta-se à hora a que o resto do mundo se deita.

3.2.08

Coisas que não há em Espanha (#1)

Observe-se a foto. Aparentemente, é uma bica. Mas não, não é uma simples bica. É uma bica em Espanha. Além do facto do café saber a água de lavar os pés, o que há de muuuuuuuuuito errado nesta foto? Será a chávena? O pratinho? O pacote de açúcar (que por acaso tem em média menos 1 grama de açúcar que os nossos)? Será....

... a colher??? Sim, é a colher!!!!!!! Em Espanha, não há colherzinhas pequeninas de mexer a bica. Por isso, caros senhores, se querem torturar-se e beber este líquido repugnante a que eles chamam café, e se além do mais são dos que usam açúcar, terão de amanhar com uma colher gigante (que quase não toca no fundo da chávena do grande que é).

Como experiência cultural, é hilariante. Eu, ao fim de duas semanas, comecei a beber chá.

2.2.08

É só fazer as contas...

Tive aqui a fazer umas continhas (desculpem lá, mas a malta de processos é assim). A minha média diária de posts em 2007 (tendo em conta que só comecei a 5 de Maio), foi de 0,32. Ora, sendo eu uma pessoa ambiciosa q.b., decidi em 2008 aumentar a média cerca de 30%, o que dá uma valor aproximados de 0,42 posts/dia. Ora, como estamos a 2 de Fevereiro é fazer as contas e dá logo para ver que a coisa vai mal. Ai vai, vai. Ocorreu-me fazer mais posts parvos, assim como este, sei lá. Assim devo conseguir superar o meu ambicioso q.b. objectivo. Isso em números, porque se falamos qualitativamente, ai ai... desgraça. Afinal, não vai dar para ter um blog profundo e life altering. O meu mundo não chega para tanto. É melhor dedicar-me apenas a ter um blog. Que chatisse.

Inside Maggie's Week

Semana Grande, foi o que foi. Aqui vai uma reportagem ao melhor estilo do “Inside Middle East” da CNN, mas muito mais fixe (e na minha vida também há árabes, por isso não há nada para reclamar...).

* Fim-de-semana: ora pois claro, se fico muito tempo sem escrever, é mais ou menos óbvio que fui a Lisboa. É sempre um prazer estar em Lisboa, nas minhas sete colinas (e quintas), mas fico sempre com a semana seguinte desorganizada, porque deixo Madrid em stand-by.

* Reservei a viagem à neve, finalmente. No Corte Inglês, por supuesto, mas em Lisboa. A guita vai para os hermanos na mesma, mas pelo menos os números das vendas são para Portugal.

*Segunda-feira, fui buscar a Chisca à sede da Madrid Felina, onde passou o fim-de-semana. E as boas notícias são: Chisca, a super-gata, está finalmente bem de saúde e vai viajar o mais depressa possível para a Suiça, onde a espera há mais de três meses a sua nova e espectacular família. (Nem quero pensar, vou chorar baba e ranho).

*Terça-feira: a Martinha, mais uma das minhas novas amigas tugas “made in Spain”, volta a Portugal depois de seis meses de Erasmus. Jantar no Lateral da Velazquéz, que dia de despedida tem de ser à espanhola, com tapas e muito barulho. Para ela Madrid terminou, pelo menos por agora. É que seis meses passam num instante. E 19 anos também. A minha maninha Dabaus, além de linda e esquelética e simpática, festejou os seus 19 anos, a melhor idade do mundo.

* Quarta-feira: aniversário do meu vizinho português, que aqui no Palácio de Almansa o 4º B e C pertencem ao universo lusitano. Muito divertido e tal, mas mais uma noite a dormir pouco e porcamente (não tirei a maquilhagem).

* Quinta-feira: fui buscar o Getzinho do meu coração, dois meses depois. Não tinha contado, pois não? Tive um acidente PARADA, um puto parvo que entrou pelo meu Getzinho adentro sem pedir licença. À noite, para comemorar, SPA com as amigas, corpo tonificado e vale dos lençóis às dez da noite (aaaahhhhh, prazer)!

* Sexta-feira: depois desta semana girissima, a cereja em cima do bolo foi ter terminado a revisão de P&IDs a tempo de não ter que trabalhar na sexta à tarde (mais outra maravilha espanhola, podemos sair às 13h30 à sexta-feira). Recompensa: LOST season 4 – episode 1, pois claro, o regresso desta maravilha do mundo ABC!

* A semana ainda chegou para episódios de choque cultural com muita piadinha: o Jehad lá do trabalho (o árabe), disse-me, com o maior dos descaramentos, que eu estava almost naked – tinha saia tubo por baixo do joelho – e que tinha a certeza que as mulheres em Espanha, da maneira que se vestiam, passavam frio de certeza. Eu por acaso também acho que sim, mas mantive a postura e disse-lhe que não se preocupasse connosco, que nós, mulheres europeias, nos vestimos como nos apetece e não passamos frio nenhum. Sublinhando o “europeias” (assim ao estilo “comparação”) e “apetece” (assim ao estilo “liberdade”).

* Acho que já não estou doente de gripe, nem com anginas, nem anémica, em conclusão, estoy de puta madre! Acabaram as boas desculpas para não fazer dieta... hum... Et voilá, assim voou a última semana de Janeiro. Já aconteceu 8% do ano 2008. Que os próximos 92% sejam (ainda) melhores.

22.1.08

Joe Berardo, educando o povão

"As pessoas têm de ter calma, só se perde dinheiro na bolsa no momento em que se vende. Quem não tiver calma agora pode perder muito." Fico reconfortada por saber que esse grande guru português da cultura e da economia apoia a minha estratégia brilhante de não tocar nas senhoras donas acções até sinal de melhores dias, o que poderá eventualmente ser daqui a três anos, mas não faz mal. Nas minhas BCPzinhas, BPIzinhas e Portucelzinhas ninguém lhes toca nos próximos tempos. Os mercados que caiam à vontade a ver se eu pego. Era só o que faltava, vender acções a preço de saldo. Nem morta. Entretanto, será que é preciso ainda mais provas para acreditar que essa malta do finance e do investment banking são uns tontinhos de primeira, que fazem muito boa figura quando os mercados estão em alta e depois.... "ah e tal, isto é só uma crisezinha de Verão", "ah isto em 2008 vai ser bom na mesma...". Vai vai. Pois está-se mesmo a ver que vai. Desta nem a Hillary se escapa, que antes de meados de 2009 não há fartura para ninguém. Bolas, lá se foi a minha possibilidade de ficar rica a curto prazo.

21.1.08

Lisboa Avant-Garde

"Bargain-seeking tourists have long flocked to Lisbon, typically among the most affordable of European cities. But now the Portuguese capital is also emerging as a cultural force. The new Berardo Collection Museum, in the historic Belem district, boasts a major trove of modern and contemporary art. Designer hotels like Fontana Park and Jerónimos 8 are attracting style-savvy travelers. And the Design and Fashion Museum, scheduled to open in late 2008, will go a long way toward cementing the city's avant-garde status."
Confesso que quando vi esta notícia não sabia se ficar contente ou triste. Por um lado é bom andarmos nas bocas do mundo sem ser por causa da Maddie ou dos "potenciais" atentados terroristas. Por outro, estamos em segundo lugar num ranking que em primeiro lugar tem Laos (what the fuck...?) e em terceiro a Tunísia (...).
Enfim, cheguei à conclusão que não podemos ser demasiado exigentes, não se pode ter tudo da noite para o dia. Segundos do ranking não está malzito. Além disso a nível interno esta distinção tem um saborzinho especial. Aposto que os tripeiros estão a roer-se de inveja. É que nós em Lisboa respiramos cultura (Berardo), diversidade (afro lusitanos, brasileiros, chinocas, europa de leste e ainda freaks à fartazana) e como se não bastasse dizemos "bué". É assim, somos super avant-garde.

20.1.08

Home, Sweet Home

1998 foi um ano grande. Dez anos depois não restam quaisquer dúvidas disso mesmo. Precisamente há dez anos mudámos para a nossa casa nova, onde continuam a viver os meus pais actualmente. Foi uma mudança espectacular, em todos os sentidos. Fomos viver para uma casa maior, eu voltei a ter um quarto só meu, a minha irmã teve pela primeira vez um quarto só dela, eu apropriei-me de uma casa de banho só para mim, passamos a ter uma sala digna do nome e ainda, coisa de gente fina, um escritório. Foi muito bom, principalmente depois dos anos de aproveitamento exaustivo de todo e qualquer cm2 de espaço que tivemos de fazer nos anos anteriores à mudança. Melhor ainda foi ter cabo, foi a concretização de um sonho, acho que passei os primeiros três meses do ano entre o Fashion TV e a MTV, sem me cansar (chiça!). É por isso que me lembro tão bem de muitos dos videoclips mais famosos desse anos, como é o caso dos da Britney Spear, acabadinha de debutar, ou da Shania Twain em plena ascenção mundial. A nossa casa nova não era nova, mas era como se fosse. As obras, a mudança, a adaptação, foi tudo uma azáfama tremenda e divertida. Dez anos depois, aquelas paredes são a nossa cara chapada, têm a nossa alma entranhada nos tijolos. Eu já lá não vivo a tempo inteiro desde 2004, mas como o meu quartinho está sempre à minha espera quando vou a Lisboa, continua a ser isso mesmo, “o meu quartinho”, onde eu me sinto sempre mais confortável, “quentinha e sequinha” *, que em qualquer outra das minhas casas desde então. * “quentinho e sequinho”, é uma expressão recorrente da minha família, que pretende expressar conforto absoluto. Advém dum trauma comum, a guerra perdida contra o frio e a humidade que travámos durante anos a fio na nossa casa anterior, expoente máximo da grande bodega de construção que abunda por esse Portugal fora.

19.1.08

Só nos faltava mais esta...

"Serviços secretos espanhóis alertam Portugal para perigo de atentados terroristas" Agora, além de sermos o irmão pobre da Europa, queixoso e pelintra, também já estamos na lista dos senhores terroristas. Não nos podiam ignorar, como faz o resto do mundo. Não podiam deixar-nos sossegadinhos na nossa amena calmaria à beira-mar, não... agora também já somos alvo de potenciais atentados. Que sorte. Realmente, só somos modernos naquilo que não interessa.

Os gatos da minha vida #4 - Chisca

A Chisca é gata internacional, espanhola e glamourosa, com dona de acolhimento temporário tuga (pois, eu), e com família de adopção à espera dela na Suiça. A Chisca é gata uma num milhão, porque, apesar de ter leucemia, tem uma família cinco estrelas à espera dela (e só dela) há mais de três meses, porque a pobrezinha só pode viajar quando estiver totalmente bem de saúde, o que, por sinal, estará para breve.

A Chisquinha veio viver comigo em Julho, e lá vou eu ficar outra vez de coração partido quando se for embora, emigrada para um país de gente civilizada que ama os animais. Mas não faz mal. Gata com um QE de meter inveja a muitos humanos, dá-se bem com quase toda a gente, e tenho a certeza que se adapta à sua nova vida em menos que nada.

A Chisca foi o primeiro gato fêmea que tive comigo, e quando chegou eu achava que gostava mais de gatos machos. Qual quê. Somos unha com carne. A melhor companheira de casa da mundo. A minha Chisca.

18.1.08

The L Word - Love and Lead

É um facto. Eu estou a devorar as quatro primeiras series do "The L World", e este mês começou a quinta! Eu sei que não é isento de interpretações paralelas assumir que se é fã de uma série de lésbicas, ou seja...não é como dizer "gosto muito do CSI". Mas posso declarar que: 1) não sou lésbica, mas 2) eu também não vivo no meio daquelas mulheres lindas, inteligentes e glamourosas. 3) As lésbicas que vejo na rua parecem todas homens feios. 4) Não sei se realmente existem mulheres assim em alguma parte do mundo, mas não há dúvida que é uma grande jogada do lobby homossexual. Posto isto, vou ver um (mais) um episódio!

14.1.08

An inconvenient truth

Ontem fiquei sem net e como não estava com muita vontade de ver o Cinderella Men dobrado em espanhol pus-me aqui a procurar na minha vasta colecção de filmes e dei por mim a rever o "An Inconvenient Truth". Já me esquecia quão bom é o documentário, quão bem desmascara o típico argumento dos "ciclos" de aquecimento global/eras glaciares, utililizado em geral pelas pessoas que eram demasiado burras para ir para ciências, que a matemática é uma complicação (para nosso azar muitas dessas pessoas trabalham na comunicação social, que se encarrega de escrever a verdade de acordo com as audiências, ou na política - votos...).

O Al Gore, depois de ter andado mais de metade da sua vida política a bater com a cabeça nas paredes do congresso dos Estados Unidos para que o ouvissem, percebeu que os políticos são ainda piores que os jornalistas e mudou de estratégia. Nada como ser um bom produto media. Ora hoje, muitas conferências, secas e inundações, tornados e tufões mais tarde, o aquecimento global já dá audiências. No EUA o must foi o Katrina, aqui como somos mais modestozinhos tivemos os campistas daquele amontoado de barracas está EM CIMA a chorar baba e renho na abertura do jornal da TVI. As coisas são sempre assim. É uma pescadinha de rabo na boca que teve um início que ninguém se lembra, mas um prémio Nobel vale o que vale e lá nisso não vou criticar a comunicação social, ela é realmente fundamental para quebrar barreiras e espalhar a palavra. Qualquer que ela seja.

O Al Gore é simplesmente genial, e se alguém me quiser oferecer alguma coisinha (ups, acho que esta conversa teria mais sentido há um mês atrás) pode conseguir-me uma entrada VIP para uma das suas conferências. Até lá, vejam e revejam o documentário. A sério, aqueles gráficos são todos verdadeiros, as conclusões são todas válidas e toda a gente na indústria do petróleo o sabe, há muitos anos. É por isso que trabalham todos que nem uns loucos a desenvolver tecnologias alternativas, pilhas de hidrogénio e o diabo a quatro. Claro que isso só estará no mercado quando der dinheiro. C'est la vie: uns querem votos e outros audiência mas - todos queremos dinheiro. Compreender, aceitar e saber jogar com este simples facto do nosso mundo, é tudo o que precisamos para o poder salvar. World, hold on!

5.1.08

2008

E assim chegam rapidamente ao fim umas férias dignas de emigra, com muito cozido, muito bacalhau e muita TVI (não me lixem, a verdade é que Portugal de verdade quem o mostra é esta estação - para mal dos nossos pecados)... Amanhã de manhã, lá vou eu de volta à capital do império, a minha Madrid grande e fria e colorida.

Sinto aquela preguiça habitual que aparece sempre que passo mais de 4 dias seguidos a falar português, parece que a língua se me entorpece ligeiramente. Nada que não se resolva nos primeiros cinco minutos mas pronto, a preguiça está cá na mesma. Ainda não foi desta que vi a colecção Berardo, também não vi o Call Girl mas como já referi vi muita TVI, o que me confirmou que continua tudo mais ou menos na mesma, os políticos todos invejosos da boa estrela do Sócrates, o Sócrates nem aí, os preços sobem (muito) mais do que os salários e só somos modernos em cenas estúpidas como a ridiculamente restritiva lei do tabaco.

Ainda assim, todos em Portugal se queixam demasiado (ninguém o explica melhor que a Rita Barata Silvério) e dentro de mim , entre pena e saudade, sinto um reconforto crescente ao voltar para os nuestros hermanos, repletos de mau feitio mas também de uma alegria contagiante. Ah, e o petróleo chegou aos 100 dólares. E já estamos em 2008.

30.12.07

Adeus 2007

Fico sempre um pouco nostálgica quando se aproxima o final de mais um ano das nossas vidas. Este ano correu como eu gosto: acaba melhor do que começou. Não foi um ano perfeito, mas foi um ano cheio de pequenas (?) vitórias. Foi um ano diverso: a primeira metade em Sines, a segunda metade em Madrid. Foi um ano cheio de gatos, e isso é sempre bom. Foi um ano ímpar, o que a mim normalmente não me agrada muito, mas neste caso nem me posso queixar. Sobretudo, foi um ano em que decidi com muita certeza sobre muitas coisas que eu decididamente não quero na minha vida. E como bónus, ainda percebi que há algumas sem as quais não posso (nem quero) viver.

12.12.07

When in Rome, do as the Romans do!

Traduzido por miúdos: Espanha + Natal = Lotería de Navidad!

E assim adquiri o primeiro (e último???) bilhete de lotaria da minha vida. Eu, que não sou nada dada a estas coisas, que me irrita profundamente o histerismo colectivo que se vive em Lisboa às sextas à tarde, aquela cujos pais têm de subornar para que jogue no Euromilhões em semana de Mega-Hiper-Super-Maxi-Jackpot, acabei de gastar 20 Euros inteirinhos para comprar um "décimo". Se não ganho pelo menos os vinte euros que investi, nem sei. Mas pronto, é a cultura aqui da terriola, e é verdade que isso não justifica tudo, mas é que realmente os espanhóis são muito obcecados com este tema em particular. O último mês lá no trabalho foi um suplício. Venceram-me pelo cansaço, após muitas sessões de terrorismo psicológico de segunda categoria (mas efectivo): "Ya imaginaste que lo ganamos y tu no? Serias la única... como te vas a sentir? Ya lo imaginaste? Lo vamos a comentar todo el rato... no lo podrás olvidar jamás..." Enfim, com tanta persuação não sei como é que Portugal conseguiu a independência de Espanha. Se provas faltavam, esta é a derradeira: quem se resiste a um espanhol só pode ser mais ruim que ele!!!

Anyway, desejem-me sorte!!!

PS - O número da imagem não é o meu bilhete, escusam de me vir melgar se ganha esse, que não pago jantas a ninguém! :)

6.12.07

Moma 56

Ou como ver a mais elevada percentagem de gajas fashion por m2, a dançar que nem loucas, felizes como se nao houvesse amanhã. O paraíso de qualquer homem. O pesadelo de qualquer mulher que não tenha uma autoconfiança à prova de bomba atómica. Eu, como prefiro milhões de vezes estar rodeada de gajas deslumbrantes que festa da mangueira, adoro. Ah, e a música é excelente.

PS - Lisbooooaaa, para quando um espaço assim? Será mesmo impossivel ensinar às portuguesas que a roupa da noite não deve ser a mesma com que se vai à padaria?

2.12.07

De luto

A ETA matou, outra vez.

30.11.07

A nova Madrid

E brevemente, numa avenida perto de si...

Eu tenho quatro amores, passo por eles todos os dias, e a cada dia que passa, mais imponentes, mais bonitos e mais perfeitos me parecem. São deslumbrantes. Eu amo Cidades. A minha Madrid está cada vez mais bonita, e eu cada vez mais apaixonada.

EFE/EMILIO NARANDO

29.11.07

Homens?

Estava aqui pelo Linked In a ver as minhas novas ligações quando, de repente, se fez luz. Neste ponto da minha vida, há 4 pessoas a quem eu jamais enviaria um convite ou aceitaria um. São os quatro homens, cínicos até mais não e sem tomates (do estilo "sou todo sorrizinhos porque me mijo de medo só de pensar em dizer-te o que realmente penso de ti na cara, sua cabra feminista"). Ah, e apesar de não serem especialmente trabalhadores, aparecem sempre que farejam possibilidades de protagonismo. Visto lo visto, aposto que são maus na cama. Quando uma pessoa não pode mesmo estar ligada a outra (nem no Linked In), a isso se chama alergia. E eu sou alérgica a filhos da puta.

26.11.07

O post seguinte

Depois do post anterior não sei muito bem o que escrever a seguir. Estou no You Tube a ver os vídeos de algumas recém descobertas artistas espanholas. Até nisto se nota: consigo apreciar o pop espanhol como nunca antes nada português. Não me sinto mais espanhola por isso, mas por muitas outras coisas dificeis de traduzir em palavras, estou cada vez mais convencida que Portugal me pariu por engano.

22.11.07

Os gatos da minha vida #3 - Cascarita

As pessoas que gostamos de gatos somos as mais egoístas de todas. Compreendemos que este mundo não se divide entre nós e eles, que este nosso mundo é infinitamente melhor com eles. Podemos depois disfarçar e aconchegar a nossa consciência dizendo-nos que os salvamos ou que somos excelentes donos, mas um pouco de honestidade faz-nos concluir o óbvio, que temos gatos porque não podemos viver sem eles.

Hoje de manhã, a Cascarita faleceu. A Cascarita tinha 8 meses e era leucémica, o que é meio caminho andado em direcção a uma morte prematura. Ainda assim, foi repentino e inesperado, num momento estava bem e no dia seguinte hipotérmica, eu a correr para as urgências com ela a miar desesperadamente. A Cascarita não era gata de grandes miados e portanto deu para perceber a gravidade da situação.

Acolher um gato leucémico é nobre. Ninguém os quer, são hiper-sensiveis, uma carga de trabalhos, um gasto importante e além de tudo isto, deixam-nos demasiado cedo e normalmente têm uma morte sofrida. Por tudo isto, acolher um gato leucémico é, além de nobre, masoquista.

A minha Cascarita era a pequerrucha mais terna e indefesa que conheci. Foi mais uma que me partiu o coração. Foi mais uma que alimentou esta minha necessidade quase obsessiva de os ter na minha vida. É mais um dos gatos da minha vida. Única, linda e para sempre, para sempre a minha pequena Cascarita.

Cascarita, numa tarde de domingo bem passada, em Agosto de 2007

18.11.07

Bom dia!

Em determinadas coisas, são todos iguais... Animação de Simon Tofield, da Tandem Films.)

17.11.07

Depois da gripe em Agosto, da anemia em Setembro, das anginas em Outubro e da gastroenterite em Novembro, decidi que se há algo na minha vida a necessitar de uma revolução, é essa tão importante área chamada "Saúde". Tenho que comer menos e melhor, dormir oito horas por noite e praticar exercício físico.

Hoje decidi voltar ao ginásio e começar bem o fim de semana. Aulas de Body Tonic e Ars Corpore (não perguntem...) e estou aqui renascida qual jovem de 15 anos acabadinhos de cumprir.

Além do mais, ir ao ginásio nesta terra é, além de tudo o resto, uma prova de fogo para a auto-estima de qualquer mulher. Sim, porque as únicas mais gordas que eu têm mais de 60 anos, e isto que não sou nenhuma baleia assassina, tenho uns quilinhos a mais, pois claro, mas nada que ofenda a vista.

Mas estas espanholas do demo são todas umas escanzeladas mete nojo e ainda por cima aldrabonas, nunca admitem que vivem permanentemente em dieta, quando EU SEI que a maioria almoça ervilhas cinco dias por semana.

Mas enfim, soube bem a ida ao ginásio. Do meu plano extreme makeover para a saúde tenho de ir 3x por semana, vamos lá ver em que ponto se encontra a minha força de vontade e a minha disciplina.

15.11.07

Que te calles, coño!

Por estes dias, a expressão recorrente lá no emprego é, como não?, a já famosa frase "Porque no te callas?", eternizada por esse grande fofinho Sua Majestade El Rey Juan Carlos de España. A coisa teria mais piada se o baixote popularucho de serviço não fosse tão louco, e se fosse certo que do histórico incidente não decorressem consequências de maior, mas ao que parece e como seria de esperar a coisa não vai ficar por aqui.

O que me pasma é a diferença abismal entre o povo e os seus líderes. Tenho vários colegas de trabalho venezuelanos, alguns até são descendentes de emigrantes portugueses de 2ª e 3ª geração. Entre eles e elas, nem um mas. São espectaculares, amáveis, divertidos. Note-se que alguns nem sequer podem voltar à Venezuela, já que seriam imediatamente presos, ao abrigo de uma decisão do tribunal que decidiu considerar-los culpados de "prejudicar" a nação, por terem decidido fazer uma greve numa refinaria. Isto vem do mesmo estado governado pelo tal baixote que enche a boca para falar de democracia. O desprezo destes meus colegas pelo que é, para todos os efeitos, o seu presidente, veste-se de alegria e ironia, e são eles os mais contentes por, finalmente, alguém ter decidido tratar aquele senhor como ele merece, ou seja, como uma criança que bate nos colegas sem razão e chora por tudo e por nada.

Chávez e a sua pandilha são incorrigíveis e a culpa é nossa, que sempre ficamos calados para manter a compostura. Uma vez assisti a uma conferência em que participou um big boss da PDVSA (a companhia petrolífera estatal da Venezuela), no que só pode ser descrito como uma clara tentativa de amaciar alguns egos muito inchados. Aquilo foi um fartote. De um lado, aquele grandessíssimo descarado que não dizia mais que "o petróleo da Venezuela é do povo da Venezuela" enquanto atirava ofensas a torto e a direito para todo e qualquer governo ocidental dito "liberal" (o que a eles lhes soa a "fascista"). Do outro, a professora coordenadora a pedir-me que me controlasse e ficasse calada, não fosse provocar algum potencial corte de relações entre a PDVSA e a Repsol. Quer dizer, o homem só dizia barbaridades e eu é que tive que ficar calada. O problema de Chávez &Co. é precisamente esse. Estão habituados a dizer o que lhes apetece e ninguém lhes faz frente. E o povo é que paga. Não que eu defenda a Chevron, a Exxon Mobil ou qualquer uma das irmãs, mas irrita-me que estes tipos, que são na sua grande maioria uns corruptos que vivem descaradamente bem enquanto o resto da população definha, estejam sempre com o argumento do bem estar do povo, enquanto desviam mais algum para o seu próprio bolso.

No final, comunas ou fascistas, são todos iguais. É por isso que eu gostei daquele "Porque no te callas!" do rei. Em português também teria ficado bem: "Tá mazé calado, pah!". Devíamos todos fazer um movimento global no qual, em vez de um minuto de silêncio, as pessoas repetiriam para todos os Chavéz deste nosso mundo, em uníssono, as mesmíssmas palavras, em todos os idiomas conhecidos. Aposto, o povo da Venezuela agradeceria.