Depois de os desenhos animados terem sido os preferidos da minha infância. Depois de ter lido os dois livros quando tinha 9 anos. Depois de ter crescido e de me ter esquecido. Depois de ter feito um trabalho na universidade que me obrigou a ler sobre a vida da verdadeira Alice (a Liddell) e do verdadeiro Carroll (o Charles). Depois de ter percebido todas as conotações científicas. Depois de ter descoberto porque é que o chapeleiro era louco. Depois de me ter esquecido outra vez. Depois de quase me ter dado um fanico ao descobrir que o meu realizador preferido ia adaptar a obra ao cinema. Depois de me ter enganado na data de estreia em Espanha (que afinal é só 16 de Abril). Depois de ter aturado resmas de gente a dizer que já tinham ido ver. Depois de tudo isto, e só depois de tudo isto, fui finalmente ver a Alice ao cinema, versão Tim Burton, que será sempre a melhor das versões possíveis no melhor dos mundos possíveis. E como todos os anteriores Burton, adorei. Só que este é a Alice, alterada e inovada, mas suficientemente genuína para me transportar de novo à minha infância e aos livros e a um mundo maravilhoso impossível (só) para os outros.
The Queen / Why so serious, by Sylvia Lizarraga