13.11.07
Saudinha é o que nós precisamos
Não ter saúde é uma trampa. Eu este ano devo estar a pagar por todas as vezes que pensava "que seca" quando as minhas tias-primas velhotas iam lá no Natal com notas de 500 escudos e se punham a beijocar-me e a repetir até à exaustão "Saudinha, minha filha, que tenhas muita saudinha c'agente não precisa de mai nada". De certa forma, ter muita saúde é o mesmo que ter muito dinheiro. O que é ter muito dinheiro? É não ter de pensar nele. O que é ter muita saúde? É o mesmo. Por isso, nos Natáis dos anos 80 eu andava mais preocupada em contabilizar quantas Barbies (e complementos) tinha recebido.
Resumindo e concluindo: o fim de semana em Lisboa teria sido perfeito, se, no domingo à tarde, eu não tivesse perdido o avião para ir para o hospital a vomitar as entranhas e sem sequer conseguir andar sozinha de tão baixa que estava a minha tensão arterial. Aparentemente, foi uma gastroentrite ligeira. Ligeira. Bom, pelo menos fiquei doente em Lisboa. Não há nada mais horrível que ficar doente e estar sozinho. Pelo menos em Lisboa tenho quem me mime e faça canjinha.
De resto, o balanço do fim de semana foi bastante bom, com destaque para a noite de sexta-feira, com janta na Casa México, copos em Santos e finalmente ida ao Lux, já era tempo de voltar. A todos os meus queridos amigos que foram, e também à querida Joana que desta vez não se juntou à festa, um grande beijinho. As minhas idas a Lisboa são sempre melhores quando estou com vocês.
9.11.07
31.10.07
...dos árabes
Hoje, pela primeira vez na minha vida, estive cinco horas seguidas com um árabe. Árabe de verdade, heim? Da Arábia Saudita. Deslocado em trabalho em Espanha a ganhar uma pipa de massa e a regalar a vista com as mulheres praticamente nuas que vê constantemente.
A coisa foi engraçada. Vê-se que ele já sofreu uma evolução considerável desde que está aqui, no entanto, há coisas que são dificeis para um pobre mulçumano. Reparei que sempre que a Paz (minha chefe) lhe dizia “No, that doesn’t make any sense!” ou qualquer coisa deste estilo, o tipo mordia os lábios e cerrava o punho. Suponho que na cabeça dele estaria a afogar a Paz na piscina lá da sua mansão, para a tipa aprender a comportar-se perante um homem. Mas em seguida sorria de forma cínica e perguntava: “OK Paz, tell me, what do you want?” (Árabe espertalhão, já percebeu em poucos meses o que outros cá nascidos não entendem uma vida toda: as coisas são para fazer com nós, mulheres, queremos. E mai nada.)
No meio de isto tudo, o senhor teve um gesto que me agradou particularmente. Tratou-me sempre por Margarida, o que costuma ser raro aqui em Espanha e mesmo em Portugal (veja-se por exemplo o caso do meu ex-chefe, essa obra prima da natureza que me tratava por “ó menina”). Além disso, deu-me um “passou-bem”. Ora, contaram-me que ele já umas vezes se recusou a dar a mão a mulheres porque não podia tocar em coisas impuras! Ou seja, das duas uma, ou eu sou muito pura, ou o homem já se resignou ao facto de ter mulheres a desenharem-lhe o seu amado complexo petroquímico.
Atenção, que este texto não leve ninguém a pensar em coisas tontinhas. Não tenho qualquer interesse no tipo em questão. E mesmo que ele fosse o Brad Pitt árabe (que não é mesmo, é gordo e seboso como uma lontra), mesmo que fosse lindo e riquíssimo, eu quando lido com um árabe lembro-me sempre que se os gajos me apanhassem lá punham-me a esfregar o chão até ao fim da minha vida, e isto era o menos mau que me ia acontecer.
A verdade é que o argumento politicamente correcto do “são culturas diferentes” não pega comiga. Eu não posso respeitar uma cultura que não respeita a minha cultura. Tolero-os, não os discrimino nem lhes lanço bombas, mas sozinha no meio deles não me apanham de certeza absoluta. Assim são os preconceitos.
29.10.07
Porque será...
... que a blogosfera portuguesa está repleta de posts de quatro linhas com clichés pseuso-filosóficos, que mais não são que medíocres tentativas de ser-se "original" e "profundo"? Será que é porque é muito mais dificil (bem) divagar sobre um tema que fazer uma interrogação de dez palavras sobre o mesmo? Naaaah... eu é que sou má. Tão má. Mesmo muito, muito má. Que chatice.
27.10.07
Explicações...
Já alguma vez se perguntaram onde é que eu tinha ido buscar o mote do subtítulo: "Quero sentir o Universo sobre mim"? Não? Não faz mal, eu explico na mesma. É da primeira música da Amaral que eu ouvi na minha vida. Estava num bar com os meus colegas do master, há dois anos, e eles disseram-me para eu prestar atenção que aquela música era eu. A verdade é que sim, amei! E com todas as música da Eva Amaral consigo identificar um estado de alma ou uma recordação da minha vida. Senhoras e senhores, Amaral em: "El universo sobre mi...":
Solo queda una vela
Encendida en medio de la tarta
Y se quier consumir...
Ya se van los invitados
Tu y yo nos miramos
Sin saber bien que decir...
Nada que descubra lo que siento,
Que este dia fue perfecto y parezco feliz...
Nada como que hace nucho tiempo
Que me cuesta sonreir!
Quiero vivir, quiero gritar,
Quiero sentir el universo sobre mi!
Quiero correr en libertad,
Quiero encontrar mi sitio...
Una broma del destino,
Una melodia acelerada
En una cancion que nunca acaba...
Ya he tenido suficiente,
Necesito a alguien que comprenda
Que estoy sola en medio de un monton de gente
Que puedo hacer...?
Quiero vivir, quiero gritar,
Quiero sentir el universo sobre mi!
Quiero correr en libertad,
Quiero llorar de felicidad!
Quiero vivir,
Quiero sentir el universo sobre mi!
Como un naufrago en el mar,
Quiero encontrar mi sitio...
Solo encontrar mi sitio...
Todos los juguetes rotos,
Todos los amantes locos
Todos los zapatos de charol...
Todas las casitas de muecas
Donde celebraba fiestas,
Donde solo estaba yo...
Quiero vivir, quiero gritar,
Quiero sentir el universo sobre mi!
Quiero correr en libertad,
Quiero llorar de felicidad!
Quiero vivir,
Quiero sentir el universo sobre mi!
Como un naufrago en el mar,
Quiero encontrar mi sitio...
Solo encontrar mi sitio...
Solo queda una vela
Encendida en medio de la tarta,
Y se quiere consumir...
25.10.07
Por esta altura do ano, em 1998...
...estava eu a fazer o meu primeiro teste como aluna de engenharia química no Instituto Superior Técnico. Jamais tinha estudado tanto em toda a minha vida. E jamais tinha tido a necessidade de contar os valores de cada pergunta para ver se "dava para o dez". Esta capacidade do IST nos fazer cair dos nossos pedestais de "melhor aluno da turma" no secundário e nos fazer ver que não passamos de uns míseros estudantes que nos vemos "à rasca" para passar, é das melhores coisas que nos podem acontecer. Obriga-nos a ser eficientes, a aprender estudar como deve ser, a trabalhar a mil à hora em vinte coisas distintas ao mesmo tempo, e a não ter sequer tempo para queixas e lamúrias. É sentir na pele o "Eu só sei que nada sei." E ainda assim, passar por tudo isso, e no fim, olhar para trás e sentir um misto de orgulho e admiração pela Casa. É uma lição de humildade para a vida. É por isso que não precisamos de "doutor" nem de "engenheiro" antes do nosso nome. O nosso valor não se define com um título.
PS - E aos "alguns" que saiem do IST inchados de arrogância, definitivamente, não aprenderam a lição, e só por isso nem deviam ter direito ao diploma.

Ausência forçada...
...devido a essa grande porca da TELEFÓNICA, a pior empresa do mundo (e a maior companhia de telecomunicações da Europa). Não suporto estas ironias do destino.
19.10.07
Momentos históricos
Este Verão quando eu dizia que, com um bocadinho de sorte, chegávamos aos 100 dólares por barril antes do final do ano, a malta ria descaradamente na minha cara. Mas na madrugada passada o WTI tocou os 90,02 dólares em Nova Iorque. Já não parece tão disparato o comentário, não é? Não sei se estar feliz pela pelas minhas capacidades de análise de mercados ou triste por saber que a gasolina está aqui está a aumentar outra vez. Seja como for, seria inteligente da minha parte começar a pensar em fazer dinheiro com as minhas (frequentemente) acertadas previsões.
15.10.07
7.10.07
The Return to Innocence
"Don´t care what people say Just follow your own way Don't give up and use the chance To return to innocence." Adoro a música e o clip e o unicórnio. :)
Fim-de-semana
As minhas queridas mãe e irmã vieram passar o fim-de-semana a Madrid. Decidimos utilizar os dias todos para turismo, já que da última vez entre o Parque de Atracções e a Fuencarral não houve tempo para mais (nota-se a influência consumista da minha irmã).
Ora desta vez não. Deste vez foi turimo à séria. Mas tenho de confessar que foi extremamente divertido porque como se tem dito “os portugueses estão a descobrir Espanha” e por isso tugas eram mais que as mães.
Foi lindo. Havia alguma gente normal, mas a quantidade de famílias pipocas do mais foleiro e pindérico que existe sobejavan. Aproveitavam para dizer coisas ridículas em altos berros, como se estivessem na Rússia e fosse totalmente imposssível compreendê-los. Muitos eram mesmo bimbos. E balofos. A minha mãe, que me estava a tentar provar que em Madrid há tanta gente obesa como em Lisboa, estava constantemente a apontar “estás a ver, aquela é gorda” mas para aí 70% das vezes comprovamos que se tratava de uma tuga. Nunca pensei ouvir tanto a língua de Camões nesta cidade, mas a verdade é que dominámos por completo o fim de semana.
Foi giro. Foi Verão este fim de semana. Mas preparem-se, irmãos alfacinhas, na próxima sexta-feira, dia 12 de Outubro, é feriado em Madrid... já estão a imaginar ou não? Pois é, cá se fazem, aí se pagarão!
3.10.07
Como continuar a falar e compreender inglês mesmo vivendo em Espanha
Como em tantas coisas da nossa vida (como dietas, por exemplo), a disciplina é a chave da sucesso. Assim, há que seguir estas regras à risca, porque senão, quando menos esperarem, serão gozados sem dó nem piedade por todos os vossos amigos não-espanhóis.
1. - Meia hora de CNN todos os dias (embora eles tenham a irritante mania de misturar entrevistas ao Tom Ford com crianças a morrerem em orfanatos na Roménia e coisas assim do estilo).
2. - Ser assinante de uma revista em inglês, dá igual se é o Economist ou a Esquire, o importante é ler em inglês.
3. - Se ainda sobrar tempo, ler livros em inglês (os do Dan Brown não contam).
4. - Activar a versão original do todos os filmes e séries da TDT. (E no cinema também).
5. - Trazer sempre uns phones à mão e quando eles começarem a falar espanglês, por os phones com música em altos berros.
6. - Na inevitabilidade de terem de utilizar uma expressão em inglês ao falarem com um espanhol, façam-se de parvos quando ele começar com merdas "que estás diciendo, coño?". NUNCA cedam à tentação de dizer a palavra como se leria se fosse em espanhol. A partir daí, não há retorno possível. São eles que têm de aprender.
PS - Na dobragem em espanhol do filme "Terminator", em vez de "Hasta la vista!", o excelentíssimo governador da Califórnia diz "Sayonnara". Muito bom.
1.10.07
Go Go Hillary!
Aqui há uns anos, no meu primeiro artigo de opinião na revista Aetécnico (que ainda pode ser visto aqui), citei Nancy Mitford nessa sua verdade irrefutável: "Um rei que gosta do prazer é, sem dúvida, menos perigoso que um rei que deseja a glória."
Há uns anos atrás nem Bush aparentava ser tão asqueroso e idiota, nem a mim me passava pela cabeça que um país pudesse ter a grande lata de fazer powepoints e chamar àquilo "provas" de como Saddam tinha armamento químico aos pontapés lá no Iraque. E portanto, também eu, num determinado momento, opinei que a paz às vezes não resolve tudo e que não se pode deixar um ditador louco com aquele arsenal nas mãos e não fazer nada em relação a isso. A verdade é que Bush é óbvia e clara e estupidamente louco, tem a maior máquina de guerra do mundo e ninguém faz nada, a começar pelo povo americano e a terminar na sede das Nações Unidas. Às vezes dou comigo a pensar que, se fosse iraniana ou iraquiana ou qualquer nacionalidade desse estilo, a única opinião que me permitiria ter do ocidente é que somos todos uns copinhos de leite amestrados. É assim este mundo, contraditório até mais não.
Mas bom, isto para dizer que em 2002 já eu morria de saudades do Clinton, do seu ar bonacheirão e dos seus esforços pela paz, etc., etc., etc.. Antes disso já achava ridículo aquele espectáculo mediático em torno do seu affair Lewinsky, afinal, who cares? além dos obstinados americanos, até parece que lá nessa grandiosa nação os homens não encornam as mulheres a torto e a direito, como aliás no mundo inteiro.
Já passou quase uma década e eu confesso que tenho vibrado com este mais que previsto regresso da família Clinton à Casa Branca. É bom demais para ser verdade mas a coisa está a compôr-se, e eu só desejo que sim, que chegue depressa esse dia. Um dia que espero que fique na história como esse grande marco da “primeira mulher” presidente dos Estados Unidos da América, mas sobretudo por um retorno à paz, paz, um bocadinho de paz, que assim nada feito, que já temos demasiados problemas neste nosso planeta para ainda inventarmos mais alguns.
A minha esperança renova-se a cada semana, quando abro as páginas do meu Economist recém entregue e leio coisas deste estilo: “But Mrs. Clinton looks much more like a president-in-the-making than any of her opponents, Republican or Democratic.” Sim, sem dúvida. E o que o Economist diz, tem muita força...
30.9.07
29.9.07
Os gatos da minha vida #2 - Tomix

O Tómix foi levado a minha casa por uns miúdos lá da rua onde vivíamos nessa altura. Tinham-no encontrado à beira da estrada e foram bater à minha porta com ele em braços, remeloso e cheio de pulgas. Eram tantas que boiavam na água quando a minha mãe o lavou. O Tómix era amarelo, lindo e carinhoso, eu tinha dois anos e massacrava-o, o fofinho nem um arranhão me deixou.
O Tómix esteve pouco mais de um ano connosco. Não me lembro dele, mas tenho saudades ainda assim.
27.9.07
Há 10 anos...
Para comemorar o facto de já ser velha o suficiente para me lembrar (muito) bem das coisas que vivi vai para lá de uma eternidade, inauguro esta nova rubrica à qual decidi chamar, pomposamente, "Há dez anos..." (original, portanto).
Vou começar...
Há 10 anos...
... ia ao Rookie às sextas à noite, e bebia, entre outras coisas, shots de Golden Strike.
Hum, pensando bem, não sei se me quero recordar deste tipo de coisas. Talvez seja melhor tentar com imagens (e se forem de gajas boas e bonitas entro para o top dos blogs num instantinho).
Abortice máxima
Merda! Escrevi um post lindo, maravilhoso, daqueles que me fazem sentir mesmo realizada, foi óptimo, as palavras fluiam, tudo saía bem à primeira. Apaguei-o não sei como. Agora não me apetece escrever tudo outra vez. Que irritação. COMO É QUE ESTAS COISAS AINDA ME ACONTECEM AO FIM DE TANTOS ANOS DE COMPUTADOR?
25.9.07
T-A-P: Take Another Plain
Eu andava a encher, a encher, a encher... e pronto, desta é de vez! Essa maravilhosa companhia portuguesa de seu nome TAP, que desde o fim das colónias portuguesas não tem servido senão para enterrar dinheiro do estado (ou seja, dinheiro de todos nós), acabou de perder (mais) um passageiro frequente.
De tão ridículo até parece de propósito, mas de facto, não apenas as iniciais mas também todo o comportamento da companhia convida qualquer pessoa que não se considere estúpida de todo, a voar noutra companhia. Porque, sinceramente, mau serviço não falta por aí, mas pelo menos sai mais barato. Agora, não estou para andar a alimentar gulosos. Toda a vida a minha família fez muitos sacrificios para que eu pudesse estudar e eu tento retribuir, tanto que devo pertencer ao grupo dos 0,0001% dos portugueses que não está onde está devido a cunha. E disso muito me orgulho, portanto, se é para ser generosa prefiro dar o dinheiro à União Zoolófila. I'm done with "vou gastar mais mas estou a ajudar uma companhia portuguesa". Que se lixem. Não merecem. Raramente tratam o seu ganha pão com respeito.
Eu tentei. Mesmo. Mas estou farta. Já me estava a habituar à inevitabilidade física dos voos da TAP sairem sempre com pelo menos uma hora e meia de atraso, mas desta vez passaram das marcas. No domingo o voo não estava atrasado, mas claro, qual lei da física newtoniana, o que sobe também desce e lá se foi a minha alegria por terra num instantinho. Depois de nos terem metido todos num autocarro nojento sem ar condicionado e nos terem deixado lá a destilar um quarto de hora, quais judeus a caminho dos campos, toca a sair tudo outra vez para a porta de embarque, que afinal havia um "problema". Claro está que explicações, tá quieto. Não havia. Podiam ser muitas coisas, e nem sequer podiam dar uma estimativa de quanto tempo ia durar o "problema", ou seja, nem sequer podia dar uma volta ou comer qualquer coisa no aeroporto descansadamente.
O regresso ao autocarro foi tão caótico que dois estrangeiros comentavam ao meu lado que "era porque se fazia tudo à mão, ainda não havia computadores", o que me obrigou a intervir e explicar-lhes o que se passava . Não admito que todos os portugueses sejam tomados por atrasados mentais graças à incompetência dessa-companhia-que-só-de-pensar-o-nome-me-dá-azia.
Também fiquei a saber que os voos que realizo com frequência agora são realizados nos aviões minorcas da Portugália, o que significa que nunca mais me livro da porcaria do autocarro estilo World War II, já que as avionetes utilizadas são pequenas de mais para as mangas dos aeroportos.
À entrada do avião estavam a pedir o cartão de embarque à entrada, o que aumentou ainda mais a espera. Mas 0 melhor de tudo foi, depois de uma parvalhona de uma hospedeira (assim designada para acentuar o glamour de servir cafés a 10 mil pés) me ter dito que sim, que o voo incluia refeição, me ter sido um minúsculo gelado (a "refeição").
O comandante estava ao nível e pediu desculpas pelo atraso devido a "motivos operacionais", o que me deixou com uma vontade enorme de o esbofetear e explicar-lhe que isso não é justificação que se apresente, ou ele pensa que está a falar com ignorantes? Motivos operacionais podem ser qualquer coisa, incluindo o "estive a levar no cu do meu co-piloto". Eu tenho direito a uma E-X-P-L-I-C-A-Ç-Ã-O. Em inglês ainda foi melhor, limitou-se a um "sorry for the late". Muito bom. Depois disso já só desejava aterrar viva...
Ah, milagrosamente, não me perderam as malas. Mas não se livram da reclamação, para eles e para a DECO. E pronto, assim se perdem clientes.
19.9.07
Will you join us?
É simplesmente a melhor iniciativa "energy related" de sempre. Nada como experimentar para perceber os enormes desafios que nos aguardam ao longo das próximas décadas. E dá direito a um "regalito" muito simpático. Em http://www.willyoujoinus.com/, está claro.
16.9.07
13.9.07
No seguimento do post anterior...
prometo não voltar a falar de idas a Fátima em vão. E abstenho-me de comentar o desfecho do jogo de ontem. Tenho dito.
12.9.07
Eu juro...

11.9.07
Onde é que você estava no 11 de Setembro?

Lembro-me que eram quase duas da tarde, estava a levantar a mesa do almoço, tinha a TV na SIC e nem sequer ia terminar de ver o Jornal da Tarde, que a 11 de Setembro ainda restam muitos vestígios da silly season e já não há paciência para ela. Quando ia da sala para a cozinha com a toalha de mesa e dois copos na mão, vejo pelo canto do olho um arranha-céus em chamas. Pouso as coisas, levanto o som, chamo a minha irmã para ver, que me ignora, claro, que o messenger é muito mais fixe.
“Que incêndio tão grande!”, foi o meu primeiro pensamento, e logo começam os jornalistas a dizer que um avião da polícia (!) tinha chocado “acidentalmente” contra uma das torres do World Trade Center. Nisto, vê-se outro avião a aparecer na imagem e depois a colisão, repetida à exaustão.
Aquele dia foi surrealista. O nosso grupo dos quatro fantásticos juntou-se como previsto, mas não foi para estudar, está claro. Em menos de nada, já se falava em Al-Qaeda e Bin Laden, dois nomes que até então me eram totalmente desconhecidos. Eu nem podia acreditar no que estava a ver, e mais, que de facto o estava a ver, em directo. E vi tudo. A colisão, o fogo, o fumo, as pessoas à janela, as pessoas a caírem, as pessoas a chorarem na rua, a primeira torre a cair, a segunda torre a cair, o pó do impacto, os destroços. Tudo, em directo. No fim, éramos unânimes: ali começava a terceira guerra mundial. A economia ia estalar. A bolsa ia crashar. O mundo como o conhecíamos ia terminar. Agora pode parecer exagerado, mas naquele dia, em que se falava em vinte mil mortos, em que vimos todo aquele horror, não nos passou pela cabeça que tamanha afronta aos EUA ficasse por menos.
Felizmente não foi o fim do mundo, mas alguma coisa muito profunda abalou a nossa tão orgulhosa e dominante sociedade ocidental. Passámos a saber, conscientemente, que não estamos seguros. Fizeram questão de nos lembrar disso, outra vez, em Madrid, e depois em Londres, e agora tornou-se “normal” que volta e meia Heathrow cancele cinquenta mil voos por suspeitas de possíveis atentados. A mim, pelo menos, esta sensação de não estar segura dá cabo de mim. Mas sou das que defendo exacerbadamente que, as nossas vidas, temos de as viver como se nada fosse. E desejar nunca ter de presenciar nada parecido ao que se aconteceu naquele dia em NY.
O mundo mudou muito e as nossas vidas também. A vida separou os quatro magníficos. O Manel trabalha na Africa do Sul, eu em Madrid, o Victor termina o seu doutoramento em Lyon e o Rodrigo creio que faz investigação no IST e teve um pequerrucho com uma polaca. Mas naquela tarde, vivemos juntos um acontecimento histórico e tivemos plena consciência disso. Tenho a certeza que o Manuel, o Victor e o Rodrigo, quando virem as notícias hoje, se lembrarão dessa tarde tão bem como eu, de como partilhamos o nosso espanto, os nossos medos e as nossas conjecturas. E quando nos perguntarem, aos quatro, onde estávamos no 11 de Setembro de 2001, a resposta será só uma.
“Eu estava em Lisboa, nos Olivais Sul, a “estudar” Materiais e Corrosão.”
9.9.07
Don't feel guilty...
...if you don't know what you want to do with your life. The most interesting people I know didn't know at 22 what they wanted to do with their lives, some of the most interesting 40 year olds I know still don't.
(Às vezes sinto-me velha. Queria ter 17. Aos 17 pensava que ia ter tempo para fazer tudo o que quero fazer. 10 anos depois, começo a duvidar que tal seja possível...)
8.9.07
Os gatos da minha vida #1 - Charlie
Definitely, I’m a felis silvestris catus person. Quanto mais os conheço mais os amo, mais os aceito na sua sensível e inteligente existência, mais os admiro e, em conclusão, mais dependo deles. Cada gato que conheço ensina-me algo. Todos têm os seus traços comuns, e, no entanto, em cada um há uma individualidade suprema, uma personalidade única e um sem fim de características que os tornam isso mesmo, grandes e ricos e belos seres, felinos que aceitaram viver mais perto de nós, domesticando-nos um bocadinho todos os dias.
O gato da minha vida sobre o qual escrevo hoje só podia ser o Charlie. Não que eu o ame mais que a outros (bom, talvez um bocadinho de nada mais), mas foi o primeiro gato (e até hoje o único) que é mesmo meu. MEU. E eu dele. “Gato e dona, gato e dona!”, costumava cantarolar com ele ao colo, nas nossas solitárias noites em Sines. Posso dizer que o salvei de uma vida pindérica e provavelmente curta, mas quem salvou a vida a quem? Quem me recebia com miaus e turrinhas e rom rons poderosos quando me sentia miserável em Sines, achando que ia apodrecer ali no fim do mundo, sem nunca mais voltar a pôr os pés numa cidade grande? Era ele, o meu Charlizão, o meu Charlizito do meu coração.
O Charlie foi recolhido da rua com cinco meses, e já era um grandalhão. Agora está enorme e continua mansarrão e malandro. Não emigrou comigo para Madrid, ficou “temporariamente” em Lisboa com os meus pais... claro que se apaixonaram por ele, como não?, ele é um sol de ternura. A minha mãe lá se desculpa com comentários do estilo “como é que fazes quando vieres cá de fim-de-semana” ou “coitado do gato, anda sempre para trás e para a frente”, mas eu sei que na verdade e ainda que não mo diga é porque lhe ia partir o coração ficar sem ele, agora que já são todos uma família feliz. E pronto, partiu-se-me o coração a mim não o trazer, mas decidi-o e não me arrependo. O Charlie agora já não é meu, é nosso, “é de todos”, como diz a minha irmã, mas a verdade é que nós é que somos todos dele.
(Foto de Novembro de 2006, quando nos tornámos Gato e Dona!)
O gato da minha vida sobre o qual escrevo hoje só podia ser o Charlie. Não que eu o ame mais que a outros (bom, talvez um bocadinho de nada mais), mas foi o primeiro gato (e até hoje o único) que é mesmo meu. MEU. E eu dele. “Gato e dona, gato e dona!”, costumava cantarolar com ele ao colo, nas nossas solitárias noites em Sines. Posso dizer que o salvei de uma vida pindérica e provavelmente curta, mas quem salvou a vida a quem? Quem me recebia com miaus e turrinhas e rom rons poderosos quando me sentia miserável em Sines, achando que ia apodrecer ali no fim do mundo, sem nunca mais voltar a pôr os pés numa cidade grande? Era ele, o meu Charlizão, o meu Charlizito do meu coração.
O Charlie foi recolhido da rua com cinco meses, e já era um grandalhão. Agora está enorme e continua mansarrão e malandro. Não emigrou comigo para Madrid, ficou “temporariamente” em Lisboa com os meus pais... claro que se apaixonaram por ele, como não?, ele é um sol de ternura. A minha mãe lá se desculpa com comentários do estilo “como é que fazes quando vieres cá de fim-de-semana” ou “coitado do gato, anda sempre para trás e para a frente”, mas eu sei que na verdade e ainda que não mo diga é porque lhe ia partir o coração ficar sem ele, agora que já são todos uma família feliz. E pronto, partiu-se-me o coração a mim não o trazer, mas decidi-o e não me arrependo. O Charlie agora já não é meu, é nosso, “é de todos”, como diz a minha irmã, mas a verdade é que nós é que somos todos dele.

7.9.07
5.9.07
Sónia, a mais guapa!

Mas o mais divertido eram mesmo os comentários de inveja mal dissimulada das comentadoras espanholas, perante tamanho estilo e beleza provenientes directamente de Portugal. A espanhola de serviço era uma matrafona sem jeito nenhum. Ai ai, que bem que sabe ser portuguesa nestes momentos...
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