Em altura de balanço inevitável, reflicto sobre o melhor dos últimos meses. Não acabo de compreender como é que o destino me levou para Sines (olha eu a demitir-me das minhas escolhas e a desculpar-me com esse pobre ente que arca com todas as desgraças dos portugueses, o destino, o nosso fado preferido!). Mas volto com algumas conclusões seguras:
- Agora sim, tenho a certeza de que eu não fui feita para viver no campo. Eu já sabia, mas permanecia aquela duvida que corroi, aquela vozinha que me dizia "Margarida, tu se calhar até vais gostar dessa vida pasmacenta, da suposta qualidade de vida, de não ter trânsito, qualquer dia até pode ser que tenhas umas galinhas e uma horta..." Definitivamente, NÃO! Agora posso dizer à parvalhona da vozinha que esteja caladinha, eu já experimentei, e não fosse o maravilhoso ginásio Kalorias ter imprimido algum ritmo ao meu quotidiano, bem que tinha definhado por ali.
- Eu não tenho mesmo perfil para aturar gente tonta, o que torna claramente impossivel a minha continuidade num sítio em que o tonto em particular é o chefe. Sim, eventualmente boa pessoa, divertido, coitadinho está a fazer o melhor que sabe, mas o melhor que sabe é muito fraquinho e infeliz de mim, nunca consigo disfarçar o meu desagrado! Sinceramente, não estou para aturar malucos. Antes eles que eu.
- Aprendi que não interessa o nome da empresa para a qual se trabalha, não interessa que seja uma das dez melhores da Europa para se trabalhar, que seja a mais transparente, ou a que mais investe em conhecimento. O que interessa é o chefe que se tem (vide parágrafo anterior) e o ambiente geral de trabalho. Mas foi bom, fiz tábua rasa às minhas expectativas, quiçá bastante exageradas. Às vezes é preciso.
- Last but not the least, além dos seis gatinhos e duas gatas a quem salvei a vida, eu fui a Sines para voltar com o meu Charlie, o gato que eu ansiava e que foi abandonado à minha porta com apenas cinco meses. O meu Charlie, e perdoem-me aqueles que acham que um gato "é só um animal", é a razão pela qual eu jamais me arrependerei de ter passado por Sines, entre Agosto de 2006 e Maio de 2007.
4 comentários:
Voltaste de Sines uma pessoa mais rica e completa.
Todos os dias sofridos resume-se a um sentido "Irra, nunca mais!" e o que de bom que ganhaste veio para ficar.
Ou seja, valeu a pena :)
Não digo nunca mais... gosto daquela mistura de campo e praia, mas não numa base quotidiana. A vida dá muitas voltas e não vou dizer que dessa água não beberei... mas definitivamente agora era o timing errado! Irra! :)
Margarida, amiga de los gatos.
Sim, e eles tamb�m s�o meus amigos! :)
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